segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Compaixão sempre







“Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; soltai e soltarvosão.” J esus (Lucas, 6:37)
“Não esqueçais, meus quer idos filhos, que o amor aproxima de Deus a criatura e o ódio a distancia dele.” (Cap. 12, Item 10)

Perante o companheiro que te parece malfeitor, silencia e ampara sempre.
Assim como existem pessoas, aparentemente sadias, carregando enfermidades que apenas no futuro se fardo evidentes para a intervenção necessária, há criaturas supostamente normais, portadoras de estranhos desequilíbrios, aos quais se lhes debitam os gestos menos edificantes.
Compadece te, pois, e estende os braços; para a obra do auxilio.
Muitos daqueles que tombaram na indisciplina e na violência, acabando segregados; nas casas de tratamento moral, guardam consigo os braseiros de angústia que lhes foram impostos, em dolorosos processos obsessivos, pelas mãos imponderáveis dos adversários desencarnados de outras existências... E quase todos os que esmoreceram, no caminho das próprias obrigações, rendendo-se ao assalto da crueldade e do desespero, sustentaram, por tempo enorme, na intimidade do próprio ser, a agoniada tensão da resistência às forcas do mal, sucumbindo, muitas vezes, à míngua de compreensão e de amor...

Características da obsessão espiritual.




242. A obsessão, como dissemos, é um dos maiores escolhos da mediunidade e também um dos mais frequentes. Por isso mesmo, não serão demais todos os esforços que se empreguem para combatê-la, porquanto, além dos inconvenientes pessoais que acarreta, é um obstáculo absoluto à bondade e à veracidade das comunicações. A obsessão, de qualquer grau, sendo sempre efeito de um constrangimento e este não podendo jamais ser exercido por um bom Espírito, segue-se que toda comunicação dada por um médium obsidiado é de origem suspeita e nenhuma confiança merece. Se nelas alguma coisa de bom se encontrar, guarde-se isso e rejeite-se tudo o que for simplesmente duvidoso.
243. Reconhece-se a obsessão pelas seguintes características:
1ª Persistência de um Espírito em se comunicar, bom ou mau grado, pela escrita, pela audição, pela tiptologia, etc., opondo-se a que outros Espíritos o façam;
2ª Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações que recebe;
3ª Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem coisas falsas ou absurdas;
4ª Confiança do médium nos elogios que lhe dispensam os Espíritos que por ele se comunicam;
5ª Disposição para se afastar das pessoas que podem emitir opiniões aproveitáveis;
6ª Tomar a mal a crítica das comunicações que recebe;
7ª Necessidade incessante e inoportuna de escrever;
8ª Constrangimento físico qualquer, dominando-lhe a vontade e forçando-o a agir ou falar a seu mau grado;
9ª Rumores e desordens persistentes ao redor do médium, sendo ele de tudo a causa, ou o objeto.

Allan Kardec – O Livro Dos Médiuns – Feb.




sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

JESUS NÃO NASCEU NA MANGEDOURA

(E ninguém lhes negou hospedagem em Belém)

“O nascimento de Jesus aconteceu sem quaisquer anomalias ou milagres de natureza ostensiva, tudo ocorrendo num ambiente de pobreza franciscana, assim como era o lar de Sara, velha tia de Maria, em Belém, para o qual José levara a esposa a fim de ser assistida e protegida na hora da delivrança.
A casa onde se haviam hospedado era paupérrima e dividida em dois aposentos; num deles amontoavam-se os móveis e os objetos de uso da família; no outro, além de servir de depósito, misturavam-se cabras, aves e carneiros.
Das vigas pendiam ganchos com cereais, arreios, peles de animais e o peixe secava à altura do forro, onde a luz do sol penetrava por um retângulo.
Sara e Elcana, tios de Maria, durante a noite estendiam um cobertor sobre a esteira e ali dormiam tranqüilamente, sob o clima saudável e seco, pois nada lhes pesava na consciência de criaturas simples e honestas.
No momento da délivrance, Maria teve que ser acomodada às pressas num recanto do aposento, sobre o leito improvisado com a esteira, cobertores e peles de cabra; e deste acontecimento a fantasia humana pintou a cena da manjedoura.
Em verdade, Jesus nasceu num ambiente de pobreza e próximo dos animais que pertenciam aos seus parentes de Belém, cujo lar cederam prontamente para o seu nascimento, indo dormir as primeiras noites na casa vizinha.
Porém, jamais José e Maria dirigiram-se a Jerusalém, para atender ao hipotético recenseamento, que não ocorreu naquela época, mas transladavam-se, deliberadamente, para Belém, em busca de auxílio para o acontecimento tão delicado.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A GANÂNCIA




