terça-feira, 18 de julho de 2017

COMO VOCÊ REALMENTE É QUANDO ESTÁ SÓ COM VOCÊ MESMO?

Quem deseja se autoconhecer sempre deve auto observar-se quando está longe da presença dos outros ou mesmo quando há a sua volta, muitas pessoas. Esse é um exercício excelente!
É comum passarmos anos de nossas vidas observando e estudando os defeitos alheios só para aponta-los e justificarmos assim, nossa má conduta interna. É muito fácil apontar o erro alheio, é muito cômodo culpar o outro por nossas próprias falhas, obviamente que os nossos companheiros mais próximos de caminhada têm, de certa forma, certa responsabilidade nos efeitos que nos causam ao longo de nossa vida, sejam estes positivos ou negativos, entretanto deixa de ser correto depositarmos neles todo o mérito de nosso fracasso pessoal.

O tema de nosso texto convida-nos a uma reflexão honesta sobre “como somos quando ninguém nos vê.” Interessante pontuar que essa experiência significativa e rica só ocorre quando nos dispomos a mudar, quando desejamos navegar no mar alto da nossa reforma íntima. Também desejo ressaltar que esta nada tem a ver com a religião que professamos, mas sim com uma mudança interior que trará o equilíbrio, pois não é preciso ser religioso para almejar uma mudança positiva e equilibrada que trará benefícios espirituais.
É um exercício diário, intransferível, profundamente transformador e positivo.

Será que quando estamos a sós, os nossos pensamentos e os nossos diálogos internos sobre as pessoas que nos parecem “diferentes”, excêntricas, exóticas, especiais, são assim tão benevolentes e cheios de compaixão? É preciso muito mais para desenvolvermos em nós equilíbrio necessário para convivermos bem uns com os outros e todos sabemos disso, mas o que faz com que isso realmente aconteça é o auto estudo, a vigilância constante sobre nós mesmos, a correção e o atuo aprimoramento no campo do psiquismo.
Outro dia mesmo me peguei novamente só, comigo mesma, num azedume total. Estava estranha, num daqueles dias em que não nos levantamos da cama bem... (risos). Ao sair de casa comecei o meu costumeiro diálogo interno sobre como as pessoas comportam-se e percebi após algum tempo, que estava julgando-as por suas atitudes. Estava percebendo-me ali, naquele instante, ainda muito preconceituosa e incomodada com os comportamentos alheios que destoavam do meu. Imediatamente me pus a corrigir-me e me entristeci, fiquei algo pensativa e apreensiva com meu estado interno tão agitado, me vi ali, julgando aqueles que eram “diferentes” de mim em opiniões, atitudes, escolhas, etc. Tratei logo de meu auto perdoar enquanto organizava o pensamento em prece, voltando para meu interior acolhendo-me com amor e compreendendo a pedreira a ser removida por mim por milênios à minha frente. Enormes pedras, gigantescas mesmo!
Mas com inteligência estou retirando as pequeninas e pouco a pouco e incessantemente, vou recolhendo “do meu caminho” os escolhos que impedem-me de evoluir mais.
Assim é a reforma íntima; observação, vigilância e auto perdão constantes.
Só vamos saber o que há por dentro se nos olharmos e para isso é preciso coragem. Repito aqui, o que fora dito alhures, não é necessário ser religioso para que a reforma íntima possa ser feita, ela independe de religião, credo, dogma, culto, etc.
A busca pelo bem estar espiritual, pelo equilíbrio da mente é um benefício feito a nós mesmos. Ninguém se beneficiará com nossa melhora interna se não nós mesmos, cada um de nós no mundo deve reformar-se de acordo  com seus conhecimentos e desejos, necessidades, cada criatura humana precisa estabelecer de tempos em tempos adequadamente, normas de boa conduta para si, buscando a felicidade que traz paz e harmonia ao espírito. Essas bênçãos são conquistadas ao longo de muito trabalho, de muita luta e com muitas dificuldades! Nada vem fácil e é para ser assim mesmo ou não valorizaríamos nossas conquistas pessoais.
É urgente entendermos a relevância de nossa transformação íntima para nossa evolução liberando-nos dos auto julgamentos negativos e das duras condenações a que nos submetemos no campo da culpa, para que a cada época possamos ter condições de acompanhar a evolução do mundo, as mudanças de opiniões, o outro com sua bagagem de experiências íntimas e intransferíveis, com suas diferenças, manias, imperfeições, talentos e virtudes. E para que esse outro também nos olhe com mais compaixão, diante de nossa pequenez espiritual, de nossas falhas ou de nossas virtudes.
Que haja sempre a cada passo dado um olhar para si mesmo  numa busca incessante, sincera e respeitosa, onde cada um a sua maneira e de acordo com suas capacidades, quer ser melhor para si mesmo primeiro, e, só então conseguir ser melhor para com seu semelhante. Isto implica sermos a cada tempo menos: preconceituosos, azedos, arrogantes e egoístas. Quanto a religião que cada um escolhe pra seguir, que essa possa conduzir-nos a um estado evolutivo superior, com harmonia e trazendo a cada aprendizado, seguido ou não de queda ou fracasso, um novo entendimento, uma visão mais nítida de quem realmente  somos e qual posição ocupamos no Universo!


Namastê.


Letícia E. Gonçalves

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