Um dos maiores erros que nós espíritas cometemos ou
por desatenção ou por ignorância, é o fato de não prestarmos atenção nos
membros de nossa família.
O esposo, a esposa, os filhos, irmãos e os pais, por
exemplo, ou são na maioria das vezes, nossos desafetos do passado ou criaturas
que nos são simpáticas e afins.
Não falaremos da obsessão de desencarnado para
encarnado e sim, da de encarnado para encarnado.
Não nos é obscuro o fato de que milhares de pessoas
dentro de seus lares se odeiam, sentem verdadeira aversão uma pela outra.
Em muitos casos os encarnados se toleram quando não
podem se largar! Conhecemos casos de irmãos que são verdadeiros obsessores um
do outro (brigas e desentendimentos constantes, agressões físicas, verbais, disputas,
competições, ciúmes, assassinatos,etc.). Sabemos que existem mães que são
verdadeiras obsessoras de suas filhas, são controladoras, ciumentas,
possessivas, chantagistas... As educam e as preparam mal para a vida e no final
das contas, fogem a toda responsabilidade, “jogando” a culpa de terem sido
péssimas mães, muitas vezes, nas próprias filhas.
Muitos de nós não conseguimos admitir que aquele que
vive sob o mesmo teto é um inimigo do passado, que está encarnado, prefererimos crer que as
antipatias e os constantes desentendimentos são na verdade, “probleminhas de
convivência”.
Fugimos a todo custo de uma meditação mais
aprofundada sobre nós mesmos e sobre o nosso próximo mais próximo. Concordemos
que é muito difícil nos vermos na pele daquele que obsidia, pois para muitos de
nós julgamos erradamente que o outro é que perdeu a razão, ele é quem erra e
nós somos suas vítimas”.
Irmãos, na maioria das vezes recebemos em nosso lar
como filhos, aqueles que nos obsidiaram do plano espiritual. E não nos iludamos
quanto a ideia de que só um de nós é o devedor, pois todos de certa forma, já
prejudicamos muito aqueles que hoje estão como nossos entes encarnados mais
próximos. Façamos uma análise despretensiosa e honesta sobre este tema olhando para as
nossas vidas e logo perceberemos que somos devedores daqueles com quem temos
dificuldades de convivência, por isso tão necessário se faz o perdão, mais
importante ainda é o entendimento do que seja perdoar!
O Evangelho Segundo O Espiritismo nos elucida sobre
isto e fala que perdoar é um ato de caridade, nos liberta do sofrimento e da
prisão. Entretanto, Jesus, o querido amigo, não nos pediu para confiarmos
cegamente nos que nos traem, mas para que os perdoemos não lhes retribuindo o
mal com o mal.
É preciso que compreendamos que cada um de nós tem
um tempo para “digerir” as mágoas, as tristezas, etc. E que é perfeitamente
aceitável sentirmo-nos ofendidos, magoados e até sentirmos raiva, o que não
podemos e nem devemos fazer é estacionar nestes sentimentos e os manter conosco
todo o tempo. Devemos, pois, buscar esquecer, não desejar o mal e não nos
vingar.
Oferecer
a outra face não nos parece permitir que o outro nos massacre com o nosso
consentimento, o que nos parece mais certo a fazer é olvidarmos
o mal que nos desejarem, retribuindo-o sempre com o bem.
Entes consanguíneos ou não, obsessores de nós mesmos
ou não, temos a necessidade de nos melhorarmos e de evoluirmos, perdoando os
nossos inimigos, movimentando esforços verdadeiros para que eles também nos
perdoem!
Muita paz e muita luz!
Letícia Gonçalves
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