Encontramos a capela toda decorada com flores e adornos fúnebres. O caixão, o mais caro do país, e para nossa surpresa, um garçom servia as pessoas que pareciam estar em uma festa. Havia até senhoras de chapéu com véu, muito bem vestidas.
_O que estamos fazendo aqui?
_Mais uma despedida para o irmão narrar em seu livro.
_Mas onde está o “morto”?
Pamela mostrou os encarnados.
_Todos estes.
_Quantos defuntos lindos! Brinquei.
Enrico lançou-me um olhar muito parecido com o de alguém que conheço.
_Desculpe, é que me assustei com esta cerimônia.
_Olhe o que diz O Livro Dos Espíritos, Luiz Sérgio!
_Não está mais aqui quem falou.
Por falar em o O Livro Dos Espíritos, a questão 841 bis ensina:

Para respeitar a liberdade de consciência, dever-se-á deixar que se propaguem doutrinas perniciosas, ou poder-se-á, sem atentar contra aquela liberdade, procurar trazer ao caminho da verdade os que se transviaram obedecendo a falsos princípios?

“Certamente que podeis e até deveis; mas, ensinai, a exemplo de Jesus, servindo-vos da brandura e da persuasão e não da força, o que seria pior do que a crença daquele a quem desejaríeis convencer. Se alguma coisa se pode impor, é o bem e a fraternidade. Mas não cremos que o melhor meio de fazê-los admitidos seja obrar com violência. A convicção não se impõe.”

