Margarida toda sexta-feira
vai para a casa de umbanda receber o axé das entidades espirituais. É
frequentadora há dez anos e ultimamente, por causa dos problemas familiares tem
ido com assiduidade.
É mãe do Pedro, um rapagão saudável que segundo ela, não quer nada com a vida. É esposa do Jorge que vê no próprio filho seu fracasso como pai.
Margarida esperava sua vez de ser atendida. Aquela era a sessão dos pretos velhos e ela estava ansiosa como de costume, para receber as orientações.
Diante do médium que recebia vibrações do guia espiritual, Margarida falava entre aflita e nervosa sobre o problema que lhe apoquentava. Reclamava do filho e do marido, da vida, dos vizinhos, porém o que mais lhe doía era a situação de seu filho único, pois os desentendimentos familiares sempre se davam por causa dele.
O marido sempre entrava em atrito com o próprio filho por causa de sua rebeldia e do seu modo “tanquilo” de ser. As brigas eram diárias e essa situação causava em todos um mal estar daqueles!
Preto velho: _Deus te abençoe, minha filha! Que mal te acomete?
Margarida: _É que o Pedrinho, meu filho passou dos limites! Não quer ter responsabilidades, já está com vinte e quatro anos de idade e não para em emprego algum. Fuma demais, dorme até tarde, fica no boteco jogando até tarde da noite e já é até pai solteiro! Ah! Lá em casa tem briga todo dia, pai velho! O meu Jorge não aceita mais os abusos do nosso filho, fica nervoso e por isso o maltrata e o meu filho, infelizmente não o respeita mais.
A entidade e seu médium ouviam com atenção as lamentações da consulente que não parou por aí...
É mãe do Pedro, um rapagão saudável que segundo ela, não quer nada com a vida. É esposa do Jorge que vê no próprio filho seu fracasso como pai.
Margarida esperava sua vez de ser atendida. Aquela era a sessão dos pretos velhos e ela estava ansiosa como de costume, para receber as orientações.
Diante do médium que recebia vibrações do guia espiritual, Margarida falava entre aflita e nervosa sobre o problema que lhe apoquentava. Reclamava do filho e do marido, da vida, dos vizinhos, porém o que mais lhe doía era a situação de seu filho único, pois os desentendimentos familiares sempre se davam por causa dele.
O marido sempre entrava em atrito com o próprio filho por causa de sua rebeldia e do seu modo “tanquilo” de ser. As brigas eram diárias e essa situação causava em todos um mal estar daqueles!
Preto velho: _Deus te abençoe, minha filha! Que mal te acomete?
Margarida: _É que o Pedrinho, meu filho passou dos limites! Não quer ter responsabilidades, já está com vinte e quatro anos de idade e não para em emprego algum. Fuma demais, dorme até tarde, fica no boteco jogando até tarde da noite e já é até pai solteiro! Ah! Lá em casa tem briga todo dia, pai velho! O meu Jorge não aceita mais os abusos do nosso filho, fica nervoso e por isso o maltrata e o meu filho, infelizmente não o respeita mais.
A entidade e seu médium ouviam com atenção as lamentações da consulente que não parou por aí...
Margarida: _Eu hoje vim decidida a pedir pelos
dois... na verdade por todos nós lá de casa, sabe? Mas hoje eu quero lhe pedir,
pai velho, uma ajudinha muito especial para meu filho Pedro... será que não tem
um “jeito” do senhor fazer ele mudar? Digo assim... será que o senhor poderia
fazer “algo” para ele se arrumar na vida? Um sacudimento ou trabalho forte...
sei lá! Algo que o faça ficar responsável... na verdade não sei bem o que o
senhor pode fazer, o que quero é que ele tome jeito de homem, pois já passou da
hora! – Dizia ela mais agitada ainda. - Então, pai velho, o que o senhor me diz?
O guia através de seu médium
baforou a fumaça do cachimbo, sorriu alegremente para a consulente e falou:
Preto velho: _Filha, não é assim que as coisas
funcionam. Entendo sua aflição de mãe, mas a umbanda não é uma religião
que faz tudo pelos filhos de fé, ela é apenas um caminho que quando de
livre vontade é percorrido, conduz as criaturas ao encontro de si mesmas.
A umbanda é uma religião que
pratica a caridade com Jesus, mas dentro do merecimento de cada um! - Margarida ouvia sem compreender, passavam
pela sua mente muitas imagens, próprias daqueles que desconhecem a verdadeira
função da umbanda. Muitos anos frequentando aquela casa de caridade onde ela só
pedia, pedia, pedia e poucas agradecia.
Não conseguia aceitar o que a entidade dizia, para ela intimamente falando, seu
filho “merecia” era um empurrãozinho do Alto.
O preto velho auscultando lhe
os pensamentos, com humildade lhe falou novamente:
Preto velho: _Minha irmã, seu filho deve caminhar
com as próprias pernas, fazer o esforço que lhe garantirá no futuro, o
merecimento justo. Ninguém deve fazer a
caminhada por ele e além do mais suncê já deveria saber que interferir dessa
forma no livre arbítrio do semelhante é infração grave!
Margarida ficou petrificada
ao perceber que era admoestada pela entidade e, a partir daí, começava a
compreender que livre-arbítrio era coisa séria.
Margarida: _Mas então... meu filho vai continuar
do jeito que está? Eu preciso fazer algo por ele paisinho.
Preto velho: _Sim. – respondeu a entidade com
paternal amor. - Ora a Deus, Nosso sinhô. Conversa com o vosso filho deixando-o
perceber todo o vosso amor de mãe dedicada. Esclareça-o quanto ao futuro de
quem vive no ócio e procura mediar na medida do possível a situação entre ele e
o pai, visando pela ordem no lar, pela paz de todos e pelo perdão entre ambos. Mas nunca, jamais buscando interferir
no livre arbítrio com trabalho de magia, entendeu filha?
Agora sou eu que quero lhe fazer um pedido muito especial. Margarida, milha irmã, estude os cinco livros espíritas básicos da codificação, escritos por Allan Kardec, vão te fazer muito bem, ê, ê!
Agora sou eu que quero lhe fazer um pedido muito especial. Margarida, milha irmã, estude os cinco livros espíritas básicos da codificação, escritos por Allan Kardec, vão te fazer muito bem, ê, ê!
Margarida foi embora
pensativa...
Reflitamos
Letícia Gonçalves
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