Ser feliz é a meta
que toda criatura deseja alcançar na vida. Cada um tem uma ideia própria do que
é ser feliz, cada indivíduo deseja sentir satisfação plena e há muito tempo
esse tema chama-nos a atenção, pois em todo o mundo o significado de ser feliz
difere de uma pessoa para outra de acordo com as necessidades de cada um. Uns
vão querer ter muito dinheiro, outros paz de espírito, milhares de pessoas irão
desejar a cura para suas enfermidades, outras apenas reencontrar os entes
queridos há muito distanciados. Cada um de nós traz consigo uma ideia de como
seríamos felizes se tivéssemos isso ou aquilo...
Para os muito
enfermos a cura para seus males seria motivo de felicidade, para os
materialmente pobres seria ter muito dinheiro. Os carentes, solitários e
desprezados seriam felizes se fossem amados, já os orgulhosos seriam plenos de
satisfação se todos os seus caprichos se cumprissem e assim por diante cada um
de nós almeja ser feliz de um jeito único, particular e intrasferível porque
cada um tem um pensamento já definido a respeito da felicidade, isso está de
acordo com a capacidade de entendimento de cada um de nós.
O tema central de
nosso modesto texto refere-se ao casamento, mais propriamente aos casais que
veem um no outro a oportunidade de serem felizes. O erro, porém, está ao nosso
ver na forma como desejamos ser felizes, isto é, intimamente transferimos para
o outro a responsabilidade em nos fazer felizes, o que na maioria das vezes
resulta em fracasso nos relacionamentos porque ao invés de vermos o (a)
companheiro (a) de jornada evolutiva como realmente é, observando-lhe as
virtudes e defeitos sem falsas expectativas, mas com olhos de um bom observador,
que estuda se o (a) candidato (a) a “dono” do “seu coração” poderá contribuir para o nosso crescimento
moral e para nossa felicidade. Eu disse contribuir e não ser o responsável por tal coisa,
simplesmente porque não há nesse mundo quem tenha essa capacidade! Ninguém pode
fazer feliz o outro, essa é uma missão que cada espírito tem e como disse
alhures, é uma tarefa individual e intransferível de cada criatura humana.
Os casais devem se
analisar com carinho, respeitando-se mutuamente, deixando a individualidade do
outro, intacta, pois cada um tem o seu modo de pensar e de ser.
Contribuir para a
felicidade do parceiro é respeitar o ir e vir de ideias, de pensamentos qu
muitas vezes destoam dos nossos e de atitudes e manias próprias da
personalidade de cada um, sem que com isso desejemos egoisticamente
“transformar” o nosso cônjuge num boneco
de teatro que faz somente o que nos agrada o ego.
A felicidade é como
se fosse um diamante bruto que está dentro de nós, deve ser lapidada, isto é,
devemos nos conhecer para sabermos o que temos que trabalhar em nós. Quando nos
olhamos por dentro (alma) e enxergamos nossas falhas, manias, vícios, taras,
defeitos, as boas virtudes só então saberemos como eliminar o que faz-nos mal
ao espírito e melhorar o que de bom já temos embrionário em nós.
O convívio a dois no
lar faz com que deixemos de interpretar personagens para assumirmos nossa
personalidade real. Isso muitas vezes desagrada e desencanta, e só a ideia de
que nossa felicidade poderá descer ralo abaixo, causa-nos sensação desagradável.
Acabamos culpando o outro pelo nosso fracasso ou por ele não ser tão bom como
desejaríamos que fosse.
A felicidade conjugal
está ameaçada? Pois é...
Se a maioria dos
casais ao invés de se cobrarem tanta perfeição, soubessem o real motivo de se
reencontrarem em campo terreno para o convívio sob o mesmo teto como um casal,
jamais exigiriam tanto um do outro no campo das ilusões, se perdoariam mais.
A vida a dois deve e
pode ser especial, mas isso depende do casal que deseja crescer junto, uma
compreensão madura da necessidade de cada um buscar sua felicidade pessoal e intransferível,
mas sem deixar para trás o outro. Uma busca constante pelo auto melhoramento, enquanto
a mão está sempre estendida para esposo ou esposa reciprocamente, mas isso para
muita gente só é bonito nos filmes...
Pois bem, felicidade
no casamento passa pelo processo do autoconhecimento e de caridade.
Autoconhecimento porque convivemos com uma outra alma que pode pensar muito diferente
de nós, ela nos espelha o que somos em suas reações e críticas, nas demonstrações
de contentamento, felicidade e amor, que nos endereça ou não.
Caridade porque
devemos sempre olhar para nosso cônjuge com amor, desenvolvendo paciência,
sabedoria no lidar com outra alma diferente da nossa e que muitas vezes estagia
num momento de dor e dúvidas, de erros graves que nos causa amargura. Muitas
vezes a caridade vem disfarçada de perdão, ela dá chance àquele que errou no
casamento, mas não é conivente com o erro! A caridade estende as mãos ao
companheiro enfermo, enfraquecido, combalido pelas doenças físicas ou psíquicas
que precisa de amparo e de compreensão. Esses sentimentos são próprios de
espíritos já experimentados e sabedores intimamente de sua missão no lar.
Os relacionamentos
são recheados de problemas, diferenças de ideais que lá na frente se perdem por
causa do abismo do egoísmo.
Em poucos casos que são
exemplos a serem seguidos, os cônjuges se amam porque aprenderam a se respeitar
nas adversidades e com isso se perdoaram porque entenderam cada um que a vida é
muito maior e melhor do que as pequenezas morais.
Nossa jornada
evolutiva é dificultosa porque aqui na Escola terrena nada é fácil. Tudo é
conquistado à custa de muito sacrifício, cada um de nós deve no tempo certo
aprender uma lição importante referente a cada erro cometido em nome da
ignorância ou da teimosia.
A felicidade é
conquistada individualmente e o outro só pode contribuir para a nossa felicidade, nada mais do que isso. Temos a
obrigação de sermos felizes por nossos próprios esforços e igualmente
contribuir para que nosso semelhante seja feliz, respeitando-o, amparando-o,
ajudando-o, dando-lhe carinho, amor, mimos, endereçando-lhe palavras de ânimo e
de boas energias sempre!
Os casais devem
aproximar-se de Deus através de alguma religião que os faça sentir-se bem e que
os auxiliem a serem serenos e equilibrados.
Namastê!
Letícia E. Gonçalves
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