sexta-feira, 31 de julho de 2015

SÚPLICA



É difícil delimitar, mesmo na profundeza racional, onde começa e termina, em qualquer escrito nobre, a súplica. Achamos que toda a palavra construtiva e letras ordenadas pelos bons princípios são orações, que se vinculam â faixa divina, pela vontade humana mais ou menos educada, para que se materialize na Terra, o ideal do Bem.
No entanto, percebemos a sutileza da prece, pois ela difere um pouco das conversações comuns e, pelos contextos dos livros, é como se estivéssemos falando a alguém que somente nos ouve e registra os nossos pedidos na mais alta justiça, computando para nós somente o que nos faz bem.
O místico ou o santo vive em completa oração. Não no fanatismo constrangedor, com repetições alérgicas ao bom senso, mas no exame profundo do que deve ou não fazer, como se estivesse falando frente a frente com o Pai Celestial, ouvindo, e fazendo a Sua magnânima vontade. O homem que ora, conhecendo a importância da oração entra em estado de graça, sente o ambiente divino a pulsar no seu mundo humano.
Cultivai a prece, companheiros de ideal, que ela vos ajudará a compreender a vida e a ter paciência nas lutas, a aprimorar a alegria e a respirar, com todo o contentamento, o perfume embriagador do amor.



Vamos à súplica:



"Grande Arquiteto Universal:
Agradecemos pela Vossa paternidade sem fronteiras, pela Vossa beneficência sem limites, pelo Vosso amor sem exigências. Pedimo-Vos que nos abençoe, porque acordamos mais uma f ração da nossa consciência, porque abrimos os olhos para mais um ângulo da visão, porque andamos mais um passo na rodovia evolutiva.
Este livro, para nós, é a resposta de uma súplica. É de se notar o quanto vale a oração, o quanto nos faz bem a prece, o quanto nos desperta o entendimento mais direto com as forças do Bem.
Senhor! Ainda temos muito que aprender acerca da rogativa, das emoções que ela favorece, das irradiações que se sucedem em estado de êxtase, da felicidade que poderemos perceber na humildade da prece.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORIGEM DO CÂNCER





PERGUNTA:  Podeis dizer-nos se o câncer é uma enfermidade proveniente do meio planetário que habitamos?

