O tema é espinhoso e
deve ser entendido como uma forma de convidar o leitor amigo, à reflexão
honesta e desprovida de julgamentos negativos.
É muito comum o
choque de opiniões, as dificuldades de convívio entre familiares e colegas de
trabalho, justamente por causa do orgulho nauseabundo que só adoece, assim como
a teimosia e a arrogância que é sui generis e fazem estragos em nossa vida de
espíritos ainda infantis.
Não reconhecer o
valor alheio implica em não o reconhecer em si mesmo. Temos como parâmetro nós
mesmos e sempre enxergamos a vida do nosso ponto de vista e não do ponto de
vista alheio, isto é fato. Se não vemos beleza na vida, não a vemos dentro nós.
Se não compreendemos o nosso parceiro de caminhada evolutiva com suas ideias
próprias, significa que somos muito duros para conosco, que há uma cobrança excessiva e
desequilibrada para com nós mesmos.
Quando não valorizamos
as pequenas atitudes positivas e ações daquele que está ao nosso lado, sempre
cobrando-o e criticando-o, significa que estamos em desarmonia espiritual. Há uma
dificuldade que não quer ser trabalhada, provocando mal estar, medos,
ansiedades, mau humor, azedumes, entre outros sintomas patológicos de um
psiquismo desajustado. É também sintoma de um egoísmo profundo, já que o
egoísta tem dificuldade de agradecer os favores que recebe no decorrer da vida
e tem mais dificuldade ainda em ajudar os outros, em doar-se. Podemos observar
também que quem não sabe ou não quer reconhecer em seus parceiros de caminhada
evolutiva, as virtudes e valores especiais, os talentos e méritos alcançados e
a competência em determinadas áreas, tem dificuldade de olhar para si próprio,
isto é, não se reconhece competente, não se vê positivo, não se enxerga
criativo e capaz, atrasa dessa forma sua evolução.
Não enxerga o valor
dos outros quem intimamente deixa de se considerar bom o bastante. O orgulhoso
e o arrogante sempre se sentem superiores, acreditam ser melhores que os outros
e muitas vezes tendem a diminuir o seu próximo por ciúmes, por inveja e por
desprezar-lhe os talentos que não possui e que não deseja possuir, já que detesta esforçar-se
para ser igual aos outros, isto é, fazer parte de um grupo de indivíduos que
têm características “iguais” em determinadas áreas e que por isso se afinizam
na forma de pensar, de agir, de decidir e de criar (são simpáticos entre si).
Não podemos dar o que
não temos. Não se colhe num cacto, uvas! Portanto ao identificarmos em nós estas
falhas morais, devemos trabalha-las de forma a reduzi-las e transformar o que
não é positivo para nós, em virtudes. A palavra de ordem é transformação!
Se um indivíduo não
consegue ser gentil, se ele não sabe reconhecer o valor de seus amigos,
familiares e até de seus colegas de trabalho a ponto de ser duramente criticado
pelos companheiros de jornada, é porque seus problemas estão no campo da
patologia e devem ser a contento tratados.
Não vivemos sós! Não
somos nada, não chegamos a lugar nenhum sem o outro. Seja ele um estranho, um
profissional, um amigo, ente querido, protetor espiritual, etc. Tudo no Universo
está interligado, a energia é a mesma em qualquer lugar do Universo, os átomos
também! Fomos programados por Deus para sermos felizes, mas até atingirmos esta
fase será necessário o aprendizado constante. Ninguém no mundo consegue viver
sem a interferência do outro, é necessário reconhecermos que existem pessoas
preparadas para nos auxiliar e para nos servir, assim como também ao longo da
nossa existência nos preparamos para servir.
Necessário se faz
identificar em nós a aresta defeituosa e apara-la, fazermos a reflexão profunda
sobre que feedback a vida nos dá.
Estamos sozinhos,
infelizes, estamos alegres ou acompanhados daqueles a quem amamos... Estamos
abandonados e esquecidos? Temos menos amigos e mais colegas? Somos simpáticos? Somos
lembrados?
As pessoas nos
procuram com frequência para um bate papo amigo? Estamos magoados com alguém
por causa da distância que se criou? Ou estamos preferindo nos afastar? Como temos
nos comportado com os nossos afetos? Como estamos sendo tratados pelas pessoas
com as quais convivemos? E, finalmente, como tratamos as pessoas? Nós realmente
as valorizamos ou não?
Reflitamos!
Letícia E. Gonçalves
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