_Gente, não estou condenando nada, nem sei a religião dessa família...
_Nós sabemos, Luiz, é que estamos conversando sobre as brigas religiosas e recordamos desse lindo trecho de O Livro Dos Espíritos. Recordemos também a questão 842, que é um puxão de orelha naqueles donos da verdade, mas que vêm não só atacando as outras religiões como os próprios confrades.
Enrico foi-se aproximando da mesa, onde um senhor de seus cinquenta anos “descansava” o seu corpo físico. Busquei seu espírito que, todo embaralhado nos laços fluídicos, xingava muito.
Junto a ele uns quarenta espíritos de aparência trevosa gritavam-lhe palavras duras de vingança. Eric esforçava-se para sair de junto do corpo físico, mas o ódio dos seus inimigos era tanto, que ele cada vez se embaraçava mais. Junto àqueles trevosos, uma figura angelical tentava ajuda-lo.
_Quem é, Enrico?
_Sua filha, que desencarnou aos doze anos.
_Nós podemos ajuda-lo?
_Como, Luiz, se ele é dona da sua consciência?
_Que fez  Eric?
_Dono de uma imensa fortuna, sempre lesou seus operários e algumas vezes os levou ao suicídio. Era implacável com os pobres, chegava mesmo a ter-lhes horror; tinha psicose por limpeza, nenhum operário podia aproximar-se dele, temia contagiar-se.
_Existe gente assim?
_E como, Luiz Sérgio! Temos encontrado pessoas que sentem pavor  do humilde, do pobre. Tratam-nos como se fosse portadores de doenças contafiosas, não sabendo que o orgulhoso é que carrega no coração a lepra do egoísmo.
A festa estava sendo regada a champanhe e os mais finos canapés e salgadinhos eram servidos. A esposa de Eric, toda de negro, recebia os pêsames como se estivesse em uma recepção. Enquanto isso, Eric estava sendo vampirizado por suas vítimas.
 _Coitado! falou Pamela. E aqui ainda têm poucos, depois é que vai ser terrível!
_Ele tem mais inimigos?
_Se tem! Exclamou  Plácido. Passou a vida só prejudicando os outros. Acumulou uma fortuna incontável, mas olha o seu fim, igual ao de todos os mortais. Ninguém traz roupas, obras de arte, cartão de crédito, fortuna; nem a carteira de identidade traz. Por que brigar tanto em prol da fortuna?
Alguns técnicos, com dificuldade, separaram Eric do corpo carnal, mas ninguém conseguia retirá-lo dos verdugos.
_E o seu mentor, onde está?
_Eric jamais respeitou o seu mentor, Luiz. Ele era só ele, e ninguém mais.
_Até quando irá sofrer?
_Só depende dele.
Quando os verdugos lhe batia, ele gritava e partia para cima deles, dizendo as piores palavras, o que os enfurecia ainda mais.
_Enrico, não existe um meio de ajuda-lo?
_Luiz, logo Eric será socorrido, mas o umbral o espera, não tem como se livrar dele. Em toda sua existência Eric gozou de sua fortuna, mas na hora de beneficiar um operário, lutava para prejudica-lo. Ele ganhou de Deus a fortuna para dar emprego aos pobres, mas fez dela uma arma contra si mesmo.
_Mas Enrico, ele não sabia.
_Como não, Luiz? Todos os que vêm à Terra com tarefa de contato com o povo são elucidados sobre a responsabilidade dos deveres e dos exemplos. Mas ao aqui chegarem iniciam a fuga das responsabilidades. Eric sempre foi terrível, mesmo com as suas babás não tinha sequer um pouco de carinho. Elas eram sempre maltratadas por ele.

VIGILÂNCIA MENTAL





A vigilância é sempre a eterna âncora da alma, apoiada no fundo do mar tempestuoso da mente, a nos garantir a tranquilidade, disciplinando uma profusão de pensamentos diários, de maneira a serem úteis no seu campo de ação.
Sensibilizemos, pois, a consciência pela força da caridade, pelo ambiente da prece, na luz da fé, para que possamos sentir, antes de pensar, o teor das ideias.
Quando os pensamentos estão em projetos, nas profundezas da vida, é mais fácil consertá-los, ou desvencilharmo-nos deles com a simples borracha da disciplina; ao passo que, depois de concretizados, dando forma aos sentimentos, tornar-se-á mais difícil a sua remoção, mesmo no campo reversivo, dada à coesão ocorrida por junção proto-genética, com sintonia profunda de elementos sutis.
Quando acontece à alma viver em plano superior das emoções e, por descuido, formar pensamentos negativos, conhecendo o processo de desintegrá-los, tais pensamentos, ao se formarem, são fotografados pela mente em milhões de ângulos, impregnando todo o cosmo orgânico e psíquico. O inconsciente demorará a acompanhar as vibrações escuras que viajam em todo o complexo humano, para desfazer-se das suas características malfazejas, bombardeando, aqui e ali, seus conglomerados de energias retardadas.
É bom notar o valor da vigilância, para que o corpo e a mente não sofram o castigo da imprudência. Devemos nos manter diligentes frente aos impulsos mentais inferiores, pois eles nos causam distúrbios de difícil reparo. Resguardo não é medo. É o bom senso a nos ajudar em ângulo diferente. Copiemos a natureza da árvore, quando sofre um golpe de afiada lâmina que aparece no seu ciciópico tronco; a emoção da planta se agita bem antes de ser ferida e os recursos aparecem por vias inumeráveis a desfazer o perigo iminente.
A mente humana adestrada perceberá os pensamentos inferiores bem antes da sua formação conata e deverá procurar os recursos que a inteligência lhe capacitou e a evolução lhe garantiu, para que o trabalho não se torne mais difícil.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

