PERGUNTA:
No entanto, acentuamos haver esportes em que a violência um tanto brutal se
justifica, devido, justamente, à natureza dos mesmos, estando neste caso o
nosso boxe e os assaltos de "luta-livre". Qual a vossa opinião?
RAMATIS:
Esse segundo plano do vosso setor esportivo merece, sob todos os aspectos, a
mais formal repulsa, pois o esporte, em sua expressão verdadeira, é
cordialidade, é evolução; sendo absurdo remarcado definirdes esses torneios
como "esporte"; chegando vossa incoerência a atribuirdes à selvageria
do boxe a denominação de "nobre arte"! Da mesma categoria bárbara são
os embates de "luta-livre"; e em ambos os casos reviveis as emoções
ferozes que já alimentastes em reencarnações passadas, quando nos circos
romanos gritáveis por "sangue e morte"! Mudaram-se os cenários e as
vestes de carne, mas são ainda os gladiadores dessa época, e também a mesma
coletividade ululante, agitada pelo instinto inferior, denunciando os gritos
apopléticos que estrugiam nos coliseus sanguinários da antiga Roma Imperial.
Há
dois mil anos, nos circos de Roma havia, é certo, cenas de maior barbaria;
porém, atentas as circunstâncias, de muito menor responsabilidade perante Deus,
pois temos de levar em conta a época em que tais fatos se passaram. Há vinte
séculos a consciência coletiva ainda não estava amadurecida no mesmo senso de
responsabilidade que lhe impõe hoje dois mil anos de progresso e um novo acervo
de conhecimentos em todos os setores do pensamento humano.
Os
homens daquele tempo eram unidades de um ambiente totalmente animalizado porque
até então ainda nenhuma luz do Céu se apresentara à sua consciência. A
bestialidade das guerras de corpo-a-corpo era o padrão por onde se afinava o sentimento
das massas, as quais, como rebanhos de carneiros, acompanhavam e participavam alegremente
dos prazeres selvagens de seus imperadores. As matanças nos circos de Roma resultavam
de diversos fatores ambientes: era um Nero ou um Calígula, tarados psicopatas, sujeitos
aos desequilíbrios de tais nevroses; era o povo brutalizado e servil, que tinha
de bater palmas às orgias sanguinárias e carniceiras; eram as feras
inconscientes, obedecendo ao imperativo da fome que lhes roía as entranhas; e
por fim, eram os criminosos e os mártires do cristianismo nascente, que não
podiam escapar-se de serem as vítimas preferidas para essas crueldades de
horror e sangue!
No
entanto, atualmente, quem nós vemos nos rings não
são dirigentes mentecaptos, não são indivíduos coagidos nem animais
irracionais. São homens-tigres, são
homens-panteras, são homens-máscaras-negras, títulos
aditivos que, aliás, eles aceitam porque na realidade constituem definições
rigorosamente exatas. E como se isto ainda seja pouco, o vosso ambiente
já consentiu que, não apenas os homens, mas até
"troupes" de mulheres se apresentem em público a exibirem-se em
embates ferozes de "luta-livre", como índice do aviltamento de uma
humanidade que, efetivamente, somente será despertada
para os ideais do espírito, mediante a violência patética
das tremendas dores coletivas enunciadas pelo Salvador Divino.
DO
LIVRO: “A VIDA NO PLANETA MARTE E OS DISCOS VOADORES” RAMATÍS/HERCÍLIO MAES –
EDITORA DO CONHECIMENTO.
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