Todos
sofremos de algum mal.
Sem a
pretensão de parecermos certos, falaremos com simplicidade sobre este tema que
assola milhares de almas pelo mundo, no intuito de refletirmos sobre nosso Eu.
Estamos a
todo tempo fazendo uma avaliação sobre nós mesmos, positiva ou negativa e
acontece automaticamente. Nos auto avaliamos, nos sentimos capazes ou não
(autoconfiança), podemos estar satisfeitos ou não com quem somos
(autoimagem). Ainda nessa vertente, aprendemos desde cedo a analisar e julgar
nossas capacidades, talentos, competências e conhecimentos, sempre nos
comparando com o outro.
O mais
recomendado é não seguirmos além de nossos limites o “padrão” tão
exigido pela sociedade, mas sim buscarmos nos sentir na medida do possível
satisfeitos com quem somos e com o que temos, é claro que sempre nos reciclando
nos estudos atualizando-nos para a vida. Infelizmente não é assim que a
maioria de nós faz, pois desde pequeninos aprendemos com nossos familiares que
para sermos aceitos dentro de um grupo social e até mesmo familiar devemos
buscar meios e afinidades, deixando de lado o que gostamos e desejamos ser para
transformarmo-nos no que querem que sejamos, ou seja, temos que criar um
estereótipo que ganhe a aceitação e aprovação de quem amamos. O diferente quase
nunca é bem vindo.
Também
aprendemos desde cedo que o feio é algo “ruim” e o belo é algo “bom” (padrões).
Que ter é mais importante do que ser e que precisamos nos encaixar
perfeitamente aos rigorosos padrões criados pelos outros senão seremos vítimas
do preconceito, subjugados e ridicularizados.
Crianças
obesas sofrem bullying em silêncio por fugirem do estereótipo.
Meninos
muito magros são rejeitados pelas garotas porque fogem ao “padrão” de beleza
masculino. Crianças com déficit de atenção com hiperatividade são normalmente
encaradas como um problema nas escolas, são segregadas da turma, sofrem
punições por parte dos professores, etc.
A opção
sexual que foge aos conceitos de “normalidade” dentro de uma sociedade
preconceituosa como a nossa, é posta em segundo plano com sérios prejuízos
morais para os que são “diferentes”.
Os negros
ainda são vistos como pessoas inferiores e incapazes.
Os obesos
mórbidos, tão incompreendidos pela sociedade sofrem rejeições, são vítimas do
escárnio e do preconceito públicos e a acessibilidade ainda é um projeto de
gaveta.
Muitas
mulheres enchem-se de silicone por todo o corpo, lábios extremamente
deformados, seios grandes, bunda empinada, maquiagens fortes, personalidades
distorcidas em busca da aceitação e do amor de uma sociedade machista. Uma
geração de narcisos musculosos que não “malha” o cérebro! Chegam à maturidade
profundamente deprimidos e doentes porque só viveram para o corpo e
em função dele em nome da vaidade exagerada, sem se darem conta de que a vida
exige muito mais de nós.
Então o que
fazer para agradar e garantir um lugar ao sol (ser aceito) quando descobrimos
que não somos nem tão belos, nem tão magros, nem tão inteligentes e
interessantes, nem tão extrovertidos
nem tão elegantes e ricos?
nem tão elegantes e ricos?
Nossas
limitações e diferenças são tão cruelmente comparadas primeiro por nós mesmos
como acima citamos, e observadas, criticadas e julgadas por milhares de pessoas
a nossa volta (escárnio), críticas negativas nos são feitas no intuito de
reduzir-nos a “pó” pelos colegas de trabalho, pela parentela, vizinhos,
cônjuges (recalque).
Resolvi
falar sobre este tema porque percebo que muitas pessoas enfrentam esses
problemas sem coragem para mudar. Passam anos encarcerados em dores
psicológicas, medos, inseguranças, crenças negativas, pessimismos, fobias,
traumas, rancores, inúmeras crises de depressão, envolvidas em sentimentos
intermináveis de culpa e raiva, doenças, taras e sentindo-se os “patinhos
feios” da Criação Divina.
É preciso
lançar um olhar para nosso interior como médicos, quem irá ao nosso socorro
senão nós mesmos?
Quem não se
estima vive prisioneiro das cismas e da tristeza, torna-se pessoa irritadiça,
mal humorada e passa a descontar nos outros suas frustrações como o caso do
controlador que tenta manipular sentimentos e opiniões a seu favor.
