domingo, 27 de abril de 2014

Princípio Espiritual





O princípio espiritual é criado por Deus simples e ignorante. Os processos da Divindade Suprema condutora dos desígnios do Cosmo, ainda não vos é permitido conhecer, pois a ciência terrícola ainda está muito aquém, para que o homem tenha plena compreensão da física cósmica.
Podereis ter apenas uma vaga noção em vossa capacidade de entendimento: o princípio espiritual sempre existiu, pois faz parte dessa chama divina que transcende o tempo e o espaço, que a tudo vê e em tudo está presente, que é Deus, nosso Pai. Acontece que essa partícula se desprende do Todo e inicia sua longa e solitária viagem, extensa jornada evolutiva, tendo que adquirir as potencialidades transcendentais do Criador. Como não há favorecimentos nas leis cósmicas e o Pai é soberanamente bom e justo, seus filhos têm a incumbência de evoluir com experiências próprias. Desde o início, o princípio espiritual tem a necessidade, que lhe é parte indestacável, de aprender, de crescer evolutivamente e retomar ao Todo. É um magnetismo irreversível, pois o Todo é a condição do anjo, do arcanjo, destino inexorável que o espírito alcançará um dia. O princípio espiritual, já tendo passado pelo mineral, pelo vegetal e pelo animal, não necessariamente em um único orbe, pois a evolução não se dá numa única partícula do Universo infinito, conquista, meritoriamente, o direito ao ciclo das encarnações hominais. Nesse momento, então, principia a manifestação da consciência.
O homem-espírito não compreende o mecanismo da morte; não entende quando se vê diante de um semelhante moribundo, caído, sôfrego, no instante do passamento ao outro lado, ao outro plano dimensional da vida. De início, se revolta, tendo uma. concepção muito arcaica e rudimentar da Divindade. Concebe não um Deus, mas vários deuses. Estando preso à matéria, desde o início de sua jornada evolutiva, não consegue abstrair e conceber a Divindade como sendo imaterial, fora do mundo físico e imperceptível aos seus sentidos grosseiros e animalizados.
Idealiza os deuses, como homens iguais a si e a viverem num eterno não fazer nada, num mundo de sonho e de prazer, numa projeção inconsciente das suas expectativas egoísticas do que seja o paraíso celestial; visão saudosista e obnubilada de quando fazia parte do Todo cósmico. Esta é a concepção de paraíso, instalando-se o paganismo.
O homem procura subverter a vontade dos deuses, agradando-os, fazendo-lhes oferendas: presentes, manjares, animais mortos e até o sacrifício do próprio homem, seu irmão, para apaziguar a ira desses deuses, e como oferecimento para obter a dádiva dos Céus. Sua ideação de Divindade é incompleta e limitada. Não consegue interiorizar-se e buscar dentro de si a chama de Deus que está apagada. Assim, se fez na História, nos diversos ritos pagãos que se formaram e em todo início de sentimento religioso: o princípio espiritual acrisolado na carne, preso ao mundo da forma material, buscando voltar ao seio da Divindade, mas com uma ideação e ação individualistas, centradas no ego mais primário. Ocorreu em outros orbes e na Terra, sendo as leis cósmicas únicas a viger na amplidão universal. Chega, num momento propício da programação evolutiva do terrícola, o divino mestre Jesus com sua missão libertadora. Esclarece o reino do Pai, diz que há muitas moradas, que ninguém pode conhecer o seu reino se não nascer de novo, descortinando os ensinamentos do Cristo para iluminação dos homens-espírito. Tendo Jesus cumprido sua missão de maneira irretocável, prossegue o cristianismo vigente, puro, como chama divina e crística a iluminar as consciências. Sustenta se numa mensagem universalista, de amor, em que um Deus único, de compreensão, de solidariedade, serve de alento e conforto a todos, mas encontra receptividade maior nos miseráveis, nos pobres, nos doentes e nos excluídos do poder da época. Nesse meio, encontra naturalmente o solo fértil e propício à propagação das idéias e do socorro que jorrava do Alto, das esferas siderais.