RAMATIS:  Já vos dissemos anteriormente que o corpo físico é o prolongamento do próprio perispírito atuando na matéria; podeis mesmo compará-lo a um vasto mata-borrão capaz de absorver todo o conteúdo tóxico produzido durante os desequilíbrios mentais e os desregramentos emotivos da alma. Qualquer desarmonia ou dano físico do corpo carnal deve, por isso, ser examinado ou estudado tendo em vista o todo do indivíduo, ou seja o seu conjunto psicofísico. O corpo humano, além de suas atividades propriamente fisiológicas, está em relação com uma vida oculta, espiritual, que se elabora primeiramente no seu mundo subjetivo, para depois, então, manifestar-se no mundo físico.
O espírito é uno em sua essência imortal, mas a sua manifestação se processa em três fases distintas; ele pensa, sente e age. Em qualquer aspecto sob o qual for analisado, ou em qualquer uma de suas ações, deve ser considerado sob essa revelação tríplice, que abrange o pensamento, o sentimento e a ação. E para maior êxito no verdadeiro conhecimento do homem, é conveniente saber-se que ele é também a mesma unidade quando manifesta as suas atividades morais, intelectuais, sociais e religiosas. Deste modo, quer na enfermidade ou na saúde, não há separação entre o pensamento, a emoção e a ação do homem; em qualquer acontecimento de sua vida, há de sempre revelar-se numa só consciência, num só todo psíquico e físico, numa só memória forjada no simbolismo do tempo e do espaço.
Em conseqüência, como o espírito e o corpo não podem ser estudados separadamente, quer na saúde, quer na doença, é óbvio que também no caso do câncer e do seu tratamento especifico é multo importante e sensato identificar-se antes o tipo psíquico do doente e, em seguida, considerar-se então a espécie de doença. Embora certa porcentagem de incidência do câncer seja oriunda do choque ocorrido entre as forças ocultas que descem do plano superior e as energias astrais criadoras dos diversos reinos da vida física, a sua manifestação mórbida no homem é proveniente da toxicidade fluídica que ainda circula no perispírito e que foi acumulada pelos desatinos mentais e emotivos ocorridos nas várias encarnações pretéritas.
Esse morbo fluídico “desce”, depois, do perispírito para concentrar-se num órgão ou sistema orgânico físico, passando a perturbar a harmonia funcional da rede eletrônica de sustentação atômica e alienando o trabalho de crescimento e coesão das células. Embora cada corpo físico seja o produto específico dos ascendentes biológicos herdados de certa linhagem carnal humana, ele sempre revela no cenário do mundo físico o aspecto interior da própria alma que o comanda. Mesmo considerando-se as tendências hereditárias, que disciplinam as características físicas das criaturas, há também que se reconhecer a força dos princípios espirituais que podem dirigir e modificar o corpo de carne. Cada organismo físico reage de acordo com a natureza íntima de cada alma encarnada, e de modo diferente entre os diversos homens; e isto ocorre tanto na saúde como na enfermidade. homem é proveniente da toxicidade fluídica que ainda circula no perispírito e que foi acumulada pelos desatinos mentais e emotivos ocorridos nas várias encarnações pretéritas.
Esse morbo fluídico “desce”, depois, do perispírito para concentrar-se num órgão ou sistema orgânico físico, passando a perturbar a harmonia funcional da rede eletrônica de sustentação atômica e alienando o trabalho de crescimento e coesão das células.

domingo, 26 de julho de 2015

Enfeitiçamento por meio de boneco de cera




PERGUNTA: Certa vez, a esposa de nosso vizinho, após recorrer à Umbanda, encontrou um boneco de cera enterrado sob a soleira da porta de sua residência e ornamentado com uma imitação de cabeleira. Havia três alfinetes espetados no boneco; um à altura do rim esquerdo, outro no estômago e outro na zona do coração. Inexplicavelmente, o nosso vizinho já havia operado o estômago e o rim esquerdo, além de mostrar-se extremamente cardíaco! Que
dizeis?
RAMATÍS:  É evidente que, se o enfeitiçamento produz efeitos maléficos através de objetos mais compactos, isso ainda será bem mais fácil quando dinamizado por um boneco confeccionado de cera-virgem, substância que é produzida pelas abelhas e impregnada da energia vigorosa das flores, como é o perfume! Modernamente, a medicina aconselha o uso da geléia real feita do mel de abelhas para o rejuvenescimento orgânico, porque ela é exuberante de prana ou vitalidade extraída do néctar das flores. 1

1 - Nota do Médium: - o vizinho em questão veio a falecer um mês após o encontro do dito boneco de cera. O espírito de Pai João havia identificado o feitiço e prevenido que era muito tarde para salvar o enfeitiçado, pois já estava enferrujado o alfinete espetado na zona do coração.

