sábado, 26 de setembro de 2015

Mas afinal, o que é felicidade?



Muitas são as definições sobre felicidade, cada um tem uma visão diferenciada, por isso falaremos despretensiosamente sobre o tema, no intuito de apresentar aqui, nossa humilde opinião, que é oriunda de reflexões pós traumáticas.
A verdadeira felicidade consiste em estar bem consigo mesmo e isso requer experiência no campo da reforma íntima. Todos nós erramos e o resultado desses erros são acúmulos de problemas das vidas pretéritas; culpa, medo, fobias, traumas, arrependimentos, solidão, depressões, baixa autoestima, sentimento de inferioridade, antipatias, ódios, inveja, recalques, etc.
Não é o outro quem nos fará feliz, mas nós mesmos. De que adianta o outro nos amar se nós não nos amamos? Milhares de pessoas pensam que ser feliz consiste em TER, mas nós acreditamos que SER é o mais importante.
A busca desenfreada pela felicidade artificial tem trazido para a humanidade prejuízos incalculáveis. Essa “felicidade” que é procurada do lado de fora de nós só ilude e maltrata, é fugaz e efêmera. Ficamos depois sós constatando tragicamente o vazio existencial que nos oprime a alma.  Ora, em quem vamos colocar a culpa por nossos fracassos pessoais? Tem quem jogue toda a responsabilidade para cima dessa nova geração do mundo competitivo e descartável... que respira tecnologia de ponta, veloz e egoísta que não sabe olhar para o menor necessitado, que não tem tempo para ajudar o oprimido e os menos favorecidos.

O mundo chegou à era dos produtos descartáveis... plásticos mesmo. Tudo fica mais “fácil” no momento em que  jogamos sem o menor pudor o nosso lixo fora da lixeira. Abandonamos nossas crianças na rua, negamos-lhes estudo, dignidade, amor... elas então voltam-se contra a sociedade e o caos instala-se em nossas vidas. 
Felicidade é realização íntima e não posse material.
É cultural a questão de depositarmos no outro nossas expectativas mais íntimas para no final acabarmos decepcionados frustrados e infelizes.
Vemos mulheres lindas e vazias... ocas, com alto grau de baixa autoestima, fazendo regimes absurdos, plásticas com resultados assustadores, elas maltratam o corpo  para seguir o estereótipo mais aceito pelo mundo para serem aceitas e poderem “pertencer” a algum grupo.  
As academias estão lotadas, há quem nelas busque através do fisiculturismo a “felicidade” querem ser aceitos e amados, desejam sentir-se fortes por fora, mas como disse o célebre Dr. Lair Ribeiro, quando essas pessoas atingirem a maturidade, provavelmente entrarão em depressão, porque não desenvolveram em si outras aptidões.
Existem os que são possuidores de contas bancárias fantásticas, mansões faraônicas, carros potentes e caríssimos, joias valiosíssimas, imóveis, fazendas, ilhas, empresas poderosas, entretanto dizem a grande maioria desses ricos, no final de suas vidas, que não encontraram a verdadeira felicidade na riqueza material.
Felicidade está em aceitarmo-nos como realmente somos, em nos auto perdoar, em fazer a reforma íntima, em admitirmos nossas fraquezas e pedir ajuda quando perdemos o controle sobre a situação. 
Felicidade está em sermos mais humildes, em olhar para o outro com compaixão e respeito, em prestar auxílio, em servir, em ser útil. 
A felicidade nasce do auto perdão, do ajuste espiritual, do perdão que concedemos aos outros, da busca pelo aperfeiçoamento moral. 
A felicidade viceja quando enfim, decidimos nos amar como somos, com os defeitos e qualidades que possuímos, pois é nesse momento que ela toma nossa alma e seguimos mais leves, mais compreensivos com as falhas alheias de nossos companheiros de caminhada, porque é só quando olhamos para o nosso interior sem medo do que vamos ver que nasce em nós a coragem para a mudança.
Entregar nossa vida em mãos alheias sempre será um erro! Depender do outro para ser feliz é armadilha cruel, confeccionada por nós mesmos. 
Esperar do outro mais do que ele pode nos dar é ilusão e falta de maturidade. Permitir que as pessoas façam de nós o que quiserem é falta de amor próprio.
Pessoas verdadeiramente felizes estão satisfeitas consigo mesmas, estão abertas para a vida, para experiências no campo do amor, do sexo equilibrado, das amizades verdadeiras, etc.
Pessoas infelizes ainda se culpam, se sentem inferiores aos outros por algum motivo, cultivam traumas por décadas, tentam sufocar suas expectativas frustradas na alimentação desorganizada e fora de hora. Vivem arrependidas pelo que não disseram ou pelo que despejaram aleatoriamente nos companheiros. 
Os infelizes estão cheios dos supérfluos e vazios de amor. 
As pessoas mais infelizes  são aquelas que passam a vida responsabilizando os outros por seus próprios erros. Muitos são os que não se realizam e como forma de “escapar” aos prejuízos, culpam os outros por suas desditas como se isso fosse resolver toda a situação. Vão se fechando em "conchas" para evitar as críticas construtivas, fogem dos bons conselhos e das conversações saudáveis, onde pretende-se colocar “os pingos nos is”, para que as questões se resolvam. Fogem, pois, por puro orgulho, vergonha e medo de assumirem-se fracos e falhos, portanto humanos.
A felicidade não está em casar-se numa igreja de arquitetura famosa, com convidados nobres, vestidos a caráter com os mais finos tecidos, com uma festa perfeita e mimos caros, mas em ter coragem para levar a vida a dois, depois que as máscaras caem por causa do convívio diário, enfrentando com sabedoria e coragem os problemas do casal, com todas as suas dificuldades e nuances, sabendo educar os filhos com amor e respeito, passando-lhes os mais altos valores e sendo esses pais, o próprio exemplo vivo mesmo com as imperfeições sui generis!
O conceito de felicidade como vimos é amplo e cada criatura alcança o que lhe está mais próximo do entendimento.
Vemos uma humanidade infeliz e vazia, que procura a felicidade fora de si. 
A ideia "felicidade" deve começar em nós mesmos, na correção de nossos erros, manias, vícios, recalques... no olhar para si e na busca de reformar o que não está legal. É um trabalho silencioso e longo que vai acompanhando as décadas... os milênios.

Felicidade é derrotar todos os inimigos internos (autoconhecimento) e tornar-se um ser pleno em atividades humanistas, caridosas, portanto enobrecedoras. 
A verdadeira felicidade também está na busca pelo conhecimento positivo dos outros e da vida.

Namaste.

Letícia Gonçalves

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