PERGUNTA: — Como poderíamos identificar os indivíduos satanizados, aqui encarnados, à luz da psicologia hodierna do nosso mundo?
RAMATÍS: — Eles se revelam facilmente por suas ações individuais ou coletivas em todos os setores públicos ou particulares da vida humana. O satanismo é um símbolo do truncamento, da inversão dos valores tradicionais já consagrado são bem comum; é a falsa suposição do verdadeiro; é o reinado do trivial, do inútil e do pervertido, num absoluto egoísmo e indiferença diante de qualquer aflição humana ou necessidade alheia. A banalidade é elevada à conta de sabedoria; a incoerência e cabotinismo tornam-se os aferidores lógicos nas esferas da arte, da ciência, da moral e da religião.
A inconsciência da realidade espiritual lhes inspira os gastos inúteis e as realizações estéreis; povoam os cemitérios com ricos mausoléus, a fim de que seus cadáveres apodreçam luxuosamente, embora a pouca distância estejam a ruir as choupanas dos vivos famintos e desnudos! Criando as indústrias bélicas, promovem conflitos armados entre os povos subnutridos, para se enriquecerem com os lucros homicidas. Quando se internacionalizam, sob aplausos interesseiros, cuidam apenas dos seus interesses escabrosos e nunca da fraternidade humana; são capazes de bombardear a própria terra natal, a fim de aumentarem os seus créditos nos bancos.
Falta-lhes o amor puro e o apego ao ideal superior do bem comum; movem-se calculadamente, egocêntricos, numa vida capciosa que lhes permita ampliarem os seus domínios faustosos e amealhar a fortuna fácil!
PERGUNTA: — Esses indivíduos satanizados não poderão estar operando de modo benéfico, na direção de movimentos realmente culturais, científicos ou religiosos?
RAMATÍS: — Sagazes e eloquentes, eles se infiltram em todas as esferas do pensamento humano, mas lhes é impossível manter em nível honesto a sua índole satânica, que logo os trai escandalosamente! Quando operam na literatura infantil, pervertem a mente das crianças; sensualizam o pensamento do moço na revista fescenina; induzem o leitor à venalidade e envenenam o sentido exato das palavras; insuflam ódios entre as classes e, quando à frente de doutrinas ou religiões, espalham definições separativistas e desmentem em público aquilo que cultuam na
atmosfera dos templos, pois falam muito em Deus mas cortejam fanaticamente o mundo de César; pregam a simplicidade, mas vestem-se de púrpura e de holanda (como dizia Jesus) ou de tecidos caríssimos enfeitados de ouro! Subvertem os seus deveres oficiais na segurança pública, atendendo aos manejos torpes da política desonesta; advogam a charlatanice e a mentira; absolvem o intelectual criminoso ou
o ricaço faustoso, mas cobrem de ignomínia o infeliz que furtou um pão para dá-lo ao filho esfaimado ou o delinquente descalço que cometeu uma fraqueza! Alimentam estados de angústia e explosão de ódio entre o povo, promovendo o aumento do preço do leite, dos géneros alimentícios, das utilidades, dos transportes, do pão, e se enfurecem quando seus operários lhes pedem aumento de salário para enfrentar a alta do custo da vida. Na ciência, transformam a dor humana numa bolsa de negócios, em que os medicamentos se assemelham a produtos de joalheria e o socorro aos enfermos à aquisição de luxuosos vestidos de modista! Aplaudidos pela falsa tradição do mundo material e festejados pelo sentimentalismo dos homens tolos, gozam comumente da regalia de monumentos nas praças públicas ou de placas douradas nas avenidas festivas. Mas a Lei Divina os apanha e ajusta nos ciclos reencarnatórios, fazendo-os vestir os mesmos trajes que desprezaram e sofrer as mesmas torpezas que semearam.
Entretanto, a Lei Suprema que ordena a reencarnação dos servidores do Cristo, para salvarem a humanidade das trevas, também assiste aos satanizados que descem para a retificação dolorosa de última hora. Por isso, o preparo do ambiente crístico para o terceiro milênio aguarda o vosso tributo de amor e de paciência para com esses irmãos transviados, que já estão convosco, e que já operam em todos os ângulos da vida terráquea. Vivendo satanicamente, eles trincam em si mesmos o cristal refulgente de sua ventura espiritual!
O satanismo, na realidade, é desgraça dolorosa para os seus próprios adeptos que, situados como rebeldes inimigos da Luz, requerem uma terapêutica cruciante em longo exílio nas trevas dos mundos inferiores.
DO LIVRO: "MENSAGENS DO ASTRAL" RAMATÍS/HERCÍLIO MAES - EDITORA DO CONHECIMENTO.
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