O Alto escolheu Maria para essa missão porque
se tratava de um espírito de absoluta humildade, terno e resignado, que não
iria interferir na missão de Jesus. Ela seria a mãe ideal para ele, amorosa e
paciente, sem as exigências despóticas dos caprichos pessoais; deixando-o,
enfim, manifestar seus pensamentos em toda sua espontaneidade original. Aliás, ainda
no Espaço, antes de Maria baixar à Terra, fora combinado que as inspirações e
orientações na infância de Jesus seriam exercitadas diretamente do mundo invisível
pelos seus próprios Anjos Tutelares.
Embora
Jesus fosse um espírito sideralmente emancipado e impermeável a qualquer
sugestão alheia capaz de desviá-lo do seu compromisso messiânico, é evidente
que ele poderia ser afetado, em sua infância, por uma influência materna demasiadamente
viril, dominadora egocêntrica, com sérios prejuízos para sua obra.
Muitos
escritores, cientistas, líderes religiosos, poetas, pintores, músicos ou
filósofos célebres tiveram sua vida bastante influenciada pelo domínio tirânico
dos seus genitores, prejudicando de certo modo as qualidades extraordinárias de
seus filhos. Jesus teria de desempenhar um trabalho de sentido específico e de
interesse comum a toda humanidade; seu tempo precioso não poderia ser desperdiçado
no cultivo de qualidades artísticas, científicas ou em abstrações filosóficas
do mundo profano. A sua obra seria prejudicada, caso seus pais tentassem
impor-lhe rumos profissionais que alterassem os objetivos fundamentais da sua
missão. Jesus precisaria crescer completamente livre e desenvolver suas forças
espirituais de modo espontâneo, a fim de estruturar o seu ideal messiânico sem
quaisquer deformações, desvios ou caprichos do mundo.
Jesus
era um espírito de graduação angélica, distinto de todos os seus
contemporâneos; e sua autoridade espiritual dava-lhe o direito de contrapor-se
à própria família, desde que ela teimasse em afastá-lo do seu empreendimento
messiânico! Eis, portanto, o motivo por que o Alto preferiu o espírito dócil e
passivo de Maria, para a missão sublime de ser mãe do Messias, protegê-lo em sua
infância e não turbar-lhe a missão de amplitude coletiva.
Ramatís – “O Sublime Peregrino”
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