O enfermo no leito se
encontra como onerado perante todos, abatido diante da vida. Parece um devedor
sem remissão. É, pois, o instante de reagir, como doente inteligente, aceitando
os fatos, sem que esses fatos o tornem um covarde.
Amigo enfermo,
colocai-vos na posição de defesa, mas aquela que não entristece, que não
reclama, que não revolta, que não inveja. É a luta interna na vossa mente,
renovando conceitos na base das recomendações do Cristo de Deus. Se vos sentirdes
aniquilado, compactuareis com as forças dessa natureza. Se a angústia vos ronda
o coração e cederdes a essa opressão, estareis vos colocando ao lado do
desânimo. Se os problemas morais invadem o vosso convívio, ateando fogo em
vossos sentimentos, lembrai-vos de que o perdão e o amor saio as melhores
defesas, como água divina que apaga todas as investidas inferiores, na qualidade
de combustível em chama.
A dor, de certo modo,
é uma mensageira acessível à amálgama que se lhe queira dar. Já pensastes o
quanto podeis ser útil, aquecido por ela? Aqueles que por amizade ou dever vos
visitam, podem estar mais doentes que vós e, por vezes, são impressionáveis ao
ouvir a voz da vossa experiência. Se souberdes envolve los na fé, na paciência,
no amor, na esperança, na alegria, sairão dali fortalecidos, multiplicando a
mensagem de ânimo onde quer que forem.
No leito, podeis
meditar com mais eficiência nos próprios erros e corrigi-los, fazendo a mente
sair da escuridão e instalando nela a luz, pela consciência. O enfermo
inteligente, quando alia essa qualidade ao coração, é sobretudo uma alma
introjetada, que encontra Deus em si mesmo, conhecendo a hora profética de
arrancar o joio na abundante lavoura da mente, deixando o trigo maduro florescer
como alimento para tudo e para todos. Existe um amparo extraordinário nas horas
das vossas provas difíceis. É a prece. No entanto, é imprescindível saber
fazê-la. Em páginas anteriores, deixamos muito claro o valor da oração e como
se portar para fazê-la com proveito. Considerando que a súplica é um pedido do
filho para o Pai, já pensastes quanto o genitor recebe, através do pedido, todo
o carinho, toda a humildade, toda a fé, toda a gratidão e, acima de tudo, a
esperança com alegria? Esse filho recebe mais, porque sabe dar de si mesmo e já
granjeou experiências nos embates do mundo. Se por acaso vos
encontrais no leito, com enfermidade de qualquer espécie, não abandoneis a fé e
não desconfieis das leis. Deus é justo, bom e misericordioso. A enfermidade é,
pois, uma valorosa oportunidade de conhecer-vos a vós mesmos e entrardes no
mundo íntimo, como operários de Deus. Vereis que o trabalho interno é mais
profícuo.
Não peçais doenças.
Todavia, se ela bater em vossa porta, não vos desespereis também. Nada ocorre
por acaso. Milhares de olhos, como testemunhas de Deus, estão nos vendo.
Milhares de ouvidos, como registros do Senhor, nos ouvem a todos. O Cristo é o
nosso companheiro invisível, que nos segue, lado a lado. E, quando o discípulo
estiver pronto. Ele, o Mestre, aparecerá, frente a frente, porque dessa forma,
não teremos mais vergonha da Sua magnânima presença.
A fé anula a dor e a
dor, igualmente, desperta em nós a fé. Avancemos, pois, com Jesus e por Jesus
em todas as direções que as nossas necessidades espirituais acharem conveniente.
DO LIVRO: “HORIZONTES
DA MENTE” MIRAMEZ/JOÃO NUNES MAIA – FONTE VIVA.
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