PERGUNTA: - A antecipação das sensações, prazeres e gozos de vidas passadas, projetados no sujeito por intermédio da imaginação, em fantasias e nos estados "oníricos", provoca desdobramentos noturnos do corpo astral, que se desloca para servir de instrumento de satisfação sensória. É isso?
RAMATÍS: - Tão ligados vibratoriamente são os corpos mental inferior e astral, nos espíritos encarnados e numa enorme massa de desencarnados, que acabam iguais à lâmina que não fica fora do seu estojo. O desejo e a mente (o conjunto kama-manas dos orientais) são companheiros inseparáveis até a libertação total do ciclo carnal. Obviamente, o corpo mental inferior não conseguirá se satisfazer sem os demais corpos densos. Como o corpo astral é mais facilmente manipulado, acaba por sofrer os descaminhos mentais rapidamente, projetando-se facilmente para os antros de sexo, bebida e glutonaria do Umbral inferior.
O desejo animalesco, como um tornado que a tudo destrói, impõe a busca desenfreada do prazer. O corpo mental inferior está constantemente estimulando o corpo astral para que sirva aos vícios que automatizou pela memória.
Nos homens que ainda estão lutando para interiorizar a reforma moral, quando o corpo
físico não cede aos desejos sensórios, acaba levando o corpo astral a rebelar-se a sair, no plano vibratório correspondente (no caso, os subplanos mais baixos do mundo astral), numa busca cega de satisfação das exigências prazerosas antecipadas pelo corpo mental inferior, o que causa grande ansiedade, pois o ente antevê os gozos que o esperam. No cidadão pouco desenvolvido moralmente, se rotiniza a corrida desenfreada atrás da realização dos sentidos, tornando-o um ser que pensa e fala, mas não difere dos animais.
PERGUNTA - Podeis dar-nos exemplos desses estados "oníricos': decorrentes da viciação mental-emocional entre os corpos mental inferior e astral? Isso ocorre sempre pela antecipação das sensações e gozos de vidas passadas?
RAMATÍS: - Na verdade, não se trata de estados oníricos (de sonho). A
plasticidade natural do plano astral é altamente influenciável pela mente inferior. As viciações mentais-emocionais acabam aprisionando os seus criadores. É como o cenógrafo que fica retido no cenário que criou, não sabendo onde está a porta de saída do set de filmagem.
Nesses casos, são plasmadas conchas astral-mentais que mantêm o ente retido no plano astral absorto em sua própria imaginação fantasias a, como se fosse a realidade, Muitos de vós, quando desencarnais, passais anos a no dentro dessas conchas, não enxergando nada mais fora do alcance dos seus limites. Assim, se confundem cenas do passado, formas de pensamento e frustrações psicológicas com o que existe efetivamente. Essas falsas impressões estendem seu alcance além da antecipação das sensações e gozos pelo corpo mental inferior, pois também contêm os traumas e as insatisfações decorrentes da ampla complexidade do psiquismo humano.
É útil descrevermos, objetivamente, alguns exemplos dos habitantes mais comuns, prisioneiros das conchas astral-mentais: o pároco dedicado que se vê estático diante de Jesus, uma freira contemplativa hipnotizada ante a imagem da Virgem Maria, o pai atencioso fixado nos filhos que tem nos braços, o milionário agarrado aos seus tesouros, a mulher bela de outrora extasiada ante o espelho que reflete o novo "corpo" jovem, o aventureiro dirigindo o último modelo de carro esporte. E assim sucessivamente vão as criaturas criando os seus "céus" pessoais plasmados pelas viciações mentais-emocionais que os mantêm retidos nas conchas astral-mentais criadas pela plasticidade do plano astral.
DO LIVRO: "VOZES DE ARUANDA" RAMATÍS E BABAJIANANDA/NORBERTO PEIXOTO - EDITORA DO CONHECIMENTO.
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