sábado, 21 de dezembro de 2013

Qual o fundamento da tradição religiosa, que serviu para o Catolicismo assegurar o dogma de que Jesus foi concebido por "obra e graça do Espírito Santo e nascido de uma virgem"?





RAMATíS:  Essa concepção deve-se à própria Bíblia, no Velho Testamento, quando os profetas prediziam que o Messias deveria nascer de uma virgem, e conforme o evangelista Mateus também, o confirma, no Novo Testamento, dizendo: "Maria, sua mãe, desposada com José, antes de coabitarem, achou ter ele concebido par obra do Espírito Santo" (Mateus, cap. I, vs. 18).
Os antigos profetas procuraram deixar aos pósteros algumas indicações que, no futuro, os fizessem reconhecer o Messias; mas a insuficiência humana não pôde entender os sinais exatos e prematuros da realidade do seu nascimento. As sucessivas e deficientes traduções dos livros sagrados também contribuíram para obscurecer o sentido concreto dessas alegorias proféticas, e mais tarde interpretadas de um modo fantasioso. A Bíblia predisse que o Messias teria de "nascer de uma virgem e ser concebido por obra e graça do Espírito Santo", mas com isso não desmentiu o processo natural da gestação humana; apenas indicou o sinal mais importante do advento e da identificação do Messias, ao vir à Terra.

Jesus, portanto, como o primeiro filho gerado por Maria, nasceu realmente de uma virgem, pois virgem era sua jovem genitora quando deixou o templo de Jerusalém para se casar com José.
Assim cumprira-se a profecia e fora identificado o primeiro indício da presença do Messias na Terra, para que a humanidade então o conhecesse no futuro e aceitasse os seus ensinamentos libertadores do espírito humano. O primeiro filho nascido da primeira concepção conjugai, como no caso de Maria, era realmente de uma origem imaculada.
Maria, pela sua estirpe elevada, era um anjo descido dos céus, e, portanto, um "espírito santo", corroborando mais uma vez a predição da Bíblia. No seu corpo virginal e por obra do seu "espírito santo", gerou-se nela o corpo do Messias em cumprimento à profecia do Velho Testamento. A velha lenda dos nascimentos sagrados e miraculosos, das mães virgens e dos espíritos santos, como Hermes, Orfeu, Zoroastro, Crisna e Buda, também foi atribuída literalmente ao nascimento de Jesus, na ingênua suposição do sacerdócio organizado, em valorizá-lo acima do mecanismo da concepção carnal humana.
A vida monástica das criaturas que fugiram dos pecados do mundo profano e se retiraram para os conventos, quase sempre lhes produz na mente uma exagerada desconfiança e prevenção contra o sexo humano, ao qual então atribuem a culpa de quase todas as mazelas do mundo. Assim, as organizações religiosas terrenas tudo têm feito para situar os seus Messias, Avatares ou Instrutores espirituais acima do processo das relações sexuais, pois o consideram um ato pecaminoso ou impuro, obviamente eles então devem nascer de virgens em divino esponsalício com espíritos santas, ou então de raios fulgurantes ou gênios fabulosos, que os cercam de esplendores e glórias, independente da genética sexual do mundo físico.



Ramatís – “O Sublime Peregrino”

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