“Oh, Omulú, Mestre da Vida! Proteja seus filhos para
que suas vidas sejam marcadas pela saúde. Eu te suplico mestre! Me ajoelho
diante de Teu poder imenso, pois meu corpo está enfermo, minha alma está imersa
na amargura de um sofrimento que me destrói lentamente. Tome meu corpo e minha alma em teus braços,
vós que és o limitador das enfermidades, que és médico dos corpos terrenos e
das almas eternas. Suplico sua
misericórdia aos males que me afetam. Que suas chagas abriguem minhas dores e
sofrimentos. Se achares porém, que ainda não terminou minha missão nesta
encarnação, encoraja-me com o exemplo da tua humildade e da tua resignação.
Revigora meu espírito para que possa enfrentar e me curar de todos os males e
infortúnios da matéria. Alivia meus sofrimentos, para que levante deste leito e
volte a caminhar. Atotô meu Pai! Salve Omulú.” (*)
Após o
término dos atendimentos na Casa de Caridade Umbandista e durante os toques e
cantos, a corrente mediúnica reverenciava o Orixá Omulú quando ele com sua
tradicional vestimenta de palha e trazendo
o xaxará nas mãos surgiu no meio do abaçá, resplandecente com um halo violeta
ao seu redor, encimado de dourado levemente azulado. Do xaxará saiam raios de
luz que alcançavam o chacra coronário de cada um dos médiuns, criando um efeito
luminoso de cor violeta cristalino, belíssimo. Formou-se imediatamente um
círculo de onde partiam intensos raios de luz para todas as direções e se
ligavam aos médiuns pelo raio central. Espetáculo maravilhoso porque no astral
as cores são mais vivas e mais intensas.
Os trabalhadores espirituais da linha de Omulu postaram-se ao redor da
corrente, reforçando a luz, como uma abóboda toda iluminada, e estes raios coloridos,
limpavam a atmosfera que circunscrevia os médiuns, desmanchando energias escuras,
larvas e lama astral, adensadas na aura de cada um e representadas por tons acinzentados
e negros, escuros e malcheirosos. Tão logo a luz violeta alcançava os médiuns os
campos áuricos adquiriam novas tonalidades mais suaves e equilibradas. Esta
ligação perdurou enquanto a corrente se mantinha concentrada na louvação e
foi se desvanecendo lentamente,
entretanto um pálido brilho ficou concentrado no coronário de cada um dos
componentes da corrente.
O que
cada um levou para si naquela noite é difícil mensurar porque nem todos tem a
mesma sensibilidade, mas com certeza todos saíram bem melhores do que quando
chegaram na Casa Umbandista para trabalhar na caridade e aprender junto com
seus guias e mentores a ser um pouquinho melhor a cada dia. Avatares e iluminados, com certeza não
seremos nesta jornada encarnatória, porém é nossa obrigação compreender e
assimilar os atributos dos Orixás e aplicar tais ensinamentos em nosso dia a
dia. A caridade maior é aceitar o quanto somos falhos e o quanto ainda
precisamos trilhar, gastando nossos pés, para nos tornarmos melhores.
Salve Omulú!
Atotô meu Pai!
Alivia meus sofrimentos, para que levante
deste leito e volte a caminhar.
(*) Prece cabeçalho e nota: Omulú é o orixá que rege a morte, ou o instante da
passagem do plano material para o plano espiritual, o desencarne. Seu Campo de Força na Natureza é a Terra e os
Campos Santos, os Cemitérios. Omulú é o guardião divino dos espíritos caídos. O
orixá Omulú guarda para Olorum todos os espíritos que fraquejaram durante sua
jornada carnal e entregaram-se a vivencia de seus vícios emocionais. Mas ele
não pune ou castiga ninguém, pois estas ações são atributos da Lei Divina, que
também não pune ou castiga, apenas conduz cada um ao seu devido lugar após o
desencarne. Omulú é o princípio curador divino pois acolhe em seus domínios
todos os espíritos que se feriram quando, por egoísmo pensaram em atingir seus
semelhantes. Ele nos dá seu amparo divino até que, sob sua irradiação, nós
mesmos tenhamos nos curado para retomarmos ao caminho reto trilhado por todos
os espíritos amantes da vida e multiplicadores de suas benesses. Também como
curador divino ele tanto cura a alma ferida, quanto nosso corpo doente. Omulú enquanto
força cósmica é a energia que se condensa em torno do fio de prata, que une o
espírito ao corpo físico e o dissolve no momento do desencarne ou passagem de
um plano para o outro. Ele atua em todos os seres humanos, independente de
qual, seja a sua religião, através de uma faixa vibratória especifica e
exclusiva, pois é através dela que fluem as irradiações divinas de um dos
mistérios de Deus, que nominamos de "Mistério da Morte". É conhecido
como "Anjo da Morte" ou "Senhor dos Mortos". Omulú orixá da
transformação intima responsável pela passagem entre vida e a morte princípio
curador que nos ampara e nos acolhe, sempre que necessitarmos por não termos
força para superar as mazelas da vida. APOSTILA DE ESTUDO- UMBANDA-CONCEITOS BÁSICOS-JORGE BOTELHO).
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