Já pensaste que existe muita gente além de ti, vivendo no
mesmo mundo em que habitas? São bilhões, com as mesmas necessidades e os mesmos
direitos, filhos do mesmo Deus de bondade e de amor. E ainda outros bilhões
desencarnados buscam os mesmos interesses de vida que buscas. Quem te fez não
Se esqueceu de colocar as mesmas qualidades na consciência dos teus irmãos de
caminho.
Se tu, para viver, precisas dos outros, tanto quanto os
outros de ti, é de justiça, e a razão nos esclarece, a grande necessidade de
vivermos bem com os nossos semelhantes, de fazer para com eles o que estiver ao
nosso alcance. O Suprimento Divino não Se esquece de ninguém, no que tange às
nossas necessidades. O que achamos que falta na economia da natureza é
consumido no desperdício dos que abusaram daquilo que foi colocado em suas
mãos, registrando na escrita superior, a ignorância que, por vezes atende ao
carma dos sofredores.
Não existe falha da natureza. O que achamos injustiça é
puramente aparência.
Cada um recebe justamente o que merece no avanço da
própria vida. Se te interessa receber coisas boas, não deves duvidar da lei que
nos fala que é dando que recebemos. Os outros são continuação de nós mesmos,
nos termos filosóficos, que a escrita alcança para mostrar as belezas do
oculto.
Se queremos afastar o inconveniente de nós, não aprendamos
as lições da inconveniência. Deus não deserda ninguém, nem aniquila espírito
algum, porque não Lhe obedece. Ele criou leis e elas nos disciplinam quando
erramos o caminho que deve ser percorrido.
Se alguém te perseguir, não faças o
mesmo. Se o revide for a tua arma, essa defesa estraga a tua própria
oportunidade de compreender aquele que te não compreende. Procura sempre a
Justiça sem o exagero e ama sempre a Verdade, sem que a ofensa apareça. Os
outros têm o mesmo direito que temos como
ocupantes de lugares na grande extensão infinita.
Deus assiste o ladrão tanto quanto o justo; o assassino,
tanto quanto o homem de bem; porém, cada um recebe o que busca pela vida que se
dispôs a viver. O Senhor não distingue os Seus filhos; eles são todos iguais à
Sua magnânima visão. Ama a todos, qual o Sol distribui seus raios em todas as
direções do Universo, sem nada exigir dos beneficiados. Quando pensares, meu
irmão, nas tuas necessidades, lembra-te igualmente da carência dos outros. E,
se for possível, trabalha em favor deles, que esse trabalho, quando não é
vendido, gera pontos de vida na luminosidade do Amor.
Quando escolhemos alguém para a nossa amizade ou para o
nosso amor, exigimos qualidades, perfeição, tudo de bom que nos agrade. Por que
não fazer o mesmo conosco? Eles, certamente, devem pensar o mesmo de nós.
Atraímos o que somos. Melhoremos por dentro que as companhias nos acompanharão
no que verdadeiramente somos. É a lei dos afins, que nunca erra no trabalho das
uniões. Trata os outros como se fossem tu mesmo, alimenta o mesmo interesse de
servir aos teus irmãos, como se o estivesses fazendo em teu favor, que a tua
amizade crescerá, mostrando-te a verdadeira estrada, onde a tua inteligência e
o teu coração encontrarão o reino da consciência em perfeita harmonia com a
harmonia universal, em paz com Deus.
Fonte: “Cirurgia
Moral” Lancellin/João Nunes Maia – Fonte Viva.
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