O Espírito tem recursos admiráveis na conjuntura da própria vida e
esses valores são portas para que entre para o reino da felicidade, dependendo
do modo pelo qual será usado o acervo de tesouros que Deus depositou em seu
coração. Recebemos constantemente, de fora, lições imortais que servem para nos
alertar e, por vezes, para nos ajudar a compreender o que temos por dentro. No
entanto, somente a autoeducação nos dá consciência do que deve ser feito para a
nossa paz interior, saúde e mesmo compreensão.
O raciocínio é um instrumento valioso na seleção das qualidades
que devem ser postas em prática, desde que ele seja disciplinado pelos
sentimentos do Amor. Autoconhecimento é conhecer a si mesmo. Cada criatura é um
mundo diferente na pauta das coisas que devem ser entendidas e guardadas por
nós nos celeiros da consciência profunda, e o maior trabalhador nessa aquisição
é a própria pessoa. O mundo exterior não deixa de cooperar na nossa educação
espiritual; contudo, ele representa a teoria que nos alerta. A maior parte está
com nós mesmos, na experimentação individual da vivência de cada dia.
Quando ouvimos lições imortais, sulcadas nas leis que garantem e
sustentam a criação divina, o primeiro impulso que parte de nós é a recusa e
nem sempre prestamos a atenção que corresponda às nossas necessidades. Somente
quando essa atenção nasce dentro de nós, pelas vias das reações naturais, e
passamos a sofrer os dramas causados pela ignorância, é que abrimos os
sentimentos à educação verdadeira, àquela em que o mestre interno começa a nos
instruir, usando os processos mais grosseiros da escola: os infortúnios morais
e as dores físicas.
A alma endurecida precisa de sofrer para aprender. Então é que
iremos aprender, por Amor, a grande causa que registra em nossos corações os
caminhos da felicidade.
É necessário que tenhamos muito cuidado na lavoura interna que
devemos cuidar, porque se faltar o entendimento profundo das leis de Amor e Justiça, caímos nos caminhos do egoísmo, de somente lutar
em nosso próprio benefício. O autoconhecimento, a educação e a disciplina, o
preparo que devemos alcançar são no sentido de nos libertarmos e ajudarmos mais
com a aquisição das nossas qualidades. Elas devem nascer juntas com o
desprendimento, nos corredores dos sentimentos. O Cristo abriu os braços nos indicando
os dois caminhos da vida, para que possamos encontrar o reino da Felicidade.
É preciso aprender e ensinar, doar sem exigir, amar sem pensar em
trocas.
Esse é um velho refrão que está sempre novo: “quando o poço está
pronto, a água aparece”.
Trabalha dentro de ti mesmo com todos os recursos que a vida te
deu, que virá à tua alma a iluminação pelas bênçãos de Deus. Porém, quando de
posse desta água, reparte-a com os sedentos que aparecerem em teu caminho. A
água do conhecimento é divina e, quanto mais a damos, mais a temos para
distribuir, mais sentimos a riqueza espiritual nos acompanhar pelas vias dos
sentimentos, a desaguar mais no mar do coração.
Recebemos e doamos: essa é a lei! Lei do Amor.
LANCELLIN – DO LIVRO: “CIRURGIA MORAL”
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