terça-feira, 27 de junho de 2017

POR QUE NAS CASAS ESPÍRITAS TEM TANTO TAREFEIRO DESEQUILIBRADO?


O objetivo desse texto é fazer refletir. Dispensamos os julgamentos antifraternos e o preconceito que em nada nos auxilia. O intuito é analisarmos sem o peso da culpa se em nós há algum desequilíbrio, e, ao identifica-lo,  trabalha-lo positivamente até que ocorra a transformação significativa dentro de nós.
Que nas casas espiritualistas também adentram pessoas com o psiquismo alterado negativamente, já sabemos, mas, que nesses mesmos templos de caridade estão presentes tarefeiros desajustados psiquicamente, é difícil para algumas pessoas compreender e até mesmo acreditar. O que devemos entender é que nesses ambientes que costumeiramente dizemos serem “hospitais” para o tratamento da alma, também se encontram os que do lado de cá, isto é, alguns trabalhadores dessas casas profundamente desarmonizados. E por que?


Alhures discorremos sobre os médiuns fascinados, seriamente obsidiados e até com dificuldades de relacionarem-se com os colegas de tarefas mediúnicas. Mas buscando uma nova roupagem para abordar este tema tão em alta e que merece de nós trabalhadores, tarefeiros e frequentadores das casas espíritas toda nossa atenção e vigilância.
Notamos que há os que nos recebem com um sorriso iluminado acompanhado de bons modos, suavidade e, podemos dizer, que até de certa amorosidade por parte de muitos tarefeiros e médiuns. O que por outro lado também os há em grande número os mal humorados e pouco simpáticos. Eles não nos olham com alegria, são monossilábicos e algumas vezes até grosseiros, sem contar que alguns médiuns arrogam-se de serem os mais importantes e indispensáveis trabalhadores das casas de caridade e que infelizmente tratam os consulentes com descaso, pouca ou nenhuma caridade.
Lembremo-nos que nem todos os dias estamos prontos para o labor dentro da caridade com o Cristo, muitas vezes esquecemos que somos humanos e que também sofremos.
Algumas vezes estamos em constantes embates, enfrentamentos desgastantes seja em nossos lares ou no ambiente de trabalho. Entretanto, não nos referimos nesse despretensioso texto aos que têm problemas comuns que podem ser solucionados a contento, mas sim, aos que pontualmente encontram-se envolvidos em situações desgastantes e constantes sejam em seus lares, com seus familiares, chefes, subordinados ou até mesmo num conflito íntimo, duradouro sem data para ser solucionado.
No dia a dia, somos influenciados pela massa da sociedade consumista, pela agitação das cidades grandes e pelas dificuldades naturais que a vida nos apresenta.
O médiuns e servidores dos templos espiritualistas  são alvos constantes de ataques por parte dos espíritos inferiores, contrários aos ensinamentos de Jesus. E também por aqueles com quem contraímos dívidas no pretérito (vidas passadas) que são os nossos perseguidores ou obsessores espirituais, eles aguardam pacientemente o momento oportuno de vingarem-se. Muitas vezes tramam a forma mais segura de nos desviar pouco a pouco de nossos objetivos nobres, desejam afastar-nos do caminho reto e para isso nos estudam, observam, acompanham e esperam, como disse acima, o momento ou a brecha para infiltrarem-se em nossa mente e aos poucos, se dermos permissão, plantar ideias subversivas.
Por que nas casas espíritas tem tanto tarefeiro desequilibrado seja na Umbanda ou no Kardecismo, por exemplo? Iremos nos deparar com um ou outro servidor antigo ou novato, demonstrando-nos certa falta de sintonia com a casa em que servem e com os demais cooperadores.  
Poderemos citar alguns motivos mais prováveis como, por exemplo, o mal humor crônico fruto de pensamentos desajustados, a falta de diálogo positivo e amoroso (de ambos os lados) em casa com a parentela física, a negligência quanto a reforma íntima, a vaidade, o orgulho, a soberba, a arrogância e sentimentos que não são trabalhados e melhorados como os desejos sexuais desregrados pelos colegas de labor caritativo, os desejos arrebatadores pelas irmãs de caminhada que não correspondem a sintonia desajustada, causando aos incautos amargura e orgulho ferido (vice versa). Estas falhas podem ser ocasionadas também pela falta de leitura elucidativa e didática no campo do espiritismo (literatura de autores sérios e compromissados com a verdade em Cristo), a falta de estudos compromete o trabalho dos médiuns e auxiliadores desses templos, permitindo muitas vezes que sejam fascinados e levados pela própria invigilância a erros grosseiros e que lhes podem custar à saúde mental e física.
Sabemos que as casas espíritas dentro das várias vertentes que existem para nos conduzir amorosamente ao Pai Maior, através do estudo comprometido e voltado para nosso aperfeiçoamento moral, seguido da caridade desinteressada e da reforma íntima, são verdadeiros hospitais onde os guias espirituais nos auscultam a alma enferma, socorrendo-nos também conforme nosso merecimento e necessidade naquilo que mais precisamos. Somos doentes cuidando de doentes, pois nossos débitos do passado são grandes. Somos todos devedores em algum grau e as portas dessas casas se abrem para nós conforme o que podemos dar de acordo com o que podemos e estamos preparados para doar. Se os nossos guias fossem esperar que melhorássemos primeiro para depois atuarmos como médiuns ou tarefeiros, não haveria gente para atender nesses ambientes de caridade, não existiriam médiuns nas casas espíritas. Todos nós temos dificuldades, fragilidades, vícios, enfermidades psíquicas ou físicas, o que nos qualifica para trabalharmos  como tarefeiros, é a vontade de servir e o desejo de aprender, depois virá a necessidade de nos tornarmos saudáveis psiquicamente (aparar arestas)  e de nos aproximarmos mais de Jesus, seguindo seus ensinamentos contidos no Evangelho Segundo O Espiritismo.
Diante desse convite à reflexão é preciso nos observar e analisar se não há em nós esses defeitos, se por ventura não estamos levando nossos problemas pessoais para esses ambientes e, de repente, se não estamos sisudos demais, azedos, mal humorados, monossilábicos e fechados numa concha, achando que somos os melhores porque chegamos antes ou porque sabemos mais, porque...porque...,etc.
Devemos atender os consulentes com um sorriso simples, porém simpático em nossos lábios, com o coração cheio de emoção pela oportunidade de servir, com carinho e respeito porque as pessoas estão fragilizadas, infelizes, desequilibradas, enfermas e ali estão buscando muitas vezes, “uma última” chance de reabilitação, segurando-se num “fio de cabelo” de esperança. Elas na maioria das vezes trazem consigo a dor emocional, física, as obsessões cruéis. Em suma, tratemos nossos irmãos com o respeito e com o amor que gostaríamos de ser tratados se a situação se invertesse.
O que denota azedume e inquietação por parte dos tarefeiros e médiuns é a falta de auscultação íntima, de silêncio para a meditação, de disciplina nas atividades da vida e muitas vezes de amor por si e pelos outros.
Reflitamos se é isso mesmo que desejamos para o outro, se desejamos ser bons colaboradores de Cristo.
A auto-observação é e sempre será o melhor “termômetro” para medirmos como estamos caminhando e como estamos servindo o nosso semelhante. Certo é que, a natureza não dá saltos, entretanto, é imprescindível que busquemos a contento, aparar nossas arestas, pois dentro desses ambientes de amor, faz-se necessário e urgente nosso reajuste moral, espiritual e mental.


Namastê!


Letícia E. Gonçalves

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