quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

SER FELIZ É TAREFA INDIVIDUAL




Desde que o mundo é mundo vemos o outro como o nosso salvador, aquele que irá nos proporcionar a realização de nossos sonhos e ilusões. Atribuímos ao outro a tarefa de fazer-nos felizes e isto é uma grave ilusão.
Podemos até encontrar nos nossos pais toda a amorosidade e disposição para “proteger-nos” dos perigos da vida ou no cônjuge a pessoa ideal, mas felicidade é tarefa nossa, é insubstituível e intransferível!
Jamais conseguiremos fazer o outro feliz e tudo porque este estado de espírito nasce do autoconhecimento e do trabalho espiritual incessante. Temos o triste hábito de atribuirmos essa missão ao outro, mas sempre dá errado, colocamos nas mãos das pessoas que amamos e confiamos, a dura tarefa de nos alegrar diariamente, de nos satisfazer em todos os nossos desejos e sonhos e nunca dá certo! Por que?
Porque somos espíritos em evolução,  necessitamos compreender que não existe perfeição. Quantos de nós nos perdemos nos labirintos das decepções, ao insistirmos em ver as pessoas que amamos não como elas realmente são, mas como nós as idealizamos? 
Somos imperfeitos! É de nossa responsabilidade os caminhos que tomamos, as escolhas que fazemos e os rumos que damos para nossa vida. Não é fácil aceitar, mas é importante que despertemos para tal realidade, pois, enquanto insistirmos em colocar nas mãos do outro nossa felicidade, continuaremos a nos decepcionar com as traições, mentiras, desculpas esfarrapadas, entre outros.


A culpa:

Infelizmente atribuímos culpa as pessoas porque não nos fazem felizes. Elas falham, nos traem, nos abandonam, nos fazem sofrer e nós ficamos a desejar que se explodam! Ora, alguém precisa pagar pela nossa infelicidade, pelos nossos sonhos desfeitos, pelas decepções que passamos, enfim... A quem atribuir culpa se não ao outro? Assim fica mais fácil seguirmos (iludidos) adiante. Enfrentar a realidade em certos casos, afirmar para nós mesmos que fracassamos é algo doloroso e em muitos casos inadmissível. Então preferimos culpar o outro pelo nosso fracasso, pela nossa cegueira, pela nossa mania de fantasiar tudo ou quase tudo na vida e por não serem perfeitos como idealizamos.
Já repararam que temos a constrangedora mania de culpar os outros pelas nossas más escolhas? condenamos nossos pais, parentes, amigos, namorados... É mais cômodo. Para quê enfrentar a realidade que nós mesmos criamos? Em muitos caso preferimos ser imaturos.
A verdade é que só cresceremos e amadureceremos como espíritos, quando enxergarmos nossa responsabilidade em tudo o que fizermos, nas nossas escolhas, nas nossas ações, pois se algo dá errado precisamos compreender que não é culpa do outro. Vejamos um exemplo. 
Cláudia foi se consultar no centro espírita, foi pedir ajuda e conselhos porque a infelicidade lhe tirava a vontade de viver...
Diante do médium ela reclamou que o marido a traiu e a abandonou, trocando-a por uma mulher mais jovem. Disse que os filhos ainda menores de idade, foram com o pai para a nova moradia, abandonando-a  e que sentia-se profundamente infeliz! 
O médium intuído por uma entidade espiritual superior, falou-lhe: 
“_Minha irmã, não percas tempo reclamando da vida, torna ao caminho do bem. Não alimentes a dor e o ódio, faz nascer e florescer em ti o perdão! Não enveredes pelas florestas densas da animosidade, porque lá tu te perderás! Portanto, trabalha e confia em Deus. Não responsabilizes teu esposo pelas tuas más escolhas e nem a teus filhos pelos exemplos que não destes. Faças da tua derrocada a vitória com Jesus, examinas-te antes de julgar o teu próximo e orientas-te antes de seguir pela estrada da vida. Não existem vítimas nem culpados, na verdade somos todos responsáveis por nossas escolhas e pelo que delas colhermos.”


Se não estamos felizes, não podemos fazer ninguém feliz. Até podemos proporcionar momentos agradáveis às pessoas com quem andamos lado a lado, mas felicidade é algo que construímos para nós, que trabalhamos através das experiências da vida, do aprimoramento espiritual, do amor que desenvolvemos por nós primeiramente, porque não há como amar o outro se não nos amarmos primeiro! Essa história de que devemos abrir mão da nossa própria felicidade em prol dos mais necessitados só funciona mesmo, com os que já têm dentro de si a semente do amor plantada e bem desenvolvida... porque para abrir mão da felicidade terrena é preciso já ter desenvolvido um entendimento superior sobre a caridade e um entendimento superior sobre “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.” 
Quem não se ama não sabe amar o outro.
Quem não se conhece não pode compreender o outro.
Quem não se valoriza e se respeita não valoriza e nem respeita o outro. Ele não tem parâmetros, não tem referência para tal fato.
Quem não tem alta autoestima ilude-se ao pensar que pode fazer alguém feliz.
Quem vive de fazer críticas negativas aos outros sofre de recalque, insatisfação crônica e inveja.
Eu posso proporcionar momentos felizes a determinadas pessoas em ocasiões especiais, com minha presença agradável, carinhos, atenção, uma palavra amiga, o socorro que não constrange, a caridade que não humilha, mas não conseguirei faze-la feliz verdadeiramente porque essa não é tarefa minha.
Devemos então cuidar de nós mesmos, da nossa cabeça, do nosso espírito, perdoando e seguindo, nos desvencilhando dos traumas do passado, das mágoas e procurando na medida de nossa capacidade intelectual, compreender o outro com suas limitações e fragilidades, assim como queremos ser compreendidos dentro de nossas próprias limitações e capacidades.


Reflitamos sempre!


Axé.

Letícia Gonçalves

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.