segunda-feira, 7 de abril de 2014

AJUSTE REENCARNATÓRIO




Pergunta:  Se é assim, estamos propensos a crer que, neste caso de ajuste reencarnatório, haja certo protecionismo da Divindade. Parece-nos que, enquanto nas existências posteriores se registram padecimentos atrozes para alguns suicidas, outros gozam de alguns favores como o dessa "piedosa" redução de consciência feita aos suicidas saturados intelectual ou filosoficamente. Que nos dizeis?

Ramatís:  A Lei do Carma sempre age de modo justo e, durante a sua aplicação, aproveita os valores morais já consagrados na contextura da consciência dos espíritos faltosos, para aplicá-los em favor do bem coletivo. Essa Lei pesa desde a mais sutil atenuante e ação benéfica, durante as provas espirituais retificadoras, pois a sua ação é educativa e não punitiva, embora ajuste a causa de um delito a um efeito corretivo sob igual intensidade. Já vos temos lembrado de que a Lei Cármica não tem por função vingar qualquer agravo cometido contra a Divindade, pois não existem agravos que atinjam a Deus ou às autoridades espirituais superiores, pois que os atingidos são exatamente os seus próprios autores, sem a necessidade de um tribunal sideral para avaliar culpas e exarar sentenças punitivas. O processo sideral ajusta os resultados bons ou maus, produzidos pelas causas acionadas pelos seus próprios agentes para, em seguida, auxiliá-los a empreenderem as providências necessárias e indicadoras dos caminhos certos para a sua ventura espiritual.
Se o homem confiasse decididamente na Lei superior, aceitando todos os princípios e convites da vida angélica, assim como o carbono submisso aceita o buril do ourives para se tornar o brilhante formoso; desapareceria toda resistência cármica humana e agiria apenas o sentido espiritual condutor para a felicidade eterna. Embora a criatura não se submeta espontaneamente aos ditames certos da evolução espiritual, a Lei pesa sobre as atenuantes e agravantes ao organizar as reencarnações retificadoras dos faltosos. No caso de um suicídio - quando, apesar de haver destruído a sua vida num momento de insânia mental ou de excessivo intelectualismo, o tresloucado haja sido criatura benfeitora ou deixe motivos ou realizações úteis à coletividade - malgrado o espírito não se livre dos padecimentos específicos ao seu caso, após à desencarnação violenta, gozará de atenuantes na existência futura, graças ao serviço útil superior.

É justo que o escritor, o filósofo, o cientista ou o artista, que hajam sido bons e sinceros em suas obras, devam ser tratados sob melhor condição, apesar de se haverem suicidado pela incapacidade de assimilar os verdadeiros motivos espirituais da existência humana. Cabe-lhes pessoalmente a culpa de terem destruído a sua maquinaria carnal de experimentação humana, mas também merecem a atenuante reeducativa da "piedosa" redução consciencial, se anteriormente visavam elevar o padrão moral do mundo, apesar de sua imaturidade espiritual tê-los cegado sobre a vida imortal. No entanto, seria flagrante a injustiça, se a Lei também aplicasse o mesmo tratamento àqueles que não trepidam em se suicidar, abandonando covardemente a sua família e a responsabilidade da vida humana, apenas porque já se encontram fartos de todas as sensações inferiores e se rebelam contra os reveses da experimentação espiritual. A reencarnação corretiva e a reeducação psíquica atenuada Poderão modificar o ex-suicida, transformando-o mais rapidamente num tipo de alma benfeitora e laboriosa e que, após despertar a sua sensibilidade espiritual, ainda será mais útil à humanidade, porque se trata de criatura também aprimorada pela razão. Mas ao 'suicida rebelde, frustrado pelo prazer, ou vingativo, só a dor incessante será capaz de romper os grilhões do seu instinto inferior e das paixões insaciáveis, que prendem a alma às existências de caprichos e desejos pessoais, à maneira do caramujo na sua concha egocêntrica.
A Sobrevivência do Espírito – Ramatís e Atanagildo/Hercílio Maes - Editora do Conhecimento.

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