Para que
seja eficaz e produza todo o efeito desejado, a oração deve ser um chamamento ardente, espontâneo e, por conseguinte, de
breve duração: pelo contrario, as orações vulgares, recitadas da boca para
fora, sem calor comunicativo, não produzem senão irradiações débeis
insuficientes.
Fácil,
portanto, será compreender a necessidade de que haja, nas sessões, união de
pensamentos e vontades. Deve-se ter presente, sobretudo, a importância que exercem
nas emissões fluídicas os sentimentos de fé, de confiança, de desinteresse, em
uma palavra: todas as qualidades morais, as facilidades que elas dão aos bons espíritos,
de par com os obstáculos que opõem a ação dos espíritos mal-intencionados.
E, tudo
isso, sem excluir o livre exame e as condições de controle que nenhum observador
deve abandonar jamais. Tão pouco há que se surpreender se os resultados obtidos
são relativamente trabalhosos e pobres em ambientes em que reina uma atmosfera
de ceticismo, onde se pretende dar ordens aos fenômenos e aos espíritos, e nos
que, sem saber, criam travas as manifestações de ordem elevada.
Ademais, o
presidente de cada grupo deve esforçar-se em obter silencio e recolhimento
durante as sessões, e evitar as perguntas inoportunas e demasiado pessoais, que
pretendam dirigir aos espíritos, para manter, dentro do possível, a união dos pensamentos
e das vontades, dirigindo-os para uma finalidade comum. Os
pensamentos divergentes e as preocupações materiais formam correntes
desencontradas, uma espécie de caos fluídico, que dificulta a intervenção dos
guias, enquanto que a concordância de intenções e de sentimentos estabelece a fusão
harmônica dos fluidos e cria um ambiente propicio a sua ação. A sessão deve
terminar com algumas palavras de agradecimento aos espíritos protetores e
convidando os participantes a aproveitar os
ensinamentos recebidos, praticando a moral que deles se deriva.
Com suas
criticas, nossos contraditores inexperientes demonstram, com frequência, sua
escassa competência nestes assuntos. Mas, por outro lado, todos os
magnetizadores conhecem a propriedade que tem os fluidos de refletir exatamente
nosso estado de animo e sabem imprimir-lhes, às vezes, qualidades benéficas e curativas.
Também e possível
demonstrar, experimentalmente, a existência e a variedade infinita desses
fluidos que diferem em cada personalidade. Pode-se
facilmente tirar placas fotográficas com as irradiações que se desprendem de
nossos cérebros, e registrar os fluidos que variam
segundo as disposições pessoais.
O exercício
da mediunidade encontra dois obstáculos temíveis: o espírito de lucro e o orgulho.
(Quantos médiuns começaram animados de um sincero desejo de servir a nossa
causa e terminaram, por causa do orgulho, por cair no ridículo, convertendo-se
em motivo de zombaria para todos!) A satisfação
de si mesmo e perfeitamente legitima, quando e o resultado de qualidades ou de
meritos adquiridos por meio de trabalho ou estudos prolongados. Como sentir
orgulho por uma faculdade que veio do Alto e que não precisou de gastos nem esforços?
O orgulho
e o que inspira essas rivalidades, essa inveja mesquinha entre médiuns, causa
frequente de desunião em alguns grupos. E preciso que cada um se contente com o
que recebe.
Quando o médium
esta isento de vaidade, e franco de coração, e, com a sinceridade de sua alma,
aos olhos de Deus, oferece seu concurso aos bons espíritos, estes se apressam
em assisti-lo e o ajudam a desenvolver suas faculdades. Cedo ou tarde levam ate
junto dele os parentes falecidos, os amados mortos, reatando-se uma doce
intimidade, fonte de alegrias e consolos. Pouco a pouco o médium vai se
tornando o artífice bendito da obra de renovação. Recebe e transmite as instruções
que iluminam a vida e traçam a via de ascensão para todos, proporcionando,
assim, a ajuda moral que faz mais fácil o dever e mais suportável a prova. Assim,
com os ensinamentos dos espíritos, a noção de justiça se estendera pelo mundo.
Ao saber que viemos quase todos para expiar faltas anteriores, o homem não se
mostrara tão inclinado a murmurar contra a sua sorte, e seu pensamento se
elevara acima das misérias deste mundo, evitando que seus atos ou suas palavras
aumentem o peso das injustiças que sobre si recaem. Então a vida social poderá
melhorar, e a humanidade adiantara um passo.
Todas
essas humildes vidas de médiuns que, a não ser por isso, ficariam obscuras e insignificantes,
se verão enriquecidas pela missão recebida, iluminadas por um raio divino e se converterão
em elementos de progresso e de regeneração.
O contato
com o Invisível, com as almas puras e grandes, aumenta as faculdades psíquicas
e multiplica os meios de percepção. Nas sessões bem dirigidas, o médium
percebe, cada vez mais, as irradiações, os fluidos dos mundos superiores. Experimenta
uma dilatação de seu ser, uma soma de gozos que escapam a analise e que são,
como uma antecipação da vida espiritual, um preludio da vida do espaço. E uma compensação
oferecida, ja nesta existência, as fadigas e trabalhos pelo exercício da
mediunidade.
O médium
sincero, leal, desinteressado – como dizíamos – pode estar seguro da assistência
dos bons espíritos; mas se ele se deixar invadir pelo amor ao lucro, ou pelo
orgulho, os Espíritos Guias se afastam e deixam o caminho aos espíritos fracos
e atrasados. Então, aumentam os enganos e as fraudes. Aparecem mensagens
firmadas com nomes
pomposos de estadistas, reis, imperadores ou poetas celebres, porem, quando se
passam essas comunicações pela peneira da razão e da reflexão, nos damos conta
de que somos vitimas de uma fraude.
Léon
Denis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.