terça-feira, 1 de setembro de 2015

BAIXA AUTOESTIMA




Todos sofremos de algum mal.
Sem a pretensão de parecermos certos, falaremos com simplicidade sobre este tema que assola milhares de almas pelo mundo, no intuito de refletirmos sobre nosso Eu.
Estamos a todo tempo fazendo uma avaliação sobre nós mesmos, positiva ou negativa e acontece automaticamente. Nos auto avaliamos, nos sentimos capazes ou não (autoconfiança), podemos estar satisfeitos ou não  com quem somos (autoimagem). Ainda nessa vertente, aprendemos desde cedo a analisar e julgar nossas capacidades, talentos, competências e conhecimentos, sempre nos comparando com o outro.
O mais recomendado é não seguirmos além de nossos limites o “padrão” tão exigido pela sociedade, mas sim buscarmos nos sentir na medida do possível satisfeitos com quem somos e com o que temos, é claro que sempre nos reciclando nos estudos atualizando-nos para a vida.  Infelizmente não é assim que a maioria de nós faz, pois desde pequeninos aprendemos com nossos familiares que para sermos aceitos dentro de um grupo social e até mesmo familiar devemos buscar meios e afinidades, deixando de lado o que gostamos e desejamos ser para transformarmo-nos no que querem que sejamos, ou seja, temos que criar um estereótipo que ganhe a aceitação e aprovação de quem amamos. O diferente quase nunca  é bem vindo.
Também aprendemos desde cedo que o feio é algo “ruim” e o belo é algo “bom” (padrões). Que ter é mais importante do que ser e que precisamos nos encaixar perfeitamente aos rigorosos padrões criados pelos outros senão seremos vítimas do preconceito, subjugados e ridicularizados.
Crianças obesas sofrem bullying em silêncio por fugirem do estereótipo.
Meninos muito magros são rejeitados pelas garotas porque fogem ao “padrão” de beleza masculino. Crianças com déficit de atenção com hiperatividade são normalmente encaradas como um problema nas escolas, são segregadas da turma, sofrem punições por parte dos professores, etc.
A opção sexual que foge aos conceitos de “normalidade” dentro de uma sociedade preconceituosa como a nossa, é posta em segundo plano com sérios prejuízos morais para os que são “diferentes”.
Os negros ainda são vistos como pessoas inferiores e incapazes.
Os obesos mórbidos, tão incompreendidos pela sociedade sofrem rejeições, são vítimas do escárnio e do preconceito públicos e a acessibilidade ainda é um projeto de gaveta.
Muitas mulheres enchem-se de silicone por todo o corpo, lábios extremamente deformados, seios grandes, bunda empinada, maquiagens fortes, personalidades distorcidas em busca da aceitação e do amor de uma sociedade machista. Uma geração de narcisos musculosos que não “malha” o cérebro! Chegam à maturidade profundamente deprimidos  e doentes porque só viveram para o corpo  e em função dele em nome da vaidade exagerada, sem se darem conta de que a vida exige muito mais de nós.
Então o que fazer para agradar e garantir um lugar ao sol (ser aceito) quando descobrimos que não somos nem tão belos, nem tão magros, nem tão inteligentes e interessantes, nem tão extrovertidos
nem tão elegantes e ricos?
Nossas limitações e diferenças são tão cruelmente comparadas primeiro por nós mesmos como acima citamos, e observadas, criticadas e julgadas por milhares de pessoas a nossa volta (escárnio), críticas negativas nos são feitas no intuito de reduzir-nos a “pó” pelos colegas de trabalho, pela parentela, vizinhos, cônjuges (recalque).
Resolvi falar sobre este tema porque percebo que muitas pessoas enfrentam esses problemas sem coragem para mudar. Passam anos encarcerados em dores psicológicas, medos, inseguranças, crenças negativas, pessimismos, fobias, traumas, rancores, inúmeras crises de depressão, envolvidas em sentimentos intermináveis de culpa e raiva, doenças, taras e sentindo-se os “patinhos feios” da Criação Divina.
É preciso lançar um olhar para nosso interior como médicos, quem irá ao nosso socorro senão nós mesmos?  
Quem não se estima vive prisioneiro das cismas e da tristeza, torna-se pessoa irritadiça, mal humorada e passa a descontar nos outros suas frustrações como o caso do controlador que tenta manipular sentimentos e opiniões a seu favor.
