sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Como obter o fracasso – A história de Tarcísio.





Tem receita pra tudo, né? De como ser um vencedor na vida, como se dar bem com a mulherada, como ser muito rico, como conquistar o marido perfeito, etc. Tem para todos os gostos e muita gente, pra não dizer todo mundo quer uma dessas receitas de sucesso. O que poucos sabem é que somos especiais mesmo e temos dentro de nós todos os recursos necessários para desenvolvermo-nos confiantes, saudáveis, seguros e competentes em tudo! O problema é que esta receita exige de cada um de nós o autoconhecimento, a disciplina, os pensamentos superiores, a generosidade, a força de vontade, entre outros.
Por isso é que tem muita gente literalmente no chão, deitado ou sentado (fracassado) sem fazer nada para melhorar a vida.
O pessimismo e o sentimento de incapacidade são na verdade ferramentas inúteis que desenvolvemos em nós e que estão aquém do que realmente devemos ter e ser, como espíritos em crescimento e ascensão ao Pai. 
Como obter o fracasso é um título forte e ruim, mas queremos mostrar o que nunca devemos fazer, vejamos a história...



Tarcísio era um jovem rapaz, estudante de medicina e estava no primeiro período. Recém chegado à faculdade estava feliz e cheio de planos, mas como todo jovem da sua idade, ainda tropeçava na insegurança e nas dúvidas.
Queria fazer engenharia, mas os pais forçaram a barra e fizeram uma pressão, porque na família ainda não havia médico, ah!!!! Engenheiro ganha bem, mas... medicina é uma grande profissão, sem sombra de dúvidas! Os médicos são ainda vistos como heróis... E o moço ouvindo tudo isso ora da mãe, ora do pai, cedeu. 
Para dizer a verdade ele não curtia muito essa de ser médico, mas para deixar os pais felizes, já que eram para ele os melhores do mundo, por que não satisfaze-los?
Nos cálculos ele era bom, nos desenhos também, mas medicina seria algo a se gostar no decorrer do curso.
Logo aprendeu que era preciso ter vocação. Inteligência é o primeiro quesito e isso ele tinha em abundância, mas a vocação para medicina é o passaporte para esta nobre profissão e isso ele não tinha (missão assumida antes da encarnação).
Sentia-se mal diante dos colegas, vendo-os tão animados e felizes com a profissão escolhida, cheios de orgulho do que seriam no final de todo aquele processo. Tarcísio pensava que não deveria estar ali, mas não desapontaria os pais. Os pensamentos eram os piores e cresciam a cada tempo, do tipo: não gosto do cheiro de sangue, não gosto de estudar nem de mexer em cadáveres!
E quando tomou a decisão de desistir do curso, conheceu Camila, aquela que seria sua eterna namorada. Um pouco mais velha que ele, extremamente bela e muito inteligente, encantou o rapaz, o hipnotizou e o jovem já não sabia mais o que fazer... um dilema nascia em sua vida, ser ou não ser médico, eis a questão.
Abandonar o curso agora? Com aquela linda pequena lhe dando mole? Correr o risco de perde-la para os rapazes assanhadíssimos, seus colegas de curso? Jamais! 
Nascia uma paixão e junto com ela muitas dúvidas e pensamentos negativos que cresceriam muito ainda e tomariam formas assustadoras no decorrer de sua vida.

