Quando
eu era adolescente e ignorante como uma pedra sobre as coisas espirituais, ao
adentrar num templo umbandista, tinha meu pensamento turbilhonado por imagens
fantasiosas. Acreditei que naquele momento meus problemas infantis seriam
resolvidos, que os espíritos através de seus médiuns me diriam a fórmula mágica
e eu sairia dali com um “fantasminha” camarada que me assopraria as respostas
na hora das provas na Escola!?...? Hem? Pois é. Sem contar que provavelmente na
minha cabecinha de vento sonhadora, adolescente e ignorante, também teria o
garoto da minha predileção totalmente apaixonado por mim, meu príncipe
encantado, ora essa! Na minha cabecinha os espíritos “fariam isso” por mim, é
claro! Mas quando adentrei a cabine de atendimento, com meus trejeitos de
menina travessa, a entidade por intermédio de seu médium me advertiu e orientou-me
a ser uma boa garota. Mas como? Eu ainda nem tinha falado nada, não deu tempo nem
de pedir o que eu queria... que frustração a minha.
Quanto me tornei adulta, com o tempo fui percebendo como nos enganamos, como gostamos de nos iludir com “essas coisas” da arte divinatória, do ocultismo, etc.
Muitos de nós adentramos as casas espíritas ou umbandistas tão cegos pelos desejos inferiores, os vícios mundanos que mal percebemos que estamos muitas vezes doentes, que nosso psiquismo está alterado, que talvez possamos estar acompanhados de espíritos levianos e astutos, muitos deles inimigos de outras vidas...
Quanto me tornei adulta, com o tempo fui percebendo como nos enganamos, como gostamos de nos iludir com “essas coisas” da arte divinatória, do ocultismo, etc.
Muitos de nós adentramos as casas espíritas ou umbandistas tão cegos pelos desejos inferiores, os vícios mundanos que mal percebemos que estamos muitas vezes doentes, que nosso psiquismo está alterado, que talvez possamos estar acompanhados de espíritos levianos e astutos, muitos deles inimigos de outras vidas...
Não
percebemos que perdemos oportunidades maravilhosas de aprendizado e bênçãos
espirituais quando vamos a estas casas
de caridade para a prática do escambo, porque na maioria das vezes, queremos é
que os guias espirituais fiquem com todo o lixo que produzimos ao longo de
nossa vida, com o reflexo de nossas ações nefastas para sairmos “livres” dos
problemas que criamos para nós, os que nos fazem sofrer.
Se não
vamos bem no casamento pedimos que resolvam por nós as nossas pendengas
sentimentais, se nossos filhos estão rebeldes além da conta, imploramos a intercessão
severa.
Quando queremos ocupar um posto melhor na empresa em que trabalhamos,
logo surge o pedido nefando para tirar o colega de trabalho competente do nosso
caminho e por aí vai. E haja paciência da parte dos trabalhadores humildes e
corretos das casas religiosas!
Se o
motivo que nos leva aos templos umbandistas ou espiritualistas é doença,
fazemos pior, pedimos aos benevolentes guias espirituais e a seus médiuns, a
cura imediata, um milagre, mas fazemos isto com jeitinho disfarçado que é para
não “espantar” aqueles que em nossa profunda ingenuidade e ignorância, achamos
serem os “curadores de plantão”. PORQUE QUANDO NÃO PRECISAMOS DELES, NÃO PASSAM
DE MACUMBEIROS, DE GENTE ESQUISITA! MAS QUANDO ESTAMOS POR UM FIO, SÃO OS MÉDIUNS
FANTÁSTICOS COM SEUS AMOROSOS GUIAS, NÃO É MESMