sexta-feira, 11 de novembro de 2016

POR QUE O POVO BRASILEIRO PODERIA VIR A SER O LÍDER SOCIAL E ESPIRITUAL ANTE A HUMANIDADE?


PERGUNTA: - Mas existem porventura alguns atributos etogênicos ou virtudes relevantes, no Povo brasileiro, que qualifiquem o Brasil como digno e "escolhido" para vir a ser o maior líder social e espiritual ante a humanidade?...


RAMATÍS: - A vossa pergunta exige uma digressão que focalize alguns aspectos de caráter etnológico do Povo brasileiro e também algumas considerações a respeito das etapas da sua evolução mental, levando em conta a sua índole de boa fé e misticismo ainda grampeados a diversas crenças, algumas subordinadas a ritos de padrão muito elementar.

Começaremos por dizer que o brasileiro ainda conserva desde o berço de sua raça a tendência fraterna e afetiva das três raças que cimentam a formação do seu temperamento e constituição psicológica. Do negro, ele herdou a resignação, a ingenuidade e a paciência; do silvícola, o senso de independência, intrepidez e a boa fé; do português, a simplicidade comunicativa e alvissareira.
Nele imprimiu-se um tipo humano de sangue quente e versátil, no qual circulam tanto as virtudes excepcionais, quanto os pecados extremos, mas, louvavelmente, em curso para a predominância de um caráter de espírito superior. E esse caldeamento heterogêneo ou mistura, que poderia sacrificar a qualidade dos seus caracteres originais, terminou por avivar o psiquismo do brasileiro, despertando-lhe uma agudeza espiritual incomum e em condição de sintonizá-lo facilmente à vida do mundo oculto. Consolida-se, então, uma raça possuidora de diversos valores étnicos de natureza espiritual benfeitora e que o Espiritismo, cada vez mais radicado no Brasil, catalisa, pouco a pouco, para os grandes desideratos da Fraternidade entre os povos da Terra.

PERGUNTA: - Contudo, não conseguimos admitir a ocorrência de fatos que venham a credenciar o Brasil, no sentido de ele vir a ser o maior líder espiritual ante a humanidade. Podereis referir alguns motivos relevantes e convincentes, que nos induzam a aceitar como lógico e possível a realização de semelhante acontecimento?

RAMATÍS: - Estais vivendo uma época em que os acontecimentos se precipitam. E são chegados os tempos em que surgirão novos fatos enquadrados na promessa do Enviado Divino quando Ele disse: - "Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará"!
Ora, entre as verdades que vão ser conhecidas ou reveladas ao mundo ainda antes do fim deste século, avultam como estrondosas e revolucionárias em seus efeitos morais, sociais e espirituais, a comprovação substantiva da pluralidade dos mundos habitados e a da pluralidade das existências.
Quanto à primeira, será comprovada pelas comunicações interplanetárias; e quanto à segunda, simultaneamente, em diversos países, surgirão psicanalistas experimentados, os quais, mediante experiências conjugadas à metapsíquica e à parapsicologia experimental, provarão que as vidas sucessivas ou reencarnação do espírito é também uma realidade absoluta e demonstrável.
Esta prova decisiva está entrosada num fenômeno de psiquismo que já tem sido levada a efeito entre vós, em exibições públicas no palco de teatros e cinemas. Referimo-nos ao fenômeno de condicionar o "ego" ou espírito encarnado (o homem), a uma introspecção psíquica, fazendo que ele regrida e "viva", de novo, os diversos estágios de sua vida e idade, num descenso vibratório que, mediante uma espécie de "revelação das chapas" fotografadas na tela da sua memória, faculta-lhe expor e retornar a "viver", com absoluto realismo, as emoções de cenas e quadros vividos por ele durante a sua vida atual, indo até aos pormenores de sua própria meninice.
Acresce, ainda, que os ditos psicanalistas irão mais além, pois eles conseguirão que o indivíduo (o homem), submergido nesse transe introspectivo, seja levado a regredir até ao ponto de o espírito "encaixar-se" na personalidade que ele foi em uma ou mais das suas existências pretéritas, ou seja: será conseguida uma "translação" do espírito idêntica à que se obtém no plano astral quando um espírito, por efeito de uma aguda e profunda "requisição mental", consegue imergir ou mergulhar no seu passado e "viver" a sua personalidade de vidas anteriores, semelhando a lagarta que despe a sua "roupagem de crisálida" e surge metamorfoseada em borboleta.

Em conseqüência, tal fenômeno trará à superfície certos fatos e detalhes de outra encarnação de um mesmo espírito, cuja identificação e autenticidade, em diversos casos, será possível comprovar. Por conseguinte, quando este fenômeno for comprovado e tiver a chancela da Ciência oficial ou acadêmica - tratando-se de um fato ou realidade que demonstra a pluralidade das existências proclamadas pelo Espiritismo - este, desde logo, ante o consenso da opinião mundial, se imporá como o precursor da "nova ordem" moral e espiritual fundada no Espiritismo. E como decorrência desse acontecimento ruidoso, que abalará a consciência espiritual da humanidade, o Brasil, por ser, de fato, o país mais espírita do mundo, será chamado a exercer a função de líder da nova marcha moral e espiritual revelada ao mundo por Allan Kardec, nas obras que constituem a edificação da doutrina espírita.

