Os espíritos, de modo geral, estão reunidos em grupos, com fortes tendências para o amor, desde sua formação. Viver conjuntamente é uma necessidade
orgânica e espiritual, individual e coletiva. Ninguém consegue viver só, desde o
minério às plantas, dos animais aos homens, e destes aos anjos.
Matéria e espírito se confundem.
Quando queremos nos aprofundar, tanto em uma quanto em outra, vemos que tudo é
criação de Deus, feito com o mesmo amor,
com a mesma ciência. As divisões são marcadas pelo empuxo evolutivo, ou pelo
despertar das coisas e das almas.
As sintonias começam nos grupos formados
pelos lares, se estendem em famílias, pelo sangue, crescem-nos que se agrupam
nas cidades nos municípios, nos estados e nos países, enfim, no planeta; depois,
nos sistemas planetários, nas galáxias, nos acúmulos, no Universo.
Parece difícil entender a ciência dos iguais. No entanto, a força das necessidades,
o anseio de nos libertarmos, fazem com que avancemos no entendimento,
compreendendo a fraternidade que haveremos de ter com quem se nos
assemelha e com as coisas que nos cercam.
O espírito, para viver, envolve-se na matéria e esta agarra-se ao espírito, na
proporção das suas necessidades evolutivas. Há uma permuta incessante entre
os reinos da natureza.
Os elementos petrificados desprendem uma gama de
elementos nas faixas absorvidas dos vegetais. E estes, como laboratórios, são
glândulas imensas, entregando aos animais fontes inexauríveis de vida. Dentre
eles, também os homens recebem tais suprimentos. Por vias ainda
desconhecidas, o reino animal devolve às plantas algo que acelera os princípios
psíquicos, enriquecendo-lhes a sensibilidade para o futuro.
A vida é uma troca de valores, cujo magnetismo é transmutado de passo a passo,
enraizado na mesma essência provinda de Deus. Quem tivesse olhos para ver,
certamente se admiraria ao notar que, entre duas pessoas que se amam, o
alimento físico ficaria em segundo plano. Quem tivesse, porventura, ouvidos para
ouvir, se conscientizaria de que os sons captados pela audição física são
inferiores aos que ressoam em outras faixas.
Em família, notam-se laços espirituais de vínculos mais fortes do que os
compromissos ditados pelas leis humanas; A facilidade que temos de amizade
com determinadas pessoas nem sempre nos induz a crer que já vivemos com elas
em outras reencarnações. Pode ser afeição por sintonia de sentimentos, ideias
idênticas, evolução paralela.
Os pensamentos afins tornam fáceis as amizades,
como, igualmente, as inimizades poderão surgir entre pessoas sem laços
cármicos, por aversão de ideias. Se a alma for espiritualizada, tirará grandes
proveitos das duas situações. Na afinidade, fará muito progresso, pela
oportunidade favorável; e no ódio gratuito de outros, testa seu poder de perdoar,
de amar os que a ofendem e caluniam.
A sintonia em grupo tem de ser testada com o tempo.
Os primeiros contatos não são suficientes para nos conhecermos uns aos outros. Conhecimento requer
vivência e, junto, observação imparcial, dentro da honestidade crista. Se alguma
pessoa não serve para viver convosco, é ideal para outra.
Desmerecer os valores
alheios é julgar os semelhantes, abrindo oportunidades para que os outros façam
o mesmo conosco. Quereis ser felizes? Trabalhai pela felicidade coletiva. Quereis
ser bons?
Laborai para a bondade dos outros. Quereis ser alegres? Espalhai alegria por onde passardes.
O amor vos agrada? Então, amai tudo e todos, que a vida vos retribuirá, pelo que fizestes a vossos semelhantes.
Nós estamos superligados uns aos outros, queiramos ou não. Esta é a lei. Cada
ser e cada coisa representam elos na vinculaçao universal, e a força que mantéma nossa coesão é o Pai Celestial, que nos abençoa em todos os instantes pela
sintonia do amor e pela caridade, que nos identifica como espíritos livres da
ignorância, como almas a caminho de imperturbável serenidade.
DO LIVRO: "HORIZONTES DA MENTE" JOÃO NUNES MAIA - EDITORA FONTE VIVA.
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