terça-feira, 15 de dezembro de 2015

FEITURA DE CABEÇA - CEGO GUIANDO CEGO



PERGUNTA:  O que é "fazer a cabeça"? Se o pai de terreiro não "fizer a cabeça", o médium não se desenvolve?

VOVÓ MARIA CONGA: - Essa questão muito nos entristece. Há muito filho querendo ser médium, ser cavalo de Umbanda de qualquer jeito; chegam a procurar um pai-de-santo para fazer a cabeça e firmar o guia ou protetor. O bisonho dessa situação é que chegam a procurar diversos terreiros, até aqueles que dão certificado para mostrarem depois que são "cabeça feita". Não se paga para obter a mediunidade de tarefa e muito menos alguém pode nos capacitar para aquilo que não temos. Sendo assim, os aproveitadores da fé alheia se fazem presentes, e isso não tem nada a ver com a Umbanda e suas sagradas leis.

RAMATÍS:  O Cristo-Jesus dizia: "Quando um cego guia outro, ambos cairão na cova." Essas palavras devem ter um sentido especial para os diretores espirituais da Terra nas diversas formas de manifestação do mediunismo. Estais vivenciando a era dos gurus, o momento que a humanidade começa a se voltar para o holismo: o homem é um todo indivisível partícipe do Cosmo. Do Oriente ao Ocidente há aqueles que se dizem mestres a conduzir aprendizes. A iniciação independe de diploma ou certificado e nenhum homem ou espírito pode iniciar outro, pois cada um inicia a si mesmo. Jesus, um verdadeiro mestre espiritual que já esteve entre vós, nunca iniciou nenhum de seus discípulos ou apóstolos, que eram gente do povo, toscos, mas puros de coração. Lembrai-vos, contudo, da auto-iniciação, muito bem mostrada no dia de Pentecostes, em que 120 discípulos do Divino Mestre iniciaram a si próprios, depois de nove dias de silêncio, jejum e meditação.
Demonstra presunção e arrogância quem diz que vai iniciar alguém ou "fazer a cabeça" para o capacitar como médium umbandista. O ritual aplicado não significa iniciação espiritual interiorizada, e a condição para um guia, protetor, mentor ou anjo guardião se fazer manifestar por um aparelho mediúnico é o compromisso assumido no Além de longa data, que, por si só, não garante que tal ocorra se a condição moral do médium for inadequada. Essa situação é uma espécie de fraude que os mais espertos realizam com os que procuram de todo jeito a mediunidade para satisfazer as suas vaidades, como se quisessem adquirir um objeto valioso, que dê status e possa ser mostrado como joia rara finamente enfeitada e conquistada com sacrifício.

DO LIVRO: “EVOLUÇÃO NO PLANETA AZUL” RAMATIS e VOVÓ MARIA CONGA/NORBERTO PEIXOTO – EDITORA DO CONHECIMENTO.


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