AS ALMAS DOS GENOCIDAS


RETORNO PARA O ALÉM
As almas enfermiças e tirânicas, que semeiam a dor, a fome e a orfandade mediante suas tropelias sangrentas, frutos de excessiva ambição e orgulho, transitam no Além acompanhadas pelo cortejo dos seus velhos comparsas, que as insultam, perseguem, ameaçam e responsabilizam por todas as suas desditas. Algemadas às vítimas mais impiedosas e vingadoras, açoitadas pelas tempestades das regiões inferiores e mergulhadas nos pântanos, sofrendo os sarcasmos dos próprios espíritos satânicos que as incentivaram ao genocídio na Terra, elas vagueiam, torturadas, até o dia em que possam renascer na matéria sob a bênção do esquecimento do passado.
Alucinadas e acometidas pela incessante superexcitação e angustiado remorso, sem pouso e sem alívio, só lhes resta o recurso de encerrar o seu inferno íntimo no biombo da carne terrena, a fim de amortecerem as lembranças cruéis do passado durante a fase sedativa de inconsciência entre o berço e o túmulo físico.

NÃO HÁ CASTIGO, MAS CONSEQUÊNCIA

As almas desses déspotas sanguinários, vítimas da loucura, do egoísmo, da cobiça, autores do morticínio de milhares de criaturas sacrificadas para garantir-lhes a prepotência e a ambição, são como o cavalo selvagem que arremessa o seu cavaleiro ao solo, produzindo-lhe ferimentos nas quedas dolorosas.
Infelizmente, devido à vibração violenta das energias maléficas que ainda excitam-lhe o perispírito, o tirano, o conquistador sanguinário e os seus comparsas, ao reencarnarem na Terra, o trauma psíquico que os perturba violenta-lhes o trabalho harmônico das células físicas, fazendo-os nascer retardados e anormais.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Médium e mediunidade

Os sensitivos não deveriam ser chamados de médiuns. O vocábulo sensitivo apresenta-se como um sinônimo de médium, mas não se refere propriamente a um intercâmbio entre os dois mundos, representando apenas uma faculdade em andamento para a verdadeira comunicação com os Espíritos. Mediunidade é um estado natural da criatura, um dom, um fruto maduro. 
O sensitivo é um fruto verde a caminho da maturidade. Este é encontrado com mais facilidade, por não precisar de certas disciplinas e não aceitar as renúncias indispensáveis à glória da faculdade mediúnica, com Jesus. O sensitivo recebe as sensações através do corpo etérico, que se manifesta em todo o sistema nervoso.

Isto faz com que os sentidos humanos sejam ampliados, de maneira a permitira percepção de certas coisas, chegando a sentir que existem Espíritos aqui ou acolá. Essa certeza se origina da alta sensibilidade de que é dotado pela energia cósmica. Muitos e muitos dos chamados médiuns estão nesse estágio, que não deixa de ser um caminho para o empenho grandioso da mediunidade evangélica. É fácil reconhecê-los pelas fracas interpretações das leis naturais e o pouco interesse pelo bem coletivo. Notam-se, nas comunicações, através dos sensitivos, inclinações para a leviandade, respondendo a perguntas que não levam ao interesse elevado da vida, incentivando vícios e compactuando com difíceis processos primitivos, que visam a assegurar o bem-estar material das criaturas. Esquecem-se completamente do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, colocando a caridade sob uma visão muito pessoal.