Quem não se
ama nunca está satisfeito com sigo mesmo, por isso vê no outro tudo ou quase
tudo o que queria ter e ser. Esse pensamento traz outras afirmações
desarmonizadoras tais como: só serei feliz se ele (a) estiver sempre ao
meu lado; “preciso de você para ser feliz”, “não posso viver sem
seu amor”, “sem você nada vale a pena” e por aí vai...
A
insegurança demonstra pouca confiança em si, não acreditamos ser capazes de
fazer determinadas coisas. Julgamo-nos inferiores, incapazes limitando-nos a
fazer somente coisas fáceis, porém é muito difícil para alguém que é muito
inseguro desafiar-se.
O inseguro
acaba tornando-se pessoa dependente. Evita tomar decisões por si mesmo sem
antes pedir opinião, acaba necessitando mais do que é saudável da aprovação
alheia para viver.
Os medos não
trabalhados ao longo da vida tornam-se monstros que vivem dentro de nós. O
inseguro crônico na minha opinião, não se arrisca em novas aventuras sozinho
ele precisa de alguém por perto sempre. Pessoas demasiadamente inseguras
são na verdade dependentes. Não foram educadas aprendendo desde cedo a tomar
decisões e fazer escolhas.
É
interessante permitirmos que as crianças participem dos assuntos familiares agradáveis e saudáveis,
estimuladas a falar o que pensam ou dizer como se sentem para que assim, desde
sempre já aprendam a interagir descobrindo seu lugar no mundo. Obviamente
seriam diálogos em grupo saudáveis e instrutivos para cada fase da vida desses
pequeninos. Os pais devem fornecer campo para que seus pequeninos aprendam a se
expressar, a ouvir e expor suas ideias e pensamentos e com isso, poderão se
sentir inclusos no grupo familiar sentindo-se amados, respeitados e valorizados.
Seguem abaixo algumas características próprias daqueles que têm baixa autoestima:
-São possessivos
Seguem abaixo algumas características próprias daqueles que têm baixa autoestima:
-São possessivos
-São
controladores
-Fazem
chantagem emocional para conseguirem ser ouvidos e aceitos ou para fazer valer
sua vontade.
-Sentem-se
as próprias vítimas do mundo.
-São extremamente
ciumentos
-São
pessimistas com relação ao futuro e com relação a si mesmo
-Não gostam
muito de investir em si
-As
críticas, mesmo as construtivas lhes causa melindre
-Fogem dos
cuidados com o corpo
-Não confiam
nas pessoas
-Sentem
necessidade de serem elogiados e reconhecidos em tudo, caso isso não aconteça
ficam profundamente contrariados
-São muito
críticos
-Existe a
necessidade de falar mentiras
-Cobram
atenção dos outros demasiadamente
-Sufocam os
parceiros com sua carência
-São
inseguros
-Desenvolvem
medos e crenças negativas
-Têm imensa
dificuldade em enfrentar problemas do cotidiano
-São
rancorosos
-Dificuldade
de perdoar
-Humor
oscilante
-Sentem-se
inferiores aos outros
-Sentem
inveja mesmo não admitindo
-Sentem
vergonha excessiva
-Constrangem-se
diante de pessoas bem sucedidas
-Têm
tendência a depressão
-Sentem-se
culpados por tudo, até pela culpa que não têm
-A fé em si
mesmos oscila muito
-Tendem a
duvidar dos outros
-Necessidade
de agradar (subornar) o outro para compensar as culpas.
-Tendência
suicida (ou já pensou alguma vez em suicídio)
-Carência
afetiva
-Gosta de
chamar atenção pra si
E como não
há quem não sofra neste orbe de algum mal como alhures citei, o melhor a
fazermos é a reforma íntima, é auto investigação, é transformação interna que é
lenta e progressiva.
Cuidar de si
mesmo não faz bem ao outro, somente a nós mesmos.
Amar a si
mesmo traz felicidade plena desde que haja equilíbrio.
Se sofro com
baixa autoestima e nada faço para melhorar, certamente cairei em depressão
muitas vezes na vida, acalentarei medos, dores psicológicas, culpas e
raivas.
Ao me
comparar com alguém sempre ficarei por baixo sentindo-me inferior, porque
nessas comparações o outro sempre é melhor e maior.
Na nossa
fase adulta podemos mudar tudo o que está errado e nos faz sofrer, nossas escolhas,
atitudes, traumas, medos, culpas, etc. Basta que busquemos ajuda completamente
crentes, dispostos e confiantes de que é possível obter a cura, mesmo diante de
traumas terríveis. Nada é fácil, mas tudo é possível para aquele que crê em
Deus e em si.
E para crer só
precisamos querer.
Axé!
Letícia Gonçalves.
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