quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Obsessores de nós mesmos.









Um dos maiores erros que nós espíritas cometemos ou por desatenção ou por ignorância, é o fato de não prestarmos atenção nos membros de nossa família.
O esposo, a esposa, os filhos, irmãos e os pais, por exemplo, ou são na maioria das vezes, nossos desafetos do passado ou criaturas que nos são simpáticas e afins.
Não falaremos da obsessão de desencarnado para encarnado e sim, da de encarnado para encarnado.
Não nos é obscuro o fato de que milhares de pessoas dentro de seus lares se odeiam, sentem verdadeira aversão uma pela outra.
Em muitos casos os encarnados se toleram quando não podem se largar! Conhecemos casos de irmãos que são verdadeiros obsessores um do outro (brigas e desentendimentos constantes, agressões físicas, verbais, disputas, competições, ciúmes, assassinatos,etc.). Sabemos que existem mães que são verdadeiras obsessoras de suas filhas, são controladoras, ciumentas, possessivas, chantagistas... As educam e as preparam mal para a vida e no final das contas, fogem a toda responsabilidade, “jogando” a culpa de terem sido péssimas mães, muitas vezes, nas próprias filhas.
Muitos de nós não conseguimos admitir que aquele que vive sob o mesmo teto é um inimigo do passado, que está  encarnado, prefererimos crer que as antipatias e os constantes desentendimentos são na verdade, “probleminhas de convivência”.
Fugimos a todo custo de uma meditação mais aprofundada sobre nós mesmos e sobre o nosso próximo mais próximo. Concordemos que é muito difícil nos vermos na pele daquele que obsidia, pois para muitos de nós julgamos erradamente que o outro é que perdeu a razão, ele é quem erra e nós somos suas vítimas”.
Irmãos, na maioria das vezes recebemos em nosso lar como filhos, aqueles que nos obsidiaram do plano espiritual. E não nos iludamos quanto a ideia de que só um de nós é o devedor, pois todos de certa forma, já prejudicamos muito aqueles que hoje estão como nossos entes encarnados mais próximos. Façamos uma análise despretensiosa  e honesta sobre este tema olhando para as nossas vidas e logo perceberemos que somos devedores daqueles com quem temos dificuldades de convivência, por isso tão necessário se faz o perdão, mais importante ainda é o entendimento do que seja perdoar!
O Evangelho Segundo O Espiritismo nos elucida sobre isto e fala que perdoar é um ato de caridade, nos liberta do sofrimento e da prisão. Entretanto, Jesus, o querido amigo, não nos pediu para confiarmos cegamente nos que nos traem, mas para que os perdoemos não lhes retribuindo o mal com o mal.
É preciso que compreendamos que cada um de nós tem um tempo para “digerir” as mágoas, as tristezas, etc. E que é perfeitamente aceitável sentirmo-nos ofendidos, magoados e até sentirmos raiva, o que não podemos e nem devemos fazer é estacionar nestes sentimentos e os manter conosco todo o tempo. Devemos, pois, buscar esquecer, não desejar o mal e não nos vingar.
Oferecer a outra face não nos parece permitir que o outro nos massacre com o nosso consentimento, o que nos parece mais certo a fazer é olvidarmos o mal que nos desejarem, retribuindo-o sempre com o bem.
Entes consanguíneos ou não, obsessores de nós mesmos ou não, temos a necessidade de nos melhorarmos e de evoluirmos, perdoando os nossos inimigos, movimentando esforços verdadeiros para que eles também nos perdoem!

Muita paz e muita luz!


Letícia Gonçalves

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