Essa é a razão por que muitos estudiosos do espiritualismo combatem a mediunidade, generalizando os fenômenos, sem estudarem com profundidade o despertar da alma, no intercâmbio com os Espíritos desencarnados. Mediunidade é um estado natural do ser humano, é maturidade, e junto a ela há sempre um compromisso firmado no mundo espiritual com os luminares da eternidade e com a própria consciência. O Espírito reencarna já preparado para esse ministério, conhecendo os caminhos pelos quais deverá transitar e os processos que o levarão ao dever bem cumprido. Existem animais sensitivos, mas nunca animais médiuns. Através desta analogia, podereis melhor compreender nossas afirmativas. Todo o combate à mediunidade real se faz por faltarem recursos de análise e compreensão do fato mediúnico. Estudar um sensitivo é uma coisa, e estudar um médium é outra, diferente. Quanto ao primeiro, é fácil detectar a fonte que o inspira, por estar próxima das coisas humanas. O segundo, porém, recebe influências que escapam aos sentidos físicos, por alcançarem outra dimensão de maiores valores espirituais. Quase que somente o médium é quem conhece o que é mediunidade e, mesmo com todo o recurso da palavra que ele possa dominar, ainda assim não expressa a realidade dessa faculdade transcendental. Sensitivos, pelo que entendemos na acepção da palavra, há milhões deles, por toda a parte, anunciando, pelo que fazem, mesmo de maneira primitiva, que existe a comunicação com os Espíritos e que a vida eterna é, pois, a alegria de todos nós. No assunto que ora abordamos, vemos que todo médium é sensitivo, mas nem sempre os sensitivos são médiuns. Temos exemplos de decadência de muitos medianeiros, que começaram bem e terminaram a existência no fracasso, com sua mediunidade. Não é fácil, como alguns pensam, manter essa faculdade espiritual no nível que é assumida, quando se desce a tomar um corpo físico. A mediunidade que tem compromissos com o Cristo na Terra, não pode se esquecer de subir o calvário, com a cruz nos ombros, representando sacrifícios de várias espécies: a renúncia é a característica de seus passos; o perdão, uma norma diária em sua vida; o trabalho, uma obrigação sem queixa; a oração, um dever silencioso; a alegria, uma manifestação de gratidão por tudo o que vê e recebe da vida; a língua deixa de ferir e a cabeça passa a ser um ninho de pensamentos nobres. Tudo o que faz, ela o faz por amor.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Elucidações sobre a Volição e o Poder da Vontade.




Pergunta: Não podemos deixar de nos emocionar ante a constatação dessa possibilidade de o espírito voar liberto das peias do solo físico!

Atanagildo: - Sei que isso vos entusiasma; noto-vos a sensação eufórica e a respiração excitada, ante este quadro atrativo que vos apresento. Como ser-vos-á delicioso volitar no Espaço, após a vossa desencarnação, livres das preocupações com duplicatas, dentistas, armazéns, aluguel de casa ou impostos! Que júbilo ouvir a música das esferas, sentir o perfume embriagador das flores paradisíacas e apreciar a po1icromia de paisagens encantadoras! São revelações que vos arrebatam a estados celestiais, de repouso e contemplatividade; sonhos que realmente vivem no subjetivismo de vossa memória etérica e repontam emotivamente, embora ainda permaneçais reclusos na carne terrena! O espírito encarnado é um viajante que deixou a sua pátria celestial e, mesmo quando ignora essa circunstância, costuma rever fugazmente alguns fragmentos do panorama sublime que o aguarda no futuro, assim como conserva no íntimo a recordação do seu verdadeiro lar celestial. E essas recordações se avivam quando alguém vos associa mentalmente às paisagens cerúleas dos planos superiores, como agora acontece convosco.
O que importa, porém, não é conhecerdes a natureza dos cenários edênicos, com suas sublimidades, mas tudo fazerdes para habitá-los, o que só se consegue através de uma vida digna e liberta das paixões tumultuosas, que intoxicam o perispírito e o impedem de desferir seu alto vôo ardentemente sonhado. Que vale sonhar com os ciprestes do Líbano, os lagos da Itália ou a majestade dos Andes, se nada fazemos para conhecê-los pessoalmente?

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Quem és, exu e o que fazem os espíritos que trabalham nesta vibração?

