– Nos processos de cura, como deveremos compreender o passe?
Emmanuel - Assim como a transfusão de sangue representa uma renovação
das forças físicas, o passe é uma transfusão de energias psíquicas,com a
diferença de que os recursos orgânicos são retirados de um reservatório
limitado, e os elementos psíquicos o são do reservatório ilimitado das forças
espirituais.
– Como deve ser recebidos e dados os passes?
Emmanuel - O passe poderá obedecer à fórmula que forneça maior
porcentagem de confiança, não só a quem o dá, como a quem o recebe. Devemos
esclarecer, todavia, que o passe é a transmissão de uma força psíquica e
espiritual, dispensando qualquer contato físico na sua aplicação.
– A chamada “benzedura”, conhecida nos meios populares, será uma
modalidade do passe?
Emmanuel - As chamadas “benzeduras”, tão comuns no ambiente popular,
sempre que empregadas na caridade, são expressões humildes do passe
regenerador, vulgarizado nas instituições espirituais de socorro e de
assistência.
Jesus nos deu a primeira lição nesse sentido, impondo as mãos divinas
sobre os enfermos e sofredores, no que foi seguido pelos apóstolos do
Cristianismo primitivo.
“Toda boa dádiva e dom perfeito vêm do Alto” – dizia o apóstolo, na
profundeza de suas explanações.
A prática do bem pode assumir as fórmulas mais diversas. Sua essência,
porém, é sempre a mesma diante do Senhor.
– No tratamento ministrado pelos Espíritos amigos, a água fluidificada, para um doente, terá o mesmo efeito em outro enfermo?
Emmanuel - A água pode ser fluidificada, de modo geral, em benefício de
todos; todavia, pode sê-lo em caráter particular para determinado enfermo, e,
neste caso, é conveniente que o uso seja pessoal e exclusivo.
– Existem condições especiais para que os Espíritos amigos possam
fluidificar a água pura, como sejam as presenças de médiuns curadores, reuniões
de vários elementos etc etc?
Emmanuel - A caridade não pode atender a situações especializadas. A
presença de médiuns curadores, bem como as reuniões especiais, de modo algum
podem constituir o preço do benefício aos doentes, porquanto os recursos dos
guias espirituais, nessa esfera de ação, podem independer do concurso
medianímico, considerando o problema dos méritos individuais.
– O fato de um guia espiritual receitar para determinado enfermo, é
sinal infalível de que o doente terá de curar-se?
Emmanuel - O guia espiritual é também um irmão e um amigo, que nunca
ferirá as vossas mais queridas esperanças.
Aconselhando o uso de uma substância medicamentosa, alvitrando essa ou
aquela providência, ele cooperará para as melhoras de um enfermo e, se
possível, para o pleno restabelecimento de sua saúde física, mas não poderá
modificar a lei das provações ou os desígnios supremos dos planos superiores,
na hipótese da desencarnação, porque, dentro da Lei, somente Deus, seu Criador,
pode dispensar.
Retirado do livro "O Consolador" - Pelo Espírito Emmanuel - Psicografia de Francisco Cândido Xavier - Ed. FEB
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