segunda-feira, 25 de maio de 2015

O receituário mediúnico dos "pretos-velhos", índios e caboclos




PERGUNTA: Que dizeis sobre as receitas mediúnicas formuladas pelos espíritos de índios, caboclos ou "pretos-velhos", os quais, embora sejam leigos em medicina, prescrevem ervas, remédios caseiros ou homeopatia, que às vezes produzem curas extraordinárias?



RAMATÍS: São espíritos que estiveram reencarnados nesses ambientes de costumes um tanto primitivos; portanto, é natural que ainda se mantenham seus hábitos e convicções anteriores. Então, receitam infusões de ervas curativas, xaropes, fortificantes, homeopatia ou demais tipos de remédios para debelar os males do corpo físico. Aliás, esses espíritos mais caritativos e serviçais, depois de desencarnados, mobilizam no Além todos os seus recursos, no sentido de aliviar o sofrimento dos terrícolas, praticando um curandeirismo tão pitoresco quanto o a que já se haviam habituado na Terra. Muitos desses espíritos bondosos, mas ainda incapacitados para atenderem aos empreendimentos espirituais superiores, sublimam sua ansiedade caritativa na realização de tarefas a favor dos "vivos". Então, os guias espirituais aproveitam sua boa intenção e índole fraterna, embora ainda se trate de almas inexperientes e de graduação primária. Merecem-lhes todo o carinho e tolerância, uma vez que se devotam aos enfermos do corpo e espírito, quer ministrando-lhes o bom conselho, o medicamento e até protegendo-os contra o assédio das falanges trevosas.

Nas residências mais afastadas dos centros populosos, a homeopatia ainda é o socorro de urgência substituindo o médico ausente e atendendo desde o netinho endefluxado e o vovô reumático, até a titia vítima de pertinaz enxaqueca.

Embora reconheçamos sinceramente os benefícios salutares prestados pela medicina alopática, a verdade é que as crianças tratadas exclusivamente pela homeopatia livram-se das injeções dolorosas e das reações alérgicas e dos efeitos tóxicos causados pelos medicamentos corrosivos. A farmacologia alopática, malgrado o seu êxito, também, em certos casos, produz conseqüências agressivas e indesejáveis nos organismos mais sensíveis. Às vezes intoxica o fígado e provoca a inapetência, ou "falta de apetite"; doutra feita, congestiona os rins, normaliza o estômago, afeta o intestino, contrai o duodeno, mancha a pele, produz urticárias ou cefaléias características das opressões sanguíneas. Assim, a pobreza do vosso país prefere essa medicina pitoresca exerci da pelos espíritos de índios, caboclos ou "pretos-velhos", que ministram ervas, remédios caseiros ou homeopatia, no desejo louvável e cristão de servir o próximo sem interesse ou vaidade pessoal. Ansiosos em proporcionar o maior bem possível, eles servem-se tanto dos médiuns de "mesa" como de terreiro, pois só lhes importa exercer um serviço benéfico. Embora a medicina acadêmica censure esses espíritos, que realmente ignoram os recursos avançados da terapêutica moderna, o certo é que eles seguem humildemente o Mestre Jesus, quando recomendava: "Ama o próximo como a ti mesmo" e "faze aos outros o que queres que te façam".



PERGUNTA:  Por que, embora se trate de espíritos bondosos e caritativos, nem sempre os "pretos-velhos" ou caboclos conseguem o êxito desejado nas suas prescrições medicamentosas? Porventura não gozam da faculdade de premonição durante a sua assistência espiritual junto aos enfermos da Terra?



RAMATÍS:  São almas que servem o próximo de modo incondicional, deixando a Deus o cuidado de promover o merecimento de cada criatura, pois o seu princípio fraterno é sempre o de "ajude e passe". 1 Aliás, sabeis que os próprios espíritos angélicos não podem sustar as provas cármicas dos encarnados, quando o sofrimento humano tem por fundamento principal a redenção espiritual do enfermo.


1 - Nota do Médium: Conceito de André Luiz na obra Agenda Cristã.

