PERGUNTA: — Visto o uso do fumo ser assim tão pernicioso ao homem,
não teria sido porventura mais sensato que Deus não houvesse criado a planta “Nicotiana
tabacum “, com cujas folhas se prepara o fumo?
RAMATIS: — Acreditais que Deus haja criado alguma coisa perniciosa?
Porventura a medicina terrena não se utiliza atualmente de venenos, ácidos e
drogas mortíferas que, no emprego terapêutico, logram salvar milhares de
criaturas? O próprio veneno das aranhas, escorpiões e cobras não tem sido aplicado
com êxito para debelar diversos males considerados incuráveis? Na planta a que
vos referis existe grande quantidade de elementos que podem ser
aplicados com excelente utilidade na indústria, na medicina, no comércio e noutras
esferas de trabalho pacífico. Não consta na tradição espiritual de nosso plano
que o Criador haja criado o tabaco para o homem mascá-lo, sugá-lo queimado ou
torrá-lo para metê-lo dentro das narinas ou, ainda, chupar a fumaça de suas
folhas secas e enroladas sob vistosos rótulos coloridos.
Certos índios mastigavam as folhas de fumo ou as chupavam enroladas,
porque ainda lhes faltavam o senso estético e o conhecimento médico dos atuais
civilizados. No entanto, os homens modernos, substituindo os antigos penduricalhos
de ossos, dos silvícolas, por piteiras elegantes, continuam a sugar as mesmas
folhas do tabaco! A diferença está em que se iludem pelo fato de arrumá-las em
artísticas caixinhas de madeira ou então as queimarem reduzidas a fiapos metidos
em papel acetinado ou entre palha de milho.
A planta “Nicotiana tabacum” não é coisa perniciosa criada
por Deus; é o homem que a transforma em fumo, e então perde o seu comando mental
e se transforma num obsidiado do cigarro, que lhe controla até os nervos motores
e o obriga a render-lhe tributo desde a madrugada até a noite!
DO LIVRO: “FISIOLOGIA DA ALMA” RAMATÍS/HERCÍLIO MAES –
EDITORA DO CONHECIMENTO.
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