Felizmente, o enfeitiçamento através do boneco de cera é um processo mais raro, pois exige do feiticeiro muita capacidade e experiência, além de tratar-se de perigosa arma de dois gumes, que se volta rápida e facilmente contra o seu próprio autor. É certo que a maioria dos feitiços feitos através de bonecos de pano, cera ou barro, não passam de operações inofensivas ou ridículas, praticadas por leigos ou curiosos. Nem todos os trabalhos de feitiçaria sob esse fundamento produzem efeitos nocivos, mas também resultam de pseudomagos ou feiticeiros inexperientes, que apenas aliviam o bolso dos clientes mal intencionados.
Nestas mensagens mediúnicas, temos procurado comprovar a realidade do enfeitiçamento mental, verbal e através de objetos, mas. vos advertimos que este último processo de feitiço é de realização mais eficiente por parte dos espíritos desencarnados. Eles se aproveitam facilmente dos descontroles mentais e emotivos dos encarnados ainda escravos de hábitos e paixões nocivas, para então materializar as suas intenções malignas e desgraçar a vida humana. Agem à vontade e despreocupadamente, porque dispõem de farto material subversivo fornecido incessantemente pelos homens imprudentes e surdos aos ensinamentos do Cristo Jesus!
Ademais, com o atual clima hipersensível de "tempos chegados" e "juízo final", em que viveis atualmente, além da tensão perigosa da Besta profética, o cenário terreno também se torna mais propício para o sucesso das empreitadas diabólicas das Trevas. A velha estirpe animal superexcita-se e acicata o ser humano, sufocando os raros esforços de libertação do espírito enfraquecido; as criaturas adivinham-se e pressentem-se pela sintonia na mesma faixa de degradação, e por esse motivo cresce a multidão de cínicos, debochados e inescrupulosos. A mulher desnuda-se sem quaisquer preocupações de pudor e serve para a propaganda audaciosa e sensual de estímulos aos vícios comuns; as indústrias do mundo fabricam toda sorte de substâncias epicurísticas, mas de tendências viciosas. A corrupção de Sodoma, Herculanum, Gomorra, Babilônia, Pompéia, Cartago e Roma, que foi, no passado, um fenômeno local, agora alastra-se
como um acontecimento mundial, que atinge todas as latitudes geográficas do planeta. O alcoolismo desenfreado excita as paixões, os entorpecentes modernos aumentam a imbecilidade humana, a luxúria de alto bordo anula as fronteiras dos prostíbulos, a mocidade desfibra-se rotulada de existencialista, o menor emancipa-se na delinqüência e repudia os pais, como vulgares e anacrônicos contrapesos da vida moderna! A deformação ridícula e imbecil deforma a própria esfera da arte, onde o charlatão usufrui da mesma lisonja e tributo concedido ao gênio; a venalidade da ciência escravizada ao domínio militar, então lavra a sentença funesta da humanidade terrícola conturbada, e que pouco a pouco ajusta-se ao cortejo de dores e desesperos já assinalados por todas as profecias milenárias.
Por isso, as nossas mensagens não só apontam a enfermidade do espírito terrícola, a obsessão ou feitiço tão indesejáveis, mas antes de tudo, aconselham e prescrevem aos homens atribulados o medicamento salvador urgente, que é oferecido pela terapêutica sublime do
Evangelho de Jesus! Mas ainda há tempo de as criaturas de boa-vontade salvarem-se da corrupção total, e, também, livrarem-se da bruxaria tão nefasta, pois o feitiço, como um processo diabólico, medra na sombra, mas extingue-se na luz!

Magia de Redenção – Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.




segunda-feira, 20 de julho de 2015

MANIA DE PERSEGUIÇÃO - AS DORES DA ALMA



Quem nunca cismou pelo menos uma vez na vida estar sendo vítima de um complô?  Acredito eu que todos nós, uns mais outros menos, mas o leitor amigo concordará comigo que temos nossos momentos de insegurança e, eles se manifestam, em ocasiões onde psiquicamente estamos fragilizados.

Quantos problemas temos e não conseguimos identificar de pronto? Quantos dramas vivemos em silêncio e quanta dor trazemos na alma, muitas acumuladas ao longo dos séculos?

Tudo que excede o seu limite é preocupante e deve ser visto com atenção porque muitas vezes, estamos sob pressão, stress e as “cismas” que vão e vem, mas passam. Outras vezes elas permanecem e nos prejudicam sobremaneira, impedindo-nos de avançarmos pela senda da evolução. Quando sofremos algum transtorno de personalidade, primeiro passamos por mal bocados, fazemos os nossos entes mais próximos sofrerem e, quase nunca, acreditamos no que dizem sobre nossos excessos.

Vejamos Maria, nossa personagem fictícia...


