Não há criatura
alguma que possa viver sem confiança. Ela marca a certeza naquilo que deveremos
alcançar. A confiança nasce da fé, que tranquiliza os nossos corações nas lutas
de cada dia.
Se desejas confiar
em alguma coisa, basta confiar em ti mesmo. No entanto, para que essa fé em ti
mesmo te dê uma garantia, é preciso a aquisição de outras virtudes que deverás
conquistar no universo do teu mundo interno. A fé não se compra, nem se toma
emprestada como fazes com as coisas exteriores. O preço dela é representado por
atribuições dos valores espirituais. A fé verdadeira nasce na tranquilidade da
consciência. Se esta não te acusa, é porque estás indo bem nas linhas da
existência e, de momento a momento, a luz da fé começa a iluminar a tua mente e
empenhar-se, com o coração em uma jornada de entendimento.
A conquista da fé
não é tão fácil como se pensa. Ela vibra no seio de muitas virtudes e esplende
nos sentimentos de quem ama o próximo como a si mesmo, sem esquecer de amar a
Deus sobre todas as coisas.
Certamente não
agradamos a todas as criaturas com quem convivemos.
Não obstante,
devemos ter cuidado na comunicação com os nossos irmãos em roteiro, observando
os seus comportamentos e as suas necessidades, fazendo o que pudermos para
ajudá-los, sem a exigência comum nos círculos onde habita a ignorância.
Meu irmão, confia nas tuas próprias forças e trabalha dentro do teu
mundo interno, no silêncio que te pedir a vida reta, que esse aprimoramento
dar-te-á muita paz e uma consciência que não se perturba com simples problemas.
A certeza do êxito diante de problemas a serem enfrentados não é somente para o
religioso. É para todos os trabalhos a que nos dispomos realizar, desde as
ideias formadas na mente, aos campos onde as sementes devem ser depositadas,
para que os frutos apareçam para saciar a fome, prover as vestes e o próprio
conforto.
Deves adereçar, de quando em vez, os próprios sentimentos,
buscando no fundo da consciência o condão da fé, para sentires e veres se estás
posicionado na direção do Amor. Confere, sim, as tuas forças, em todos os
sentidos e, principalmente no que tange ao perdão. Será que a tua capacidade de
perdoar está alerta em condições de esquecer as faltas ante aqueles que te
ferem? Será que não existem dúvidas em ti, no que se refere às coisas
espirituais? Deves fazer tal avaliação, para que a tua fé verdadeira te permita
viveres em paz dentro de ti mesmo. Observa a vida que levas, para não
alimentares ilusões nem fortificares mentiras.
Existem pessoas que confiam tanto em si mesmas, que acabam
atrofiando a razão, colocando em desespero a própria vida. Não pode existir
confiança sem discernimento.
É para isso que temos raciocínio e, ainda mais, o
Evangelho, para que possamos selecionar, com o Cristo as nossas atitudes. A fé
deve ser iluminada com a Sabedoria e consubstanciada no Amor.
Entre todas as ciências, a mais difícil de ser conhecida é
a ciência interna, é o autoconhecimento, aquele que nos retribuirá com a
felicidade.
Confiemos muito, mas nos eduquemos mais, que o Cristo fará
o resto por nós.
Do Livro: “Cirurgia
Moral” Lancellin/João Nunes Maia
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