Com o enfraquecimento do Império Romano, vislumbram os mandatários, numa manobra arquitetada para se perpetuarem no poder, a possibilidade de abarcarem e fundirem-se com o movimento cristão, que cada vez mais crescia. Isso feito, a apropriação da religiosidade, da religarse a Deus como forma de domínio das massas, através da incorporação do cristianismo crescente ao Estado imperial também associou todos os ritos, hierarquias, paramentos, símbolos e costumes da religião romana, que era uma colcha de retalhos, um apanhado de várias crenças e ritos pagãos que foram acrescentando-se durante todos os tempos, em decorrência do crescimento e da exigência de manutenção do Império Romano, quando da conquista de outros povos. A partir de então, tem-se o cristianismo como religião oficial do Império, institucionalizando-se a Igreja Católica, desenhando-se a sua organização baseada no modelo romano: as congregações, o clero, os concílios e o papado, com sua posterior ascensão.
Não imaginava a humanidade todas as conseqüências que adviriam dos desvios da mensagem esclarecedora do cristianismo, de sua união com os interesses mesquinhos dos homens, entorpecidos nos intensos prazeres e sensações voláteis que a carne pode propiciar. Numa insatisfação contumaz, fruto das exigências cada vez maiores da rede de intrigas, invejas, ciúmes, vaidades, luxúria, hipocrisias e viciações, que acompanhavam os mandos e desmandos de então, aliados à centralização e ao controle do conhecimento, vão-se criando no carma da coletividade terrícola as condições para a instalação, séculos depois, dos penados mais terríveis e penumbrosos já vivenciados na História recente da humanidade, que foram a "Santa" Inquisição e a ascensão do nazismo, com o holocausto judeu na Segunda Guerra Mundial. Manobra muito bem urdida nas sombras astrais, deu brecha à sua aceitação condição de imoralidade de que o próprio homem foi responsável. A medi unidade e o intercâmbio medianímico, imanente ao princípio espiritual, no corpo físico ou não, encontrou ambiente descontrolado e sem qualquer interesse altruístico; verdadeira mancha escura na aura coletiva da Terra, a demarcar-lhe as repercussões cármicas até os dias atuais.
Poupemos a instituição da Igreja, pois foram os seus componentes, em posição de liderança, encarnados e desencarnados, em simbiose, com seus interesses imediatistas e mundanos, os únicos responsáveis por essa nefasta influência, que tanto mal trouxe das sombras e das trevas do Astral. Não estamos a relembrar-vos fatos negativos. Apenas, esqueceis muito facilmente a
condição de liberdade que tendes hoje, para expressar-vos livremente, religar-vos ao Pai na fé que praticais e no exercício da medi unidade.
Voltemos ao princípio espiritual. Ainda acrisolado na carne, no tentame de voltar ao Todo,e como perdido num grande labirinto, não consegue encontrar a saída. Ora vai para a direita, ora para a esquerda, e quando menos espera, eis que está no lugar de partida. Não é fácil a libertação do mundo da matéria. A medi unidade é prevista pelo Altíssimo para mais rapidamente iniciardes vossa libertação, resgatardes vossas faltas e voltardes ao Pai. Os medianeiros precisam muito de nosso auxilio e temos comprometimento neste sentido, pois não há ociosidade no Cosmo. Quando em trabalho de caridade, no mais das vezes, precisamos criar cenários, numa ideoplastização, a fim de conseguirmos o ato volitivo, da vontade do medianeiro, que precede a formulação do pensamento, que deve ser compatível com o tipo de atividade realizada.
Vamos exemplificar: se estamos num trabalho de varredura energética, de higienização em uma determinada localidade astralina, e a visão desse cenário chocaria e desequilibraria os pensamentos do médium, caindo seu padrão vibratório, criamos na sua tela mental ou à sua volta um cenário fluídico, de um local sujo, que precisa ser limpo e, através desse quadro, no qual nosso obreiro se apóia de forma que lhe é mais familiar, conseguimos o pensamento correspondente e adequado, que nesta exemplificação poderia ser: "Porque este local está sujo e ninguém o limpa?"
A partir daí, mobilizamos melhor os recursos magnéticos, energéticos e fluídicos densos para a consumação final do trabalho. Esse artifício positivo também é muito solicitado no trato com os irmãos desencarnados.
Criamos cenários similares aos da vida que tiveram quando encarnados, a fim de que eles sintam se bem. Esses recursos são utilizados igualmente naqueles medianeiros que têm a clariaudiência.
Utilizamos recursos sonoros, de sonoplastia, para resultado satisfatório. Em ambos os casos,
podemos mobilizar registros, visuais e sonoros, de ideoplastia e sonoplastia, que ficaram no Éter cósmico, como que gravados numa fita magnética. Interceptamos essas gravações, independendo da antigüidade no tempo como conheceis, pois todas estão lá e são acessíveis (1). É como se essas gravações fossem feitas uma em cima da outra e pudéssemos dissociá-las a qualquer momento, capturando a de interesse específico.
(1) Registros akáshicos, na terminologia oriental já familiar no Ocidente, ou memória da natureza. Chegará um dia em que o princípio espiritual libertar-se-á, voltando definitivamente ao Todo cósmico, ao seio do coração divino, contribuindo com a criação, com a harmonia universal, sendo infinito o campo de atuação. Libertai-vos, irmãos, e que o Cristo vos ilumine a caminhada: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".
Muita paz e muita luz!
                                                                                     Ramatís- “Chama Crística”

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