Era sessão de pretos velhos, a casa estava cheia e os trabalhadores se desdobravam para atender os consulentes aflitos.
Maria estava sentada na última fileira de cadeiras, no cantinho esquerdo. Ouvia o palestrante, enquanto observava os circunstantes pela casa. Sem problemas para ela assentar-se num dos últimos lugares era cômodo, já que não gostava de ser observada pelas pessoas, estava sempre procurando esconder-se. Mas naquela noite estava pior! Veio de casa até o templo incomodando-se com o olhar das pessoas em sua direção, imaginem só, que ao entrar no ônibus percebeu que algumas mulheres olharam para ela e logo pensou: “Que droga! O que estão olhando? Não estou com a roupa do corpo rasgada, pois já me olhei (no espelho) em casa cinco vezes antes de sair... Já sei! Elas sabem algo a meu respeito, vai ver me conhecem não sei de onde, só pode! Ah! Algum vizinho meu falou mal de mim para elas (delírio). Elas pensam que eu não sei o que estão pensando a meu respeito. Mas... feias e gordas são elas!”

Maria foi chamada para receber atendimento mediúnico caritativo... foi toda constrangida imaginando o quê as pessoas estariam pensando sobre ela: “será que eles sabem o que venho fazer aqui? Sabem sim e vão usar isso contra mim! Estão rindo de mim por dentro, me achando fraca. Eu sinto que me olham com desdém... eles sabem dos meus problemas, está na cara! Do contrário por que me olham assim com essas caras fechadas? Ai que vergonha!”

Quando enfim, estava de frente para um médium sob a vibração de uma entidade espiritual de luz, desabafou mais que depressa, nem esperou a saudação, foi logo destravando a língua, falando sem parar para respirar, agitadíssima, olhando para os lados com medo de que alguém pudesse ouvir o que contava.

Ela: “Paisinho, não tenho paz na vida, lá em casa estão todos contra mim, meu marido está conspirando eu sei... ele quer me abandonar! Meus filhos estão cansados de mim, não me amam! Descobri que meu esposo vai pedir a separação e todos vão morar com ele na nova casa, vão me deixar só ... me ajude!”



Entidade: Não será isso coisa da sua cabeça, minha filha? Já procurou dialogar com seu esposo para esclarecer o “problema”? E com seus filhos, será mesmo que não te amam? Ô minha filha, não está imaginando coisas? Tem certeza de que estão “conspirando” contra si? Pense filha, amada.



Ela: Tenho “certeza”! Ninguém gosta de mim, eu sei. Ontem minhas vizinhas de frente ao ver que me aproximava delas, pararam de falar e mudaram de assunto... ah! Por que pararam? Se o fizeram foi porque falavam de mim e mal! Elas me invejam, só pode ser isto. Estou cercada de gente falsa e perigosa por todos os lados. Até nas ruas me olham com escárnio! No meu trabalho, meus colegas não me toleram, tenho medo de que estejam tramando algo para me prejudicar com o chefe! Preciso de sua ajuda, vovô! (não parou nem para respirar) Outro dia, meu marido falava ao celular e quando me viu desconversou e desligou o aparelho. Com certeza ele me criticava com alguém ou marcava encontro com outra mulher, mas por quê me trai? Por que faz isto comigo? Se parou assim que cheguei é porque não queria que eu ouvisse o que falava, concorda comigo?



Entidade: _Não vejo o porquê de estar tão desconfiada de todos.

Nesse momento Maria desconfiou do guia.

OS ESPÍRITOS DA NATUREZA





PERGUNTA:  Quais as características dos espíritos da natureza? Todos eles encarnarão em corpos humanos?

