sábado, 23 de setembro de 2017

O PERDÃO COMO PORTA DE ACESSO À LIBERTAÇÃO ESPIRITUAL





A mágoa, já se sabe bem, o quanto nos afeta e causa-nos transtornos de toda ordem ao psiquismo quando é sempre alimentada pelas amargas lembranças que, na  maioria das vezes,  mantém-nos presos a dor. Quando não é adequadamente diluída e esquecida como as coisas velhas e sem nenhum valor que naturalmente deixamos de lado, passamos a ser cativos de um sofrimento que sufoca e tortura.
Muitos de nós costumeiramente procuramos dar mais ênfase às inferioridades próprias do mundo de Mamom, das pessoas ásperas e infelizes com as quais precisamos conviver para nosso próprio aperfeiçoamento, do que adotarmos sabiamente a postura do perdão que põe um ponto final nesse tipo de sofrimento, libertando-nos definitivamente desses processos dolorosos que só o orgulho alimenta.
O perdão é a porta de acesso à libertação espiritual de qualquer ser inteligente na Terra, esteja ele preso ao escafandro de carne ou já  liberto! Perdoar é um ato de amor para com nós mesmos. Mas como esquecer uma injúria sofrida? Como esquecer uma traição? Como apagar da memória a violência vivida? Como compreender em meio a tanta dor o desequilíbrio do outro?


Algumas pessoas normalmente pensam que o ato do perdão beneficia o algoz, entretanto esquecem-se da necessidade de refletir e com isso compreender que o perdão somente beneficia a quem o dá. Seria como dissemos alhures, o ponto final que se dá ao sofrimento em virtude das lembranças amargas que são alimentadas pelas sensações negativas e pelos sentimentos que essas mesmas lembranças causam. A libertação é realmente de quem perdoa, pois a partir desse nobre ato, se deixa livre para viver sem amarras emocionais inferiores, desobrigando-se da tristeza; da depressão, do ódio, do rancor, da raiva, do desejo de vingança, do medo, das insônias, dos pesadelos e das enfermidades que materializam-se no corpo físico, próprias das almas envenenadas.
Perdoar é um ato de generosidade com aquele que está desequilibrado. Mais ainda, é um ato de amor para com nós mesmos, porque devemos sempre nos perguntar se vamos fazer o jogo do algoz... Se nos permitiremos adoecer psiquicamente por alguém que demonstra não merecer nossa atenção, mas sim nossa compaixão.
Sabemos o quanto é difícil conviver com as diferenças dos outros e mais ainda, o quanto custa-nos perdoar quando estamos feridos na alma, ainda mais quando nosso ofensor é frio, cego, egoísta e não arrepende-se de seus atos. Busquemos a compreensão de que é o orgulho o nosso maior inimigo e custoso obstáculo a ser vencido durante nossa jornada evolutiva. Com o orgulho sentimo-nos superiores aos outros, criando muitas vezes a ilusão de que perdoar é mostrar-se fraco diante do adversário, construímos em nome do orgulho ferido, muitas ilusões e tudo isso pode conduzir-nos ao auto envenenamento. 

“Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?

Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.”




Jesus, o Amigo misericordioso, aconselha-nos a abandonar o orgulho e perdoar quantas vezes se fizerem necessárias, afim de que possamos libertarmo-nos das inferioridades e do sofrimento,tão próprios dos mundos inferiores onde habitam espíritos refratários e primitivos que somos nós.
O amor sincero e desinteressado dos prazeres inferiores traz-nos uma condição melhor e superior, como se pudéssemos respirar em meio a tanta poluição somente o ar puro da vida!
Lembremo-nos de que a condição de quem perdoa é a mesma do ser livre que tem os pés firmes e largos para continuar a jornada evolutiva, passo a passo, ascendendo para Deus a cada encarnação.
Enquanto sofrermos e “ruminarmos” as amarguradas lembranças das ofensas, injúrias e violências sofridas no pretérito, seremos cativos da dor moral e espiritual.
Meus queridos irmãos, façamos o seguinte; busquemos a todo custo perdoar todos aqueles com quem estamos no mesmo curso evolutivo, afim de que nos adiantemos moralmente, libertando-nos das ilusões e das mazelas. Mesmo porque, se hoje somos os ofendidos é por estarmos colhendo exatamente o que plantamos em outrora.
Busquemos a Jesus, o Sublime amigo de todos os momentos, em preces e lhe peçamos forças e coragem para a transformação significativa, benéfica e abençoada que nos conduzirá através de nosso próprio esforço a cada tempo, à libertação espiritual.


Namastê!


Letícia E. Gonçalves

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