O artificialismo das drogas, às vezes não passa de um entrave à própria limpeza espiritual. A dor e o sofrimento, embora sejam condições indesejáveis por todos os seres humanos, constituem um processo eficaz para drenar as nódoas, crostas e emanações fluídicas que afetam o metabolismo delicadíssimo do perispírito. Eis por que Jesus, o inconfundível guia da Humanidade, tanto exaltou o sofrimento na sua função redentora e o louvou de modo incondicional no sublime "Sermão da Montanha", destacando-o na sua memorável exortação: "Bem-aventurados os que sofrem, porque deles é o reino dos céus"!

Nesse conceito esperançoso o Mestre exaltou a dor como função purificadora do espírito enfermo, tendo esclarecido, depois, que o "reino dos céus" é semelhante a um "banquete divino", no qual só podem comungar aqueles que já vestiram a "túnica nupcial"! 2

Indubitavelmente, só o perispírito diafanizado pelo expurgo das toxinas vertidas pela alma doente pode significar a "túnica nupcial" porquanto é ele, realmente, o envoltório do espírito eterno. Contudo, apesar dos louvores enunciados por Jesus, quando exaltou a ação redentora do sofrimento, Ele não aconselhou a indiferença diante da desventura alheia. A necessidade do amparo mútuo em nossos sofrimentos foi exemplificado pelo Mestre Divino ao aceitar a ajuda de Simão Cireneu para carregar-lhe a cruz na subida do Calvário. O socorro à criatura humana durante o seu padecimento é sempre oportunidade benfeitora, em que o homem pode exercitar os seus bons sentimentos e despertar a sua natureza angélica.

2 - Vide capítulo 18, "Parábola do Festim de Bodas", obra "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec, edição da Livraria da Federação Espírita Brasileira.

A atitude mais certa perante Deus ainda é a de "Amar o próximo como a si mesmo", quer mereça ou não. Em qualquer circunstância da vida terrena a indiferença diante da dor e do sofrimento alheio é sinal de crueldade, mesmo quando temos convicção de que o próximo se submete ao processo cármico de sua própria redenção espiritual. A caridade não é resultado de um programa aprovado em discussões onde primeiramente se julga do merecimento do necessitado ou do melhor aproveitamento espiritual dos seus próprios idealizadores. Na verdade, é fruto de sentimento tão espontâneo quanto o da flor oferecendo o seu perfume sem qualquer interesse oculto. Quando Jesus afirmou que "Só pelo amor será salvo o homem", ele extinguiu definitivamente qualquer dúvida quanto à nossa verdadeira atitude diante do sofrimento alheio.

A sua recomendação dispensa comentários e elimina indecisões, pois revela o segredo de o homem alcançar mais breve a sua própria felicidade. O Mestre não fez exceções nem destacou privilégios, mas recomendou-nos um amor incondicional, desinteressado e puro! Eis por que os espíritos desencarnados, que realmente confiam nos ensinamentos do Cristo, curvam-se humildes e devotam-se ao bem alheio sem quaisquer julgamentos prematuros ou pretensões egoístas.

É o que acontece aos "pretos-velhos", caboclos e silvícolas benfeitores, que trabalham incondicionalmente a favor dos sofredores encarnados, pois, embora ainda não sejam diplomados pelas academias do mundo, eles se consagraram na escola do amor do Cristo! 3

Assim, eles receitam o xarope, a erva, a mezinha caseira ou a homeopatia, despreocupados da crítica dos médicos ou cientistas terrenos, mas certos de que Deus saberá decidir quanto ao merecimento dos enfermos que forem socorridos.

3 - Nota do Médium: Vide esse conceito e suas considerações mais amplas nos capítulos 33 e 34, "Definindo Rumos" e "Em Aditamento", que fazem parte da obra Lázaro Redivivo, ditada pelo espírito de Humberto de Campos a Chico Xavier, edição da Livraria da Federação Espírita Brasileira.



E graças à condição de espíritos desencarnados, eles ainda podem servir melhor os enfermos encarnados, porque os examinam diretamente no perispírito e assim identificam-lhes a enfermidade, por vezes considerada incurável, quando sob os cuidados da vossa medicina.



Do livro: Mediunidade de Cura – Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.

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