“Qualquer
doença por si não purifica uma alma, o que melhora o espírito é a mudança de
caráter.”
Há alguns adeptos do espiritismo que creem que quem
sofre com o câncer e desencarna em virtude dele, liberta-se do ciclo das
encarnações.
Não acreditamos nisso de forma alguma, pois esta
grave moléstia é apenas o expurgo a que estamos sujeitos devido nossas faltas
passadas e desregramentos.
Alguns afirmam que o sofrimento imposto através
desta doença é tão grande que o espírito fica “liberado” de novas experiências
no campo da matéria, porque purificou-se. Entretanto, sabemos que depois das
graves enfermidades que enfrentamos em nossa jornada evolutiva, enfermidades
estas, que nos impedem momentaneamente, de seguirmos usando o nosso
livre-arbítrio, pois se de acordo com as mais graves (câncer em estágio
avançado) ficamos na maioria das vezes em cima de uma cama definhando ou mui
debilitados nos tratando. Ou seja, poderemos continuar nossa jornada evolutiva
com novas reencarnações e isto só se dá, até onde sabemos, com a permissão de
nossos tutores espirituais, pois para quem não sabe existe organização Superior
do “lado de lá”.
O certo é que não podemos afirmar categoricamente a
veracidade destas afirmações feitas por alguns irmãos espíritas e por que não? Porque
cada vivência nossa é uma experiência ímpar. Será então possível afirmar, por
exemplo, que hoje, em pleno século XXI, nós que somos espíritos já com “alguns”
milênios de idade, nunca tenhamos desenvolvido câncer em nossas existências
anteriores como seres encarnados! Será que não? Será possível isso? Então,
suponhamos que seja verdade, por exemplo, se hoje desenvolvemos câncer,
significa que como espíritos milenares que somos (e põe milenar nisso!) é a
primeira vez que adoecemos desta forma? Deste mal? Desculpem-nos os mais
crédulos, mas isto em nossa humilde opinião não pode ser possível.
As enfermidades que desenvolvemos ao longo de
nossa existência são na verdade o efeito daninho e colateral das energias
inferiores que produzimos através do nosso pensamento desorganizado e
consequentemente, das nossas ações nefastas no campo da vida...
“O
homem, pois, nem sempre é punido, ou punido completamente, na sua existência
atual; mas não escapa nunca às consequências de suas faltas...” (página
111, Bem aventurados os aflitos - Allan Kardec – “O Evangelho Segundo o
Espiritismo”).
Pois claro está que, as ações positivas só nos fazem
bem enquanto que as más, as negativas, nos prendem aos círculos viciosos das
dores, dos medos e das culpas. O que quer dizer isto? As deformidades no campo psíquico
produzidas por nossa mente migram de nosso corpo astral (densa energia
inferior) instalando-se em nosso duplo etéreo e finalmente materializam-se
(escoamento necessário) em nosso corpo físico como doenças das mais diversas...
“Os sofrimentos devidos a causas
anteriores à existência presente, como os que se originam de culpas atuais, são
muitas vezes a consequência da falta cometida, isto é, o homem, pela ação de
uma rigorosa justiça distributiva, sofre o que fez sofrer aos outros...” (página
111, Bem aventurados os aflitos - Allan Kardec – “O Evangelho Segundo o
Espiritismo”).
As atitudes infelizes que temos para conosco e para
com nosso próximo vão se aglutinando como energias pesadas em torno de nosso
campo áurico e quanto mais ódio, por exemplo, sentirmos, mais “presos”
ficaremos nesta “névoa” espessa, de energias pútridas e enfermiças, que acabam
por impedir-nos de nos nutrir das benéficas e sutilíssimas energias superiores.
Com isso, amigos leitores, nossos órgãos físicos vão ficando saturados do
“veneno” psíquico, produzido por nós mesmos e o que acontece é uma
desorganização celular que por certo poderá culminar num câncer. A região em
que esta doença se instalará terá ligação com o órgão mais afetado, isto é, com
aquele órgão que recebe de nós as enxurradas de energias pútridas e doentias
criadas por nossa mente, de acordo com o que sentimos, pensamos e das nossas
ações em detrimento alheio.
“Assim se explicam pela
pluralidade das existências e pela destinação da Terra, como mundo expiatório,
as anomalias que apresenta a distribuição da ventura e da desventura entre os
bons e os maus neste planeta. Semelhante anomalia, contudo, só existe na
aparência, porque considerada tão só do ponto de vista da vida presente. Aquele
que se elevar pelo pensamento, de maneira a apreender toda uma série de
existências, verá que a cada um é atribuída a parte que lhe compete, sem
prejuízo da que lhe tocará no mundo dos Espíritos, e verá que a justiça de Deus nunca se interrompe.” (página
111, Bem aventurados os aflitos - Allan Kardec – “O Evangelho Segundo o
Espiritismo”).
O
que acontece? A dor e o sofrimento se instalam e nós
padecemos acreditando que fomos vítimas da vontade (ira) de Deus! O que não
pode ser justo, pois está comprovado que somos nós os imprudentes e insensatos,
que através de nossa mente indisciplinada e doentia arregimentamos um
exército de pensamentos desordenados e infelizes que culminam na grande
maioria das vezes, em ações nefandas!
Portanto, caros amigos e leitores, não cremos na
possibilidade do espírito ter câncer somente uma vez e, pelo sofrimento
imputado pela doença, ficar livre ao ponto de depurar-se por completo e de não
mais precisar nascer na carne.
Qualquer
doença por si não purifica uma alma, o que melhora o espírito é a mudança de
caráter.
Acreditamos que por muitas vezes sofreremos
repetidas vezes com as “mesmas mazelas” físicas, dentro das várias encarnações
a que estivermos sujeitos, de acordo com a nossa necessidade de sentir dor, com
os resgates cármicos, etc. A dor é ajuste necessário para o espírito ignorante.
As doenças em geral se desenvolverão em nossos corpos
físicos sempre que houver necessidade de escoamento das energias putrefatas,
geradas por nossa mente doentia e de acordo com a necessidade de crescermos
espiritualmente através da dor. Vencido isto, seremos espíritos libertos das
dores morais e físicas, não mais necessitaremos nascer para expiar.
Axé,
muita paz e luz!
Letícia
Gonçalves.
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