- Quem és, ó Elegbara, que com teu falo em riste deixava estupefatos os zelosos sacerdotes do clero católico?
- Só pode ser o demônio infiltrado nestas tribos primitivas que habitam o solo árido da África - gritavam os inquisidores zelosos.
- Negros sem alma, que só pensam em se reproduzir, em ofertar para a fertilidade da lavoura. Levem-nos para o Brasil e vendam-nos como escravos, que lá aprenderão as verdades dos "céus"! 
Cá chegando:
 - Quem és, exu, "orixá" amaldiçoado pela dualidade judaico-católica, que não pôde ser sincretizado com os "santos", santificados pelos papas infalíveis?
Quem és, exu, que os homens da Terra determinam que não és santo e, por isso, és venerado às escondidas, no escuro das senzalas, e seus assentamentos ficam enterrados em locais secretos?
Quem és, exu, que o vento da liberdade que aboliu a escravidão "enxotou" para as periferias da capital de antanho?
Quem és, exu, que o inconsciente do imaginário popular vestiu com capa vermelha, tridente, pé de bode, sorridente entre labaredas, e que por alguns vinténs, farofa, galo preto, charuto e cachaça, atende os pedidos dos fidalgos da zona central, que vêm até o morro em busca dos milagres que os santos não conseguem realizar?
Quem és, exu, que continua sendo "despachado" para não incomodar o culto aos "orixás"?
- Exu, é entidade? Então aqui não entra - dizem os ortodoxos que preconizam a pureza das nações.
- Aqui não tem lugar para egum, espírito de morto!
- Exu fica na tronqueira! Médiuns umbandistas, pensem nos caboclos e nos pretos velhos, e não recebem esses exus. Eles são perigosos! - admoestam certos iniciados, chefes-deterreiro. Sim, esses iniciantes e iniciados, que, pelo desdobramento natural do espírito durante o sono físico, vão direto para os braços do seu quiumba (obsessor) de fé, e saem de mãos dadas para os antros de sexo, drogas, jogatinas e outras coisitas prazerosas do Umbral mais inferior. Dia seguinte, sonolentos e cansados do festim sensório, imputam a ressaca ao temível exu. Oh!
Quantas ilusões!!!
- Afinal, que és tu, exu? Por que és tão controverso?
- Eu mesmo vos respondo... Iah, ah, ah, ah! Não sou a luz... pois a luz cristalina, refulgente, só a de Zambi, Olurum, Incriado, Deus, seja lá que nome dão... Não sou a luz... Mas sou centelha que refulge. Logo, sou espírito em evolução. Essa não é uma peculiaridade nossa, só dos exus, mas de todos os espíritos do infinito Cosmo espiritual. Afirmo que não existe espírito evoluído, como "um produto acabado". Todos, independentemente da forma, estão em eterna evolução, pois plenamente perfeito só existe um que é o próprio Absoluto. Assim, perante os "olhos" de Olurum, sou igual aos pretos velhos, caboclos, baianos, boiadeiros, ciganos, orientais... As distinções preconceituosas ficam por conta de vocês. Não sou a luz, mas tenho minha própria luminosidade, qual labareda de uma chama maior, assim como todos. Basta tirar as nódoas escuras do candeeiro que lhes nublam o discernimento e poderão enxergá-la intimamente, ao que chamam de espírito.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Ramatís elucida sobre os sonhos coloridos e em preto e branco.