Quem não se ama nunca está satisfeito com sigo mesmo, por isso vê no outro tudo ou quase tudo o que queria ter e ser. Esse pensamento traz outras afirmações desarmonizadoras tais como: só serei feliz se ele (a) estiver sempre ao meu lado; “preciso de você para ser feliz”, “não posso viver sem seu amor”, “sem você nada vale a pena” e por aí vai...
A insegurança demonstra pouca confiança em si, não acreditamos ser capazes de fazer determinadas coisas. Julgamo-nos inferiores, incapazes limitando-nos a fazer somente coisas fáceis, porém é muito difícil para alguém que é muito inseguro desafiar-se.
O inseguro acaba tornando-se pessoa dependente. Evita tomar decisões por si mesmo sem antes pedir opinião, acaba necessitando mais do que é saudável da aprovação alheia para viver.
Os medos não trabalhados ao longo da vida tornam-se monstros que vivem dentro de nós. O inseguro crônico na minha opinião, não se arrisca em novas aventuras sozinho ele precisa de alguém por perto sempre.  Pessoas demasiadamente inseguras são na verdade dependentes. Não foram educadas aprendendo desde cedo a tomar decisões e fazer escolhas.
É interessante permitirmos que as crianças participem dos assuntos familiares agradáveis e saudáveis, estimuladas a falar o que pensam ou dizer como se sentem para que assim, desde sempre já aprendam a interagir descobrindo seu lugar no mundo. Obviamente seriam diálogos em grupo saudáveis e instrutivos para cada fase da vida desses pequeninos. Os pais devem fornecer campo para que seus pequeninos aprendam a se expressar, a ouvir e expor suas ideias e pensamentos e com isso, poderão se sentir inclusos no grupo familiar sentindo-se amados, respeitados e valorizados.
Seguem abaixo algumas características próprias daqueles que têm baixa autoestima:
-São possessivos
-São controladores
-Fazem chantagem emocional para conseguirem ser ouvidos e aceitos ou para fazer valer sua vontade.
-Sentem-se as próprias vítimas do mundo.
-São extremamente ciumentos
-São pessimistas com relação ao futuro e com relação a si mesmo
-Não gostam muito de investir em si
-As críticas, mesmo as construtivas lhes causa melindre
-Fogem dos cuidados com o corpo
-Não confiam nas pessoas
-Sentem necessidade de serem elogiados e reconhecidos em tudo, caso isso não aconteça ficam profundamente contrariados
-São muito críticos
-Existe a necessidade de falar mentiras
-Cobram atenção dos outros demasiadamente
-Sufocam os parceiros com sua carência
-São inseguros
-Desenvolvem medos e crenças negativas
-Têm imensa dificuldade em enfrentar problemas do cotidiano
-São rancorosos
-Dificuldade de perdoar
-Humor oscilante
-Sentem-se inferiores aos outros
-Sentem inveja mesmo não admitindo
-Sentem vergonha excessiva
-Constrangem-se diante de pessoas bem sucedidas
-Têm tendência a depressão
-Sentem-se culpados por tudo, até pela culpa que não têm
-A fé em si mesmos oscila muito
-Tendem a duvidar dos outros
-Necessidade de agradar (subornar) o outro para compensar as culpas.
-Tendência suicida (ou já pensou alguma vez em suicídio)
-Carência afetiva
-Gosta de chamar atenção pra si
E como não há quem não sofra neste orbe de algum mal como alhures citei, o melhor a fazermos é a reforma íntima, é auto investigação, é transformação interna que é lenta e progressiva.
Cuidar de si mesmo não faz bem ao outro, somente a nós mesmos.
Amar a si mesmo traz felicidade plena desde que haja equilíbrio.
Se sofro com baixa autoestima e nada faço para melhorar, certamente cairei em depressão muitas vezes na  vida, acalentarei medos, dores psicológicas, culpas e raivas.
Ao me comparar com alguém sempre ficarei por baixo sentindo-me inferior, porque nessas comparações o outro sempre é melhor e maior.
Na nossa fase adulta podemos mudar tudo o que está errado e nos faz sofrer, nossas escolhas, atitudes, traumas, medos, culpas, etc. Basta que busquemos ajuda completamente crentes, dispostos e confiantes de que é possível obter a cura, mesmo diante de traumas terríveis. Nada é fácil, mas tudo é possível para aquele que crê em Deus e em si.
E para crer só precisamos querer.

Axé!


Letícia Gonçalves.




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