O brasileiro é criatura muito sensível e receptiva à influência dos espíritos desencarnados, pois, ingênuo, despreocupado, otimista e resignado, ainda pouco afeito ao rigorismo científico ou dogmatismo acadêmico, livrou-se de enredar a sua mente no labirinto das concepções transcendentais que tanto atrofiam a intuição. É certo que ele também se desarvora facilmente sob o guante malfazejo dos espíritos do astral inferior, quando, rico ou pobre, sábio ou ignorante, mas vencido pelo desespero, pelo tédio ou pela doença, se deixa escravizar pelo álcool, pela sensualidade ou pelo jogo vicioso, com graves danos para sua vida psíquica.

Todavia, quando decide meditar e libertar-se de seus equívocos, é um tipo capaz de lograr avançados desideratos do espírito, pois entrega-se à prática sincera da caridade e aceita humildemente os ensinamentos de Jesus. Embora seja um pecador renitente, ele

assim que resolve empreender a sua reabilitação espiritual, marcha para a frente sobrepondo-se e vencendo os seus recalques inferiores. São ainda raros os países em que se empreendem campanhas tão singulares quanto às que se fazem no Brasil, onde os ricos e mesmo os pobres, antecipando-se às próprias obrigações dos administradores públicos, conjugam seus esforços para obter o alimento, o agasalho, o leito, a veste e também proporcionar assistência aos tuberculosos, lázaros, favelados, órfãos, às crianças e velhos desamparados e ainda levar a palavra doutrinária de esclarecimento e resignação aos que se encontram presos nas penitenciárias.

Apesar da corrupção moral, desarticulação social, desleixo administrativo e dos reflexos obscuros projetados na sua mente pelo dogmatismo sectarista do Clero Romano, o Brasil é uma coletividade das mais promissoras à efetivação do programa de confraternização espiritual entre os povos.

A despeito de suas crises agudas de caráter social, político e econômico, a Nação brasileira encaminha-se para consolidar um padrão superior em todos os setores das atividades humanas. Além do seu equilíbrio financeiro e econômico já previsto pelo Alto, no futuro, o Brasil também promoverá a confraternização entre todas as classes de trabalho e a socialização do seu Povo, mas sem as lutas sangrentas que, em geral, provocam o de caráter inquisitorial e sanguinário.

Nenhum sistema político de vosso mundo atual está em condições de corresponder, integral e ideologicamente, às condições morais, ao temperamento psicológico, ao cosmopolitismo, à natureza intuitiva e aos sentimentos fraternos e tolerantes do povo brasileiro. Afora as quizílias partidárias, tão comuns em todas as comunidades humanas e afetas aos quistos políticos egocêntricos, os governos já se sucedem no Brasil sob um ritmo de paz e tolerância afetiva, de acordo com a própria índole e sentimento fraternos dos seus governados. Eles sucedem-se cada vez mais compreensivos e menos vingativos.

Mesmo a "pureza" partidária política, que em algumas outras nações atravessa os séculos sob irredutível pragmática e seleção ariana, no Brasil perde o seu rigorismo tradicional, pois os partidos políticos brasileiros fundem-se, dissolvem-se e refundem-se mesclando-se os seus elementos nas adesões ou conclaves inesperados, em que os velhos adversários de ontem confraternizam-se calorosamente para a elaboração de novos programas e labores. Embora a crítica, por vezes, censure essa instabilidade ou inquietação político-emotiva, pois em muitos casos trata-se realmente de resguardar interesses pessoais ou adesões partidárias visando apenas cargos ou remunerações públicas, o certo é que na essência doutrinária dos seus agrupamentos partidários, salvo alguns casos isolados, de politiqueiros refratários à ética da compreensão e decoro, há sempre o mesmo cimento coesivo, que corresponde ao temperamento fraterno e espiritualmente acessível do brasileiro.

Desaparecem também os estigmas do caudilhismo sangrento das lutas fratricidas e os ensaios do tiranismo no Brasil, para surgirem, pouco a pouco, os espíritos benfazejos e regrados, que ingressam no seu comando e passam a agir de modo mais humano. Através de roteiros pacíficos, a vossa comunidade encaminha-se para a socialização benfeitora, mas isso, como já o dissemos, vai ser realizado sem a violência própria dos povos belicosos.

A Nação brasileira há de ajustar-se social, econômica e politicamente, atendendo aos anseios materiais e psicológicos de todos os povos da Terra, porquanto ela significa um

dos mais preciosos laboratórios de experimentações fraternas do Alto. Há de ser um clima sem violência, sem tiranismo ou extremismos ideológicos, com um padrão ético-político distante dos dogmas ou das imposições religiosas, embora intimamente inspirado pelo Evangelho de Jesus.



DO LIVRO: "ELUCIDAÇÕES DO ALÉM" RAMATÍS/HERCÍLIO MAES - EDITORA DO CONHECIMENTO.












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