À noite, quando o espírito abandona o seu corpo adormecido e contempla diretamente as paisagens ou os acontecimentos que se sucedem no mundo astral, a sua percepção psíquica o capacita a fixá-los nas suas cores correspondentes, mas isso não ocorre quando se trata de sonhos produzidos pela emersão da memória astral das vidas passadas ou mesmo das lembranças cotidianas, cujas imagens, então, se apresentam em
preto-branco, mesmo porque são mais comuns as evocações pretéritas e as influências da vida carnal cotidiana quando o espírito se ausenta do corpo físico adormecido.
Uma grande parte dos sonhos é apenas conseqüente dos desejos e impulsos instintivos da criatura, que emergem à noite, impulsionados pela própria luta interior que a alma sustenta entre o senso crítico do inconsciente e do consciente. Neste caso, o sonho é quase que só a revivescência dos próprios conflitos da vida física, que se transformam em imagens atropeladas pelas emersões e recalques mentais, e não qualquer visão ou participação direta do espírito no mundo astral. Quando os sonhos são coloridos e acompanhados de impressões vigorosas, nitidamente recordadas ao despertar, em verdade não se trata de sonhos fantasiados, mas de acontecimentos reais que foram vividos pela alma durante a sua saída astral. Por isso, embora fatos ocorridos durante uma vivência íntima fora do corpo físico, deixam a sensação perfeita de coisas objetivas, que são gravadas definitivamente pela alma encarnada. Em sua maior parte, os sonhos coloridos são frutos dessa observação direta da própria alma nos seus fugazes momentos de liberdade astral, pois quando se trata apenas de flutuações do subconsciente ou de reminiscências da vida cotidiana, à noite, se transformam em imagens branco-pretas.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Os tempos são chegados - Explicações de Ramatís


PERGUNTA: Se examinarmos o passado, verificaremos uma multiplicidade de fatos e de desregramentos humanos, tais como guerras, corrupções e aviltamentos, como ocorreram na própria  Roma, que comandava a civilização do mundo, sem que isso indique terem sido  consequentes de "fins de tempos". Que nos dizeis?
 
RAMATÍS:  É necessário notardes que esses acontecimentos desregrados   comprovam que se processou naquela época a intervenção corretiva do Alto, espécie de "castigo para os pecadores", expressão muito familiar na linguagem sacerdotal humana. Roma resgatou os seus desregramentos sob as hostes dos bárbaros de Átila, lembrando a terapêutica das vacinas; os romanos sofreram o corretivo das mesmas paixões orgíacas que haviam feito desencadear nos seus desregramentos coletivos!
Sodoma e Gomorra, destruídas devido à impudicícia dos seus habitantes, dão provas de intervenção espiritual; Herculano e Pompéia, sufocadas pelo Vesúvio,  desapareceram no auge da devassidão, que se tornava já perigosa à integridade dos povos vizinhos.  Comumente os vossos jornais noticiam terríveis tragédias coletivas, em que se destroem aldeias e se mutilam regiões prósperas, fazendo sucumbir multidões indefesas. Muitas vezes trata-se de decisão formal dos Mentores desses povos, que assim procedem para melhor salvá-los do franco desregramento. Mas seria ilógico que considerásseis esses fatos calamitosos e imprevistos, que vos citamos, como sendo os prólogos dos "fins de tempos" a que se referem as profecias, pois não passaram de acontecimentos locais e não de ordem planetária .
 
PERGUNTA:  Concordamos convosco, mas ficamos confusos ao pensar que fatos semelhantes, ocorrendo atualmente, devam indicar que "os tempos chegaram". Se não fizeram provas, no passado, de serem acontecimentos profetizados, devem porventura ser assim considerados agora?
RAMATÍS:  As catástrofes de Sodoma, Gomorra e Babilónia — como já vos dissemos — foram acontecimentos de ordem local, porque os seus conteúdos psíquicos, deletérios, já ameaçavam perturbar os povos vizinhos, que não mereciam a saturação perniciosa do seu ambiente. No entanto, como já afirmara o próprio Jesus, os sucessos de "fins de tempos", que vos citamos, seriam de caráter mundial; deverão atingir, portanto, todo o globo e toda a vossa humanidade. É certo que determinadas nações, embora participando ativamente dos acontecimentos profetizados e sofrendo prejuízos inerentes aos povos mais infelizes, não serão chamadas a provas tão acerbas.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Casos Teratológicos de Idiotia e Imbecilidade (Causas)



PERGUNTA: Podeis esclarecer-nos sobre se os nascimentos teratológicos são sempre consequência de um Carma pecaminoso, do passado?