Tarcísio sentia medo de perder Camila, sentia medo de não ser um bom médico, tinha  dúvidas quanto a especialidade médica que escolheria. Temia não ser competente o suficiente, não gostava intimamente de lidar com gente doente e não acreditava que poderia cuidar bem de pessoas...
Pensou em trancar a faculdade e dar um tempo, mas Camila não concordou, os pais não entenderam os argumentos e ele desistiu de confiar e seguir sua intuição.
Alguns anos se passaram e Tarcísio estava pior! Agora ele se odiava porque achava-se um covarde. Continuava o namoro com a doce Camila e tudo indicava casamento, as famílias já se adoravam e faziam planos juntas.
Ele era muito inteligente, esforçado, mas não confiava em si, havia um medo crescente de fracassar.
Dizia para si mesmo sempre: “Acho que não serei um bom médico, não gosto do que faço, não estou seguro quanto a profissão que escolhi, tenho medo de decepcionar meus pais. Se bobear vou perder minha noiva! Não sou um cara especial como ela diz, não me sinto especial... ” 
E a cada dia ele se tornava um homem amargurado por dentro, até que em dado momento  tudo começou a dar errado...
Tarcísio cometeu falhas graves durante sua  residência, erros grosseiros. Só deparava-se com pacientes nervosos, agitados, mal educados e agressivos, que lhe hostilizavam. Isto lhe causava mais angústia, mas já era tarde para voltar atrás, agora ele precisava consertar os erros e seguir em frente. Mas não dava certo, nem em casa com os pais que o percebiam cada vez mais infeliz e muito estressado nem com Camila, a noiva que ele tanto amava. Parecia que tudo desmoronava e até os colegas de faculdade lhe cobravam atitudes que ele sabia que não tinha.
Nas cirurgias acompanhadas pelos médicos veteranos, Tarcísio sentia-se tão inseguro, os pensamentos eram ruins, ele não confiava em si, chegava mesmo a tremer discretamente.
Num dia de folga tomando uma cervejinha com um amigo, contou-lhe o seu drama pessoal já encorajado pelo álcool. O amigo lhe compreendeu e logo lhe deu uma “boa” ideia (de jerico), orientou-lhe a tomar calmantes, doses suaves antes das cirurgias, só para descontrair e relaxar, já que entrava no bloco cirúrgico tenso a ponto de desmaiar! No que Tarcísio aderiu imediatamente à péssima ideia.
No início foram doses pequeninas prescritas em segredo por um colega incauto, com o tempo elas não mais eram suficientes, já que o medo e a insegurança, aliados ao sentimento de inferioridade e profundo descontentamento consigo mesmo, lhe assassinavam a paz de espírito. O rapaz começou a usar drogas discretamente antes de entrar para o bloco cirúrgico, no início sentiu-se seguro e “lúcido”, “esperto”, ouvia bem, sentia-se o melhor e o medo... que medo? Este lhe “abandonara” há tempos.
Mas longe das drogas ele em segredo deprimia-se, sentindo-se pior e mais dependente.
Formou-se e alguns anos depois casou-se com Camila, depois de três anos de casados separaram-se! Ela não o suportava mais, sentia náuseas só de olhar para ele e tudo porque tornou-se um homem arrogante, presunçoso e incrivelmente negativo! Não confiava em si, portanto não confiava em ninguém. Sentia-se um lixo por ter assumido uma profissão que respeitava muito, mas que não queria pra si, por isso via e tratava seus pacientes como lixo!
Era acobertado pelos colegas de trabalho quando cometia pequenos erros durante os atos cirúrgicos, principalmente quando os pacientes eram pessoas anônimas e pobres. O tempo passou e erros mais graves foram cometidos por Tarcísio sem que ele buscasse se corrigir, o efeito dos entorpecentes que usava estavam em seu sangue e em seu cérebro durante as cirurgias que fazia.
Até que um dia, durante o ato cirúrgico, sob efeito de drogas, retirou um rim sadio de um paciente!
A coisa ficou tão difícil a partir daí pra ele, que várias investigações levaram para outros erros médicos antigos, cometidos por Tarcísio, que levaram alguns pacientes a óbitos.
A essa altura nosso personagem já era dependente grave de cocaína, mal visto pelos colegas, estava de relações cortadas com os pais e com a esposa e respondendo a vários processos na justiça, correndo grave risco de ser preso.
E tudo porque desde o início alimentou sua mente somente com pensamentos negativos e inferiores, derrotistas e de baixo teor. Jamais teve coragem de mudar as escolhas na sua vida e lamentou-se por isso todo o tempo.
Aí está a receita de como obter fracasso.

Devemos sempre dizer o que queremos e como queremos afirmativamente, sempre com energia, alegria e coragem!
Devemos alimentar em nós pensamentos positivos, repetindo várias vezes mentalmente o que queremos ser e o que queremos ter e não o contrario!
A mente é poderosa e os pensamentos se materializam, mais cedo ou mais tarde a nosso favor ou contra nós.
Não devemos alimentar o sentimento de fracasso em nós nem o medo, pois esse em excesso nos paralisa diante da vida.
A receita da felicidade está em sermos o que realmente queremos, alegrando ou não os nossos pais. E para isso é preciso investir em nós mesmos de forma consciente, saudável e positiva e sempre instruindo-nos.
Vale lembrar que a colheita é de acordo com o nosso plantio.

Axé!

Letícia Gonçalves.

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