sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Pensamentos fixos





Os maus pensamentos demonstram desequilíbrio psíquico, senão processos dolorosos da evolução da alma. pois assim como o progresso do espírito é norma irretorquível de Deus, também atinge a área biológica, para que o instrumento carnal se afine em escalada maior e redunde em harmonia com a chispa divina. A enfermidade mais comum, na atualidade, constatará a verdade de que o sistema nervoso está passando por desequilíbrios inenarráveis, cujas causas a própria medicina desconhece, tanto que se esforça para aliviar os sofredores, atacando os efeitos, por desconhecer as origens em que se fundamentam os processos evolutivos das criaturas.
As doenças de fundo nervoso, com o passar dos anos, dotam a criatura de maior sensibilidade. De certo modo, são valores físicos a entrarem no campo da hereditariedade; e a geração do terceiro milénio, por conquista, já recebe, como bênção de Deus, um corpo de alta sensibilidade, de sorte a servir-lhe, com mais eficiência, no desempenho de altas funções espirituais. Pensamentos fixos são como fogo purificador, levando as condições mentais para alta temperatura, de modo a refratar o espírito contra quaisquer investidas do meio" ambiente do futuro, porquanto é sofrendo que nós outros armazenamos
experiências na profundidade da vida, desde quando a dor surja sem a nossa participação direta, direcionada pelo tempo e configurada com as leis imortais do Criador.
A inércia da alma desfigura, por sua vez, a sensibilidade mental, incapacitando-a de circular todos os pensamentos em favor do seu equilíbrio. E estes, como estantes, se ajustam na tela mental, perturbando parte da consciência, para que a razão busque, mesmo na inconsciência, os meios indispensáveis - sem levar em conta o tempo - para a verdadeira saúde.

Todas as enfermidades são meios e recursos da natureza para elevar as almas mais além, tanto quanto os outros reinos, em todas as escalas da criação. Ninguém sobe sem sacrifício, nem sorri antes de chorar. Tudo isso passamos até aprendermos a amar uns aos outros, porque o amor está inconexo com o ódio e o egoísmo, pairando acima das nossas inferioridades. É certo que o bem depende de sucessivas fixações de todas as virtudes na consciência profunda. No entanto, essa escrita em nós mesmos, somente traz a felicidade, ao passo que, ao contrário, a influência do meio ambiente inferior programa condições para pensamentos fixos corrosivos e fornece fluidos adequados para dormentes ideias, que desajustam a oficina da mente.
O regime de urgência da nossa parte é lutar. Mas nunca devemos fazê-lo sem condições apropriadas de enfrentar os inimigos internos que, por vezes, dominam grande região dos nossos sentimentos. E essa batalha começa na mente.
Montemos o nosso quartel-general nesta imensa planura onde floresce o joio com abundância e cultivemos o trigo sem desânimo, que o tempo nos mostrará o quanto vale o esforço próprio. Comecemos logo a valorizar as mínimas coisas agradáveis; empenhemo-nos, com interesse, no bem-estar das criaturas, sem exigências, favorecendo, no que pudermos, a cultura dos semelhantes e a educação das pessoas.
Nas conversações que tivermos diariamente, policiemos os pensamentos, para não escaparem alguns que possam aborrecer os companheiros. Alegremos o ambiente em que tomarmos parte com o humorismo sadio e proporcionemos, dentro das nossas forças, oportunidades de trabalho aos irmãos que nos procuram. Não deixemos que ninguém volte vazio de esperanças na confiança que depositaram em nossos corações. Introjetemos, em nós, a fixação de servir como instrumento de Deus para o bem de toda a humanidade e ocupemo-nos de fixar, em nossos corações, o amor cada vez mais puro, pois ele é o solo que nos alimenta do grande suprimento da vida: Deus.

Do livro: Horizontes Da Mente – Miramez/João Nunes Maia – Fonte Viva.

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