quinta-feira, 10 de agosto de 2017

AMENIDADE







  “Bem-aventurados os mansos porque eles herdarão a Terra.”
                                                             Jesus (Mateus, 5: 5)



“A benevolência par a com as seus semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade e a doçura, que lhe são as for mas de manifestar se.”
                                                                           (Cap. 9, Item 6)



Surgem, sim, as ocasiões em que todas as forças da alma se fazem tensas, semelhando cargas de explosivos, prestes a serem detonadas pelo gatilho da boca...
Momentos de reação, diante do mal, em que a fagulha da mágoa, assoma do intimo, aviventada pelo sopro do desespero. Entretanto, mesmo que a indignação se te afigure justificada, reflete para falar.
A palavra não foi criada para converter-se
em raio da morte. Imagina te no lugar do interlocutor. Se houve deficiência no concurso de outrem, recorda os acontecimentos em que o erro impensado te marcou a presença; se algum companheiro falhou involuntariamente na obrigação, pensa nas horas difíceis em que não pudeste guardar felicidade ao dever.
Em qualquer obstáculo, pondera que a cólera é bomba de rastilho curto, comprometendo a estabilidade e a elevação da vida onde estoura. Indiscutivelmente, o verbo foi estabelecido para que nos utilizemos dele. 

O silêncio é o guardião da serenidade, todavia, nem sempre consegue tomar-lhe as funções.
Isso, porém, não nos induz a transfigurar a cabeça num vulcão em movimento, arremessando lavas de azedume e inquietação. Conquanto se nos imponha dias de franqueza e esclarecimento, é possível equacionar, harmoniosamente, os mais intrincados problemas sem adicionar o fogo da violência às parcelas da lógica.
Dominemo-nos para que possamos controlar circunstâncias, chefiemos as nossas emoções, alinhando-as na estrada do equilíbrio e do discernimento, de modo a que nossa frase não resvale na intemperança.
Guardar o silêncio, quando preciso, mas falar sempre que necessário a desfazer enganos e a limpar raciocínios, entendendo, porém, que Jesus não nos confiou a verdade para transformá-la numa pedra sobre o crânio alheio e sim num clarão que oriente aos outros e alumie a nós.

DO LIVRO: "O LIVRO DA ESPERANÇA" EMMANUEL/FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER"

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