sábado, 17 de junho de 2017

FELICIDADE E CASAMENTO





Ser feliz é a meta que toda criatura deseja alcançar na vida. Cada um tem uma ideia própria do que é ser feliz, cada indivíduo deseja sentir satisfação plena e há muito tempo esse tema chama-nos a atenção, pois em todo o mundo o significado de ser feliz difere de uma pessoa para outra de acordo com as necessidades de cada um. Uns vão querer ter muito dinheiro, outros paz de espírito, milhares de pessoas irão desejar a cura para suas enfermidades, outras apenas reencontrar os entes queridos há muito distanciados. Cada um de nós traz consigo uma ideia de como seríamos felizes se tivéssemos isso ou aquilo...

Para os muito enfermos a cura para seus males seria motivo de felicidade, para os materialmente pobres seria ter muito dinheiro. Os carentes, solitários e desprezados seriam felizes se fossem amados, já os orgulhosos seriam plenos de satisfação se todos os seus caprichos se cumprissem e assim por diante cada um de nós almeja ser feliz de um jeito único, particular e intrasferível porque cada um tem um pensamento já definido a respeito da felicidade, isso está de acordo com a capacidade de entendimento de cada um de nós.
O tema central de nosso modesto texto refere-se ao casamento, mais propriamente aos casais que veem um no outro a oportunidade de serem felizes. O erro, porém, está ao nosso ver na forma como desejamos ser felizes, isto é, intimamente transferimos para o outro a responsabilidade em nos fazer felizes, o que na maioria das vezes resulta em fracasso nos relacionamentos porque ao invés de vermos o (a) companheiro (a) de jornada evolutiva como realmente é, observando-lhe as virtudes e defeitos sem falsas expectativas, mas com olhos de um bom observador, que estuda se o (a) candidato (a) a “dono” do “seu coração” poderá contribuir para o nosso crescimento moral e para nossa felicidade. Eu disse contribuir e não ser o responsável por tal coisa, simplesmente porque não há nesse mundo quem tenha essa capacidade! Ninguém pode fazer feliz o outro, essa é uma missão que cada espírito tem e como disse alhures, é uma tarefa individual e intransferível de cada criatura humana.
Os casais devem se analisar com carinho, respeitando-se mutuamente, deixando a individualidade do outro, intacta, pois cada um tem o seu modo de pensar e de ser.
Contribuir para a felicidade do parceiro é respeitar o ir e vir de ideias, de pensamentos qu muitas vezes destoam dos nossos e de atitudes e manias próprias da personalidade de cada um, sem que com isso desejemos egoisticamente “transformar” o nosso  cônjuge num boneco de teatro que faz somente o que nos agrada o ego.
A felicidade é como se fosse um diamante bruto que está dentro de nós, deve ser lapidada, isto é, devemos nos conhecer para sabermos o que temos que trabalhar em nós. Quando nos olhamos por dentro (alma) e enxergamos nossas falhas, manias, vícios, taras, defeitos, as boas virtudes só então saberemos como eliminar o que faz-nos mal ao espírito e melhorar o que de bom já temos embrionário em nós.
O convívio a dois no lar faz com que deixemos de interpretar personagens para assumirmos nossa personalidade real. Isso muitas vezes desagrada e desencanta, e só a ideia de que nossa felicidade poderá descer ralo abaixo, causa-nos sensação desagradável. Acabamos culpando o outro pelo nosso fracasso ou por ele não ser tão bom como desejaríamos que fosse.
A felicidade conjugal está ameaçada? Pois é...
Se a maioria dos casais ao invés de se cobrarem tanta perfeição, soubessem o real motivo de se reencontrarem em campo terreno para o  convívio sob o mesmo teto como um casal, jamais exigiriam tanto um do outro no campo das ilusões, se perdoariam mais.
A vida a dois deve e pode ser especial, mas isso depende do casal que deseja crescer junto, uma compreensão madura da necessidade de cada um buscar sua felicidade pessoal e intransferível, mas sem deixar para trás o outro. Uma busca constante pelo auto melhoramento, enquanto a mão está sempre estendida para esposo ou esposa reciprocamente, mas isso para muita gente só é bonito nos filmes...
Pois bem, felicidade no casamento passa pelo processo do autoconhecimento e de caridade. Autoconhecimento porque convivemos com uma outra alma que pode pensar muito diferente de nós, ela nos espelha o que somos em suas reações e críticas, nas demonstrações de contentamento, felicidade e amor, que nos endereça ou não.
Caridade porque devemos sempre olhar para nosso cônjuge com amor, desenvolvendo paciência, sabedoria no lidar com outra alma diferente da nossa e que muitas vezes estagia num momento de dor e dúvidas, de erros graves que nos causa amargura. Muitas vezes a caridade vem disfarçada de perdão, ela dá chance àquele que errou no casamento, mas não é conivente com o erro! A caridade estende as mãos ao companheiro enfermo, enfraquecido, combalido pelas doenças físicas ou psíquicas que precisa de amparo e de compreensão. Esses sentimentos são próprios de espíritos já experimentados e sabedores intimamente de sua missão no lar.
Os relacionamentos são recheados de problemas, diferenças de ideais que lá na frente se perdem por causa do abismo do egoísmo.
Em poucos casos que são exemplos a serem seguidos, os cônjuges se amam porque aprenderam a se respeitar nas adversidades e com isso se perdoaram porque entenderam cada um que a vida é muito maior e melhor do que as pequenezas morais.
Nossa jornada evolutiva é dificultosa porque aqui na Escola terrena nada é fácil. Tudo é conquistado à custa de muito sacrifício, cada um de nós deve no tempo certo aprender uma lição importante referente a cada erro cometido em nome da ignorância ou da teimosia.
A felicidade é conquistada individualmente e o outro só pode contribuir para a nossa felicidade, nada mais do que isso. Temos a obrigação de sermos felizes por nossos próprios esforços e igualmente contribuir para que nosso semelhante seja feliz, respeitando-o, amparando-o, ajudando-o, dando-lhe carinho, amor, mimos, endereçando-lhe palavras de ânimo e de boas energias sempre!
Os casais devem aproximar-se de Deus através de alguma religião que os faça sentir-se bem e que os auxiliem a serem serenos e equilibrados.

Namastê!

Letícia E. Gonçalves

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