RAMATÍS:  São ainda almas-grupo. Quando nos referimos a corpos humanos, que fique entendido "humanizados", similares aos da Terra, encarnação que pode ocorrer em qualquer planeta do infinito Universo. Como se trata da primeira encarnação num corpo físico com estrutura setenária - o que não quer dizer que todos os corpos estejam energeticamente ativos  nascerão entre selvagens. Estando em nível primário de evolução mental, instintivamente tendem à violência quando expostos ao meio desconhecido.
Assim, afirmamos que, em determinado momento evolutivo, todos os espíritos da natureza encarnarão seguindo o ciclo carnal hominídeo. Como nos faltam palavras compatíveis no vocabulário terreno para nos fazer entender sobre as formas similares de vida em outros planetas, nossa última afirmativa é válida para qualquer planeta atrasado e denso, um tanto mais que a vossa Terra. Podeis verificar que são almas infantis, com a simplicidade que caracteriza os habitantes tribais mais antigos, "selvagens" na concepção do homem moderno.
Remetemos os leitores sequiosos de conhecimento às obras sobre os espíritos da natureza, para maiores elucidações. Contudo, realçamos que estão sempre presentes em todas as atividades da natureza, além do plano físico. São veículos da vontade criadora provinda de Deus, o Incriado, potencializando as energias e processos naturais da vida manifestada nas diversas formas do vosso planeta (mineral, vegetal e animal), tendo contrapartida nos subplanos etéricos e astrais. O que vos interessa fundamentalmente, na apometria, é que possuem um metabolismo intraluminoso de grande velocidade; são transmissores de energias espiritualizantes para as substâncias dos planos inferiores da natureza, no campo físico, e formadores das grandes correntes de energia reduzida, que utilizam com facilidade.
Assim, podemos compreender que ao invocá-las, associando-os aos cânticos dos orixás e à criação de campos de forças, são compactadas ou condensadas potentes energias cósmicas pela atuação desses irmãos espirituais, propiciando que os trabalhos apométricos, na verdade de alta magia, sejam mais efetivos.
Eles são simples e assimilam os pensamentos e idéias dos homens, executando-as como se fossem deles. Não têm discernimento para distinguir o bem do mal e o que é livre- arbítrio. Por isso, é de suma importância que sejam invocados com os cânticos e vibrações de Iori. As entidades que se apresentam na vibração desse orixá da umbanda atuam na forma de crianças, porque são puras .e não têm maldade nenhuma. Ao término dos trabalhos, são imediatamente liberados da sintonia com o grupo e o dirigente.

terça-feira, 14 de julho de 2015

A lenda do "Diabo e do Inferno"...




Pergunta:  Existe algum prejuízo mental ou espiritual em se continuar a manter a lenda do Diabo e do Inferno, como ainda o fazem as religiões escravas dos homens e dos mistérios sagrados?

Atanagildo:  Não vos esqueçais de que vos dou a minha própria opinião; em virtude do que me é possível observar no lado de cá, considero que tal lenda ainda causa prejuízos bem grandes, pois todos os dias aportam ao Além magotes de criaturas alucinadas com as idéias aterrorizantes do Inferno e a crença nos demônios, que elas evocam na mente desgovernada, o que as faz ficarem desesperadas de qualquer esperança de fuga ou perdão. Alimentam em si mesmas essas configurações tenebrosas e aniquilantes, que lhes impõe a morbidez dos credos religiosos infantilizados, a ponto de oferecerem sugestões mentais imprudentes aos próprios adversários das sombras, para que mais as convençam de que realmente se encontram lançadas no seio das chamas eternas do Reino de Belzebu. Aproveitando-se do desespero e do terror dos desencarnados obsidiados com a idéia infernal, os espíritos malfeitores atuam-lhes na mente perturbadora e clareiam ainda mais os quadros diabólicos ali já existentes. Mas, noutro extremo, também surgem almas demasiadamente ingênuas e otimistas, que se julgam credenciadas para habitar um Paraíso de ociosa contemplatividade, assim como lhes ensinaram os seus preceptores religiosos; então se imaginam prestes a viver entre as criaturas beatíficas e sempre escoltadas por anjos extremamente corteses e serviçais. Mas o cenário do mundo astral, que lhes surge como laborioso plano de trabalho digno e justo causa-lhes terrível decepção, deixando-as boquiabertas e espantadíssimas quando identificam as comunidades de espíritos laboriosos e disciplina dos, que em santificada atividade se dedicam à sua própria recuperação espiritual. 
Muitos desses "fiéis" confrangem-se, decepcionados, à idéia prosaica de que ainda existem trabalho, deveres, obrigações individuais e sociais nas regiões do "Além", onde esperavam apenas encontrar os santos e as almas eleitas refesteladas voluptuosamente sobre flocos de nuvens coloridas, enquanto gentis arcanjos as fariam adormecer ao som hipnotizante de harpas e rabecas.