RAMATIS:  Os orientais já vos ensinaram que o espírito engendra o seu Carma usando do próprio livre arbítrio que o Pai outorga a todos os seus filhos e que só é limitado quando começa a causar perturbações à coletividade ou à própria criatura no tocante à sua ventura espiritual. Deus permite que seus filhos engendrem os seus destinos até o ponto em que seus atos não perturbem a harmonia da vida em comum. Aqueles que se devotam a uma vida digna, de amor ao próximo e em harmonia com as leis espirituais, engendram para o futuro uma existência tal que os situa entre almas afeitas aos mesmos propósitos elevados e já cultivados na vida anterior. No entanto, a violência, o ódio, a desonestidade, a hipocrisia ou a crueldade, é fora de dúvida que, no futuro, se constituirão em molduras cármicas atuando constantemente na vida dos seus próprios agentes do pretérito. Inúmeras mães que atiram seus filhos nos esgotos após o criminoso aborto, engendram o terrível carma de, em outras vidas, procriarem “monstrengozinhos” repulsivos. Estes, por sua vez, também podem ser almas das criaturas que foram “fazedoras de anjos” em vidas anteriores, ou seja, abortadores profissionais e adversários da vida, apanhados pela lei de retificação espiritual, reencarnando deformados pelas próprias linhas de forças genéticas perispirituais que perturbaram no passado.
O engendramento cármico está claríssimo na advertência de Jesus, quando disse que aquilo que fosse ligado na Terra também seria ligado no espaço. Assim é que os espíritos, quanto mais se odeiam e se digladiam na trama apaixonada da vida física, mais a lei cármica os aproxima e os reúne nas vidas frituras, fazendo-os sofrer entre si os seus próprios desmandos, até que desliguem o que foi ligado na Terra.
A Lei, em seu fundamento essencial, é Amor e não ódio, e as algemas odiosas não podem ser rompidas violentamente, mas sim desatadas cordialmente pelos seus próprios autores e sob a mútua condescendência espiritual fraterna.
Ninguém no seio da vida poderá viver isolado; e muito menos se isolará dentro do ódio contra qualquer outro ser a quem considere seu adversário, pois a Lei sempre se encarregará de aproximar novamente os que se odeiam, até que, através dos recursos cármicos eficientes, consiga fazê-los se unir e se amarem. Por mais demoníaco que seja o ódio entre aqueles que se detestam, a cura definitiva está implícita na recomendação indiscutível de Jesus: “Reconcilia-te com o teu adversário enquanto estás a caminho com ele, para que não suceda que ele te entregue ao meirinho, o meirinho te entregue ao juiz e sejas mandado para a cadeia, de onde não sairás enquanto não pagares o último ceitil”. Não há outra solução para o problema do ódio, pois é de lei sideral que tudo se afinize e se ame; que os astros se harmonizem pela coesão cósmica, que as substâncias se afinizem pela combinação simpática e que os seres se unam pela reciprocidade de afeto espiritual.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Assim é Exu




Há de se ter bem claro que Exu não faz mal a ninguém, ao menos os verdadeiros. Quanto a espíritos embusteiros e mistificadores que estão por ai, encontram sintonia em mentes desavisadas e sedentas por facilidades de todas as ordens.
OS Exus atuam diretamente em nosso lado-sombra e são os grandes agentes de assepsia das zonas umbralinas. Em seus trabalhos, cortam demandas, desfazem feitiçarias e magias negativas feitas por espíritos malignos, em conluio com encarnados que usam a mediunidade para fins nefastos. Auxiliam nas descargas, retirando os espíritos obsessores e encaminhando-os para entre-postos socorristas nas zonas de luz no Astral, a fim de que possam cumprir suas etapas evolutivas em lugares de menor sofrimento.
Assim é Exu: 

  • Por vezes incompreendido;
  • Outras temido;
  • Tantas amado;
  • Mas sempre alegre, feliz, direto no que tem a nos dizer,e incansável combatente da maldade que o próprio homem alimenta no mundo.
Do livro: Umbanda Pé no Chão - RAMATIS