segunda-feira, 11 de junho de 2018

ONDE ESTÁ A FELICIDADE?




Desde que nos descobrimos capazes e autores do nosso próprio destino, a questão mais complexa sobre a alma humana em todos os tempos é sobre a tal felicidade. Por que não a temos por completo?
Costumamos ver a possibilidade da felicidade nas questões materiais e até nas sentimentais, entretanto, derrapamos e saímos da curva de encontro ao precipício quando a buscamos somente nesses dois  setores da vida.
Felicidade é um estado de espírito que devemos compreender depois desenvolver, trabalhar e manter. O que é de suma importância e profundamente necessário para elevar as almas, entretanto, na maioria dos casos, busca-se  a felicidade comprada em frascos!

Ela está nas vitrines das lojas, nas prateleiras dos grandes centros comerciais, nas quatro rodas de um possante veículo, nas viagens internacionais, nas festas nababescas, nos amores que duram alguns meses, no dinheiro que pode comprar o produto efêmero e caríssimo, no acerto dos seis números da mega sena, entre outras ilusões materiais...
Ainda muito mergulhados nas paixões violentas e nas ilusões do mundo transitório, muitos de nós equivoca-se ao crer que felicidade é o que está do lado de fora. Com isso perdemo-nos nas confusões ilusórias de identidade, na necessidade de sermos aceitos pelos nossos entes e por nossos amigos, de fazermos parte de algum grupo, de sermos reconhecidos e amados. Mas quando tudo isso não ocorre o que temos é a frustração.
Um mundo falso que desaba em nossas cabeças trazendo aflições, sofrimentos, ansiedades e por fim, em muitos casos a depressão.
Há pessoas riquíssimas que possuem dinheiro para comprar o que desejarem e mesmo assim, aos milhares, elas são infelizes. Há as que gastam os poucos recursos financeiros que conseguem ter para “construir” uma imagem falsa de si mesmos, através das roupas de marca, do superficialismo das maquiagens femininas, dos bens materiais que no final das contas nunca foram para quem os adquiriu, mas para o outro! Para mostrar, ostentar, causar inveja, atrair, comprar, seduzir. Sob análise profunda observamos que nunca nos sobra um momento prazeroso para usufruirmos com equilíbrio, o desejo é mostrar-se o que tem como se isso fosse condição para a paz interior, quer dizer, para a felicidade que buscamos.
A sociedade nunca consumiu tanto! A tecnologia nunca esteve tão presente nas vidas humanas como nesse tempo. As pessoas distanciaram-se umas das outras usando os computadores e a internet como desculpa, e, infelizmente as personagens nas mentes desequilibradas ganharam mais força, a verdade sobre quem realmente somos em muitos casos, deixa de ter valor porque temos mais coragem quando estamos no anonimato e com essa nova roupagem falsa e perigosa transtornos de ordem psíquica dificílimos de se tratar em dias tão tumultuados como os de hoje, assolam milhares de consciências.
A felicidade é propriedade do espírito e não de um corpo que irá se deteriorar em algumas décadas! É como dissemos alhures, trata-se de um estado de espírito dentro de uma verdade que equilibra e não um momento funesto. O momento certamente passará, as paixões esfriarão deixando-nos certamente vendidos nas mãos frias e insensíveis de nossos companheiros, os falsos amigos cedo ou tarde se afastarão, a realidade virá como um aguilhão a machucar nosso espírito infantil e nos mostrará do que realmente precisamos... e o que nos restará?
A verdadeira felicidade está no desenvolvimento do caráter, do equilíbrio, da boa moral que deve ser desenvolvida dia após dia.
A felicidade que jamais perece com o tempo e que jamais se deixa destruir pelas decepções da vida, constitui-se na mais sublime e honesta construção da personalidade humana, moldada no amor, na retidão de caráter, no autoconhecimento, na reforma íntima, no respeito mútuo e na vigilância de si mesmo.
O sentimento de felicidade verdadeiro é aquele que verifica na pessoa que vive no mundo da matéria a busca equilibrada e consciente pela harmonia interna, isto é, o respeitar-se como é, amar-se como se está, compreender-se nessa etapa evolutiva, aceitar-se com o que tem e com o que se sabe. Essa conquista evolutiva constitui-se na construção saudável e inteligente de si mesmo. Na preocupação sincera em crescer intelectualmente e moralmente. Há também a necessidade de analisarmos nossos conflitos, as experiências desagradáveis, as dores e os dissabores como momentos que passarão, tirando deles as melhores lições.
O ego deve ser “objeto” de nossa constante investigação e combate e da auto correção nosso exercício diário. Do auto perdão faremos o nosso remédio para a cura, o crescimento espiritual. Assim, cá e lá, vamos aprendendo a acertar.
O transitório está no mundo das formas que oferece-nos o necessário para essa passagem pela Terra, tiramos grandes lições!  Mas que essa luz não nos cegue.
A verdadeira riqueza está no que realmente viemos buscar, isto é, o resultado do aprendizado das experiências e do que fizemos de nós mesmos, de como conseguimos controlar nossos ímpetos, nossos desejos.  Se assim não for, de que forma lograremos êxito no desenvolvimento do auto amor?
A maior prova de que o mundo não nos pode dar a felicidade que tanto buscamos está nas duras decepções que sofremos, oriundas de nossa pouca instrução nas coisas do Eterno.
Enquanto buscarmos a felicidade fácil e de largas proporções, nas estradas “certinhas”, burlando-se a real necessidade da nossa educação moral, plantaremos ilusão e colheremos dor!
Namaste!
Letícia E. Gonçalves

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