segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Guerra entre familiares, como combatê-la?


“aquele que conhece o inimigo e a si mesmo, lutará cem batalhas sem perigo de derrota;  para aquele que não conhece o inimigo, mas conhece a si mesmo, as chances para a vitória ou para a derrota serão iguais;  aquele que não conhece nem o inimigo e nem a si próprio, será derrotado em todas as batalhas.” 
(Do livro: Sun Tzu – A Arte da Guerra.)

Nos templos religiosos é comum as pessoas relatarem problemas de desentendimento entre os parentes  dentro de seus lares. São os antagonismos e a intolerância que levam esses mesmos familiares aos desentendimentos mais estressantes.
Os consulentes chegam as casas de umbanda, por exemplo, exauridos e enfraquecidos psiquicamente, reclamando absolutamente de tudo culpando e responsabilizando a todos! Mas o que podemos fazer para amenizar essa situação?
Quando os membros de uma mesma família se hostilizam, não se respeitam e não cultivam os bons modos dentro do lar, está claro que existem inúmeros problemas. Uns culpam os outros por seus fracassos, por suas frustrações, pelas derrotas pessoais, etc. Outros transformam-se em eternas vítimas, escondendo-se por trás das desculpas esfarrapadas de cada dia , das hierarquias (conveniência) e do orgulho.  
Milhares de consulentes chegam as boas casas umbandistas, deprimidos e irritadiços, cansados e endurecidos, porque acreditam que o outro lhes provocou e lhes feriu primeiro... será mesmo? E se for verdade como fazer para evitar esses atritos desnecessários? 
O problema está dentro de você! 
Por exemplo: 
Maria é irmã de João e os dois vivem às turras. João hoje falou desaforos para Maria, que por sua vez retrucou. Nesse combate ele levou a “melhor” e ela ficou furiosa por todo o dia, completamente azeda e irritada. Todas essas reações lhe acarretaram tremedeira pelo corpo e uma dor de cabeça daquelas. 
Convenhamos meus amigos, Maria, a nossa personagem fictícia, escolheu perder o controle, não foi o que o seu irmão lhe disse ou como ele lhe disse que a tirou do sério, mas sim a forma como ela assimilou os xingamentos. O problema está com Maria, que deixou-se conduzir pelos caminhos da raiva, ela mesma deu entrada às provocações do irmão e ainda permitiu que sua mente reproduzisse a cada minuto as imagens desagradáveis do desentendimento anterior e os xingamentos recíprocos.
Quanto mais pensava, mais se enraivecia e mais envenenava-se. O resultado disso como já sabemos foi uma terrível dor de cabeça.
Façamos agora o contrário para mostrar que o controle emocional pode ser nosso maior aliado.
Por exemplo: 
Maria e seu irmão João não combinam e hoje ele lhe falou desaforos. Ela por sua vez não se incomodou. Ele insistiu nos xingamentos, mas ela não aceitou suas provocações e por isso levou a melhor. João sentiu-se mais irritado e frustrado porque ficou falando sozinho.
Por que a personagem da nossa historinha no segundo exemplo levou a melhor? Porque ela não aceitou nem ser MANIPULADA nem INFLUENCIADA pelo mal humor e pelas grosserias do irmão. 
Devemos ter o controle das nossas vidas e escolher para nós o melhor caminho, pois não devemos nos esquecer que a cada dia, nasce uma nova oportunidade de melhoramo-nos, ela nos convida à reforma íntima e ao auto controle. Claro está que devemos ter equilíbrio sempre, é isso ou entregar nas mãos dos outros a nossa vida. Reflitamos agora: 
Você confiaria seu filho pequeno a alguém que acabou de conhecer na rua?
Entregaria as chaves da sua casa para um estranho?
Confiaria a um desconhecido a senha do seu cartão de crédito?
Entre um médico formado e um charlatão, com qual desses conscientemente você se consultaria? 
Se todas as suas respostas para estas perguntas foram NÃO, então fica fácil compreender que não devemos entregar nas mãos de quem quer que seja a nossa vida! Ela nos pertence e por isso devemos cuidar muito bem dela e disso depende nossa saúde psíquica.
Os desentendimentos nos núcleos familiares são comuns, infelizmente temos problemas, não somos perfeitos, nascemos no físico para consertar o estragos que fizemos no passado (vidas pretéritas) e, por isso, há tantos desentendimentos entre os que estão unidos pelos laços consanguíneos (antagonismos). Mas torna-se necessário o entendimento de que o outro não é o culpado por nossas derrotas (na fase adulta), mesmo que haja inimizade, provocação, maldades, perseguições, maus tratos de uma ou de ambas as partes. Quem determina o que entra em nosso coração e em nossa mente somos nós, se nos irritamos e aceitamos as provocações devolvendo-as num sentimento de raiva é porque aceitamos guerrear com o outro. Esse “outro” pode ser nosso esposo (a), filho (a), pai, mãe, irmão (ã), vizinho (a), colega de trabalho, chefe, etc.
Parece absurdo, mas a verdade é que depois de algum tempo de análise e de estudos aprofundados em livros de psicologia, entendi finalmente que tudo o que me acontece, só acontece porque eu permito, ou seja, a irritação com o outro, a raiva, as antipatias, o nervosismo.
Tenho o poder de escolher como vai ser o meu dia, se vou ou não aceitar as provocações de pessoas azedas e que estão afim de despejar na primeira vítima as  suas frustrações!
Mesmo que o parente com quem não estamos nos entendendo nos faça uma maldade, por exemplo, um insulto, uma injúria, uma ofensa, uma acusação injusta, se vamos nos irritar e lhe desejar um péssimo dia ou se iremos persegui-lo para tirar satisfação e até nos atracarmos com ele, isso dependerá do nosso modo de pensar, se vale a pena ou não aceitar que esse ente familiar mal humorado nos diga como será o nosso dia.  Será que esse nosso familiar mereceria de nós, a postura da raiva e dos maus pensamentos? Com certeza não!
Sei o quanto é complicado quebrar as barreiras dentro de um lar e como é difícil manter o controle das emoções diante de insultos, ofensas e agressões, mas é preciso buscar pela razão e pelo equilíbrio. É bom pensar mil vezes antes de agir de cabeça quente, isso pode nos ajudar a não cair em ciladas preparadas pelos obreiros das trevas, pensemos mais nisso!

Axé!


Letícia Gonçalves

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