PERGUNTA: - Que dizeis da ação da prece usada como
recurso defensivo nos trabalhos mediúnicos de intercâmbio com os espíritos
desencarnados?
RAMATÍS: -
A prece, realmente, é um dos recursos eficientes para o bom êxito do
intercâmbio mediúnico, uma vez que essa relação mediúnica entre
"vivos" e "mortos" processa-se geralmente através do
contato perispiritual dos desencarnados com o perispírito do médium. Desde que
o intercâmbio medi único efetua-se particularmente pelo ajuste oculto e
energético do perispírito de ambos os comunicantes, é óbvio que o seu sucesso
depende bastante da qualidade dos fluidos e do magnetismo que forem mobilizados
no ambiente dos trabalhos espíritas.
Sem dúvida, tal sucesso é negativo nas relações mediúnicas
entre os espíritos de baixa categoria espiritual e os homens venais ou corruptos,
que se afinam mentalmente a um campo magnético de forças inferiores. O
intercâmbio sadio exige no ambiente ausência de quaisquer fluidos mortificantes
e perniciosos; e a prece é um poderoso agente de profilaxia e defesa
vibratória. Mas é óbvio que, durante o intercâmbio mediúnico com o Além, os
guias e os mentores espirituais não são obrigados a sustentar no ambiente de trabalho
um padrão fluídico superior, quando os seus próprios componentes permaneçam dominados
por impulsos mentais censuráveis, que alteram a harmonia do conjunto.
PERGUNTA: - Em que condições a prece é
insuficiente, negativa ou até mesmo inconveniente?
RAMATÍS: -
Insistimos em dizer que a prece, em face de sua natureza excelsa e
imponderável, é súplica religiosa ou rogativa terna, pairando acima dos
interesses egoístas do ser. Ela vivifica a alma e exalta o Bem; sendo, portanto,
censurável que alguns homens subvertidos convoquem forças mentais para atender
aos seus objetivos mercenários, egocêntricos ou até vingativos. A oração é negativa
quando não é mobilizada exclusivamente para o bem do Espírito imortal ou em
benefício do próximo. Eis por que não são preces, mas, sim, "invocações
satânicas", os apelos e as cerimônias litúrgicas dos sacerdotes
imprudentes, quando benzem canhões, cruzadores, submarinos belicosos e armas
mortíferas, que se destinam a massacrar pretensos inimigos em guerras
fratricidas.
Também não correspondem ao caráter excelso e redentor
da prece as rezas, os cantochões as
ladainhas extensas com que esses infelizes ministros de Deus julgavam burlar a
lei do Amor quando, nas fogueiras da Inquisição, queimavam as suas vítimas
indefesas. Jamais o Alto admitiria esse truncamento da oração mediadora do
Espírito e estímulo da Vida - para cobertura de crueldades tão maléficas e
diabólicas, embora executadas sob o pálio da religião oficial. Deus não
patrocina a indústria da Morte, fora da lei normal de evolução e libertação
espiritual no prazo justo. Ele não possui inimigos, pois todos são seus filhos
e dignos do mesmo Amor.
Inconveniente também é a oração como rogativa
interesseira para melhorar negócios, evitar deveres cotidianos, satisfazer
paixões ilícitas, desforrar-se do adversário ou conseguir fortuna fácil
mediante especulações de negócios escusos. A prece desafoga o ser nas horas
cruciantes e perturbadoras, renovando-lhe o ânimo pelo energismo superior e consolando-lhe
a alma pela certeza de breve libertação dos sofrimentos redentores na carne.
Jesus, Francisco de Assis, Dom Bosco, Teresinha de Jesus,
Vicente de Paula e outras criaturas de elevado porte espiritual, que
sobrepunham a Vida Eterna à transitoriedade do mundo material, voavam nas asas
da prece até as esferas angélicas e comungavam, felizes, com o reino celestial
do Senhor.
DO LIVRO: “ELUCIDAÇÕES DO ALÉM” RAMATÍS/HERCÍLIO MAES
– EDITORA DO CONHECIMENTO.
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