terça-feira, 22 de setembro de 2015

Passado no presente



Quase todo o presente é ligado a ações anteriores, só que se apresentam por reações, frutos dos quais nos amoldamos na conjuntura familiar e social, dentro da comunidade. Notam-se grandes dificuldades, no tocante a problemas individuais e, às vezes, coletivos, para que a solução estabeleça a paz. E não é outra coisa senão a força do passado cumprindo a lei da justiça ou seja, o carma, na sua valiosa função de nos educar. O livre arbítrio desaparece em determinados prismas, porque já foi usado anteriormente, sem que no presente possa interferir. 
É bom que na chamada livre escolha, meditemos com mais interesse, para atingirmos o espírito da letra. A sutilidade do livre arbítrio individual é grande demais para os estudantes ainda trôpegos na área da ciência do espírito, junto da lei. A vontade da alma, quando certa, alinha-se paralelamente à vontade de Deus. 
O Senhor já era consciente do que deveríamos fazer, para o nosso bem. Assim, a liberdade nossa é escolher o que realmente a lei nos indica, e toda escolha certa é fruto de grandes experiências, oferecidas a nós pela dor, problemas e sacrifícios.
Quando reencarnamos, o inconsciente limpa uma área, fração diminuta do seu todo, para nos servir de consciente, na lavoura imensa, cujas terras hão de ser cultivadas no labor de cada dia. No entanto, esse consciente está completamente ligado à fonte mãe, donde promanam as reações de um passado distante, ou passados sucessivos, entregando-nos as contas erradas, que fizemos em eras remotas, para serem corrigidas e, no mesmo momento, colhermos na vida mais experiências que, ao fim do labor terreno, serão novamente entregues à consciência profunda, para aumentar o arquivo do saber e do amor. 
Não cansamos de repetir esta máxima de Jesus, que se enquadra em muitas conversações: "Conhecereis a verdade e ela vos tornará livres". Quando a nossa maturidade nos alista na escola da verdade, começamos a nos libertar das peias da ignorância. E atos e fatos que apoiávamos como certos no passado, deixamo-los por completo de lado, substituindo-os por outros que nos garantem a paz. 
Somente erramos por ignorância, sendo que esse estado de alma se ajusta em uma escala infinita, porque todos somos mais ou menos inconscientes do que fazemos, partindo da premissa de que a perfeição, só Deus tem. Até os espíritos superiores estão corrigindo coisas que não devem ser feitas no futuro. No entanto, em relação a nós outros, são almas purificadas. Em se comparando com os erros humanos, os deles não se configuram como tais. 
Existem dois meios de conhecer a verdade que suportamos: pela teoria e pela prática. Quem conhece determinada verdade e não obedece suas linhas, é porque vive somente na faixa da teoria, razão por que ainda erra. Quando atinge a prática, nunca mais comete tais infrações contra a lei. E ela se aproxima do homem, geralmente pelos métodos dedutivos, para que depois se materialize nos fatos. 
O passado está no presente, mas de maneira sutil, de modo a não nos prejudicar com lembranças contínuas daquilo que fizemos. Ele surge com acontecimentos inesperados, que a intuição nos mostra serem frutos das nossas invigilâncias ou processos evolutivos de todas as criaturas - esquema montado pelo Todo Poderoso. Medite-mos sobre isso: nada se faz sem a Sua aquiescência. 
A missão do espiritualismo mais puro é colocar o homem consciente de certas verdades, para que ele, com isso, sinta mais a vida e seja feliz. Como já dissemos, a mente é uma lavoura de grandes recursos. Se quereis fazer uma colheita abundante no futuro, não desprezeis o presente. Arrancai as ervas daninhas e selecionai as sementes que plantardes na atualidade. A vossa mente é o vosso laboratório de lazer. Podereis criar nele monstros que, no futuro, avançarão contra vós mesmos, como também, forças amigas, que certamente circularão para sempre em vossa defesa. Usai bem o poder da mente, para que a Mente Divina vos outorgue poderes maiores na vida. E essa vida vos responderá com a paz.



DO LIVRO: “HORIZONTE DA MENTE” MIRAMEZ/JOÃO NUNES MAIA – EDITORA FONTE VIVA.

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