Pergunta:  Considerais que seria de grande progresso para as próprias religiões dogmáticas o desaparecimento dessa tradição infantil do Céu e do Inferno, ainda tão cultivada entre os seus adeptos?

Atanagildo:  O sacerdócio católico e a comunidade protestante há muito que deviam ter esclarecido a mente dos seus fiéis, fazendo-os compreender que Deus não é um bárbaro impiedoso a punir eternamente os seus filhos, assim como também não é vulgar distribuidor de prêmios celestiais e exclusivos aos fiéis seguidores de suas normas religiosas. 
É evidente que são bem raras as almas que partem da Terra absolutamente certas de que estão isentas de qualquer mácula, por cujo motivo a dúvida e o medo são sempre a preocupação da maioria. Não vos é possível avaliar o pavor dantesco da alma que, ao emergir das sombras do túmulo, sente-se presa de suas próprias criações mentais, convicta de que irá sofrer "eternamente" nas chamas do inferno e nas garras de Satanás!

Jamais podeis imaginar o que seja realmente essa convicção íntima do "castigo eterno", para o desencarnado que se crê sem a mínima esperança de salvação, guardando ainda em sua memória as imagens do lar amigo que deixou na Terra. 

domingo, 12 de julho de 2015

A VIDA NO PLANETA MARTE E OS DISCOS VOADORES - Casamento – IV


PERGUNTA: Apesar dessas concepções elevadas a respeito das relações sexuais, porventura não se faz necessário mantê-las para o equilíbrio "psiconervoso"?



RAMATIS: Os marcianos, quer mental ou fisiologicamente, não apresentam esse imperativo biológico da "carência sexual", como elemento compensador das ansiedades "psiconervosas". Tratando-se de espíritos equilibrados na esfera emotiva e mental, governando perfeitamente toda série de emoções e impulsos instintivos, absolutamente voltados para as ascensões de ordem "extraterrena", têm suas ânsias voltadas para campos vibratórios mais sutis e de voluptuosidade mais demorada, por ser mais pura. Espíritos de tal quilate, harmônicos e sublimados, à procura constante da estesia divina, estão livres dessas psicoses angustiosas que a vossa ciência classifica de histerias, ninfomanias ou complexos freudianos. A sua rede nervosa basicamente vibrátil aos estímulos de ordem espiritual e a sua mente afastada voluntariamente das concepções impuras de sexo dispensam os recursos terapêuticos das relações periódicas conjugais. Quando o desejo sexual se lhes manifesta como necessidade, ambos pressentem, ou "escutam" na intimidade da alma, a voz criadora que lhes solicita o concurso para a descida de outra alma interessada na escola física. Não é, pois, o impulso "sexo-orgânico" que lhes passa a dirigir o metabolismo, mas sim a mente submissa e equilibrada que principia a tecer os fios sagrados para compor e ajustar o mecanismo à necessidade do instante procriativo. Como o oleiro tranqüilo, que se entrega à composição de rico vaso, qual artista que é escravo da beleza de sua obra, os pais marcianos deliberam servir-se de todos os recursos divinos, para que o chamamento do Alto seja cumprido sem ferir as diretrizes estéticas e sensatas da Lei Suprema.


PERGUNTA: Na psicologia marciana, qual é o sentido exato que atribuem ao sexo?



RAMATIS: Consideram-no o recurso dinâmico que permite ao espírito sair do mundo imponderável para se ligar à forma; o sagrado mecanismo das forças invisíveis para a descida das almas ao campo material. Verdadeiro descenso "luminoso" ao casulo de carne, para o retorno ascensional consciente, o espírito serve-se desse mecanismo que o homem terreno tanto avilta, mas que é o recurso "angélico-funcional" disposto no mundo de formas redentoras. Enquanto não evidenciardes a consciência exata dos objetivos sagrados e criadores do processo sexual; enquanto o respeito não vos guiar evitando que vos avilteis no nível infra-humano das relações da carne, cremos que é inútil a volúpia autocontemplativa de vos considerardes sábios cientistas, artistas ou sacerdotes, na face da Terra, pois se falhais na consciência moral do "elo-sexual", confundindo ou pervertendo o objetivo essencial do sexo, não podereis vos considerar mais do que escravos de uma paixão inferior.

Saúde e doença, visão espírita...


terça-feira, 7 de julho de 2015

MEDIUNIDADE GRATUITA


7. Os médiuns atuais – pois que também os apóstolos tinham mediunidade – igualmente receberam de Deus um dom gratuito: o de serem intérpretes dos Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem e conduzi-los à fé, não para lhes vender palavras que não lhes pertencem, a eles médiuns, visto que não são fruto de suas concepções, nem de suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais. Deus quer que a luz chegue a todos; não quer que o mais pobre fique dela privado e possa dizer: não tenho fé, porque não a pude pagar; não tive o consolo de receber os encorajamentos e os testemunhos de afeição dos que pranteio, porque sou pobre. Tal a razão por que a mediunidade não constitui privilégio e se encontra por toda parte. Fazê-la paga seria, pois, desviá-la do seu providencial objetivo.
8. Quem conhece as condições em que os bons Espíritos se comunicam, a repulsão que sentem por tudo o que é de interesse egoístico, e sabe quão pouca coisa se faz mister para que eles se afastem, jamais poderá admitir que os Espíritos superiores estejam à disposição do primeiro que apareça e os convoque a tanto por sessão. O simples bom-senso repele semelhante idéia. Não seria também uma profanação evocarmos, por dinheiro, os seres que respeitamos, ou que nos são caros? É fora de dúvida que se podem assim obter manifestações; mas, quem lhes poderia garantir a sinceridade? 
Os Espíritos levianos, mentirosos, brincalhões e toda a caterva dos Espíritos inferiores, nada escrupulosos, sempre acorrem, prontos a responder ao que se lhes pergunte, sem se preocuparem com a verdade. Quem, pois, deseje comunicações sérias deve, antes de tudo, pedi-las seriamente e, em seguida, inteirar-se da natureza das simpatias do médium com os seres do mundo espiritual. Ora, a primeira condição para se granjear a benevolência dos bons Espíritos é a humildade, o devotamento, a abnegação, o mais absoluto desinteresse moral e material.
9. A par da questão moral, apresenta-se uma consideração efetiva não menos importante, que entende com a natureza mesma da faculdade. A mediunidade séria não pode ser e não o será nunca uma profissão, não só porque se desacreditaria moralmente, identificada para logo com a dos ledores da boa sorte, como também porque um obstáculo a isso se opõe. É que se trata de uma faculdade essencialmente móvel, fugidia e mutável, com cuja perenidade, pois, ninguém pode contar. Constituiria, portanto, para o explorador, uma fonte absolutamente incerta de receitas, de natureza a po- der faltar-lhe no momento exato em que mais necessária lhe fosse. Coisa diversa é o talento adquirido pelo estudo, pelo trabalho e que, por essa razão mesma, representa uma propriedade da qual naturalmente lícito é, ao seu possuidor, tirar partido. A mediunidade, porém, não é uma arte, nem um talento, pelo que não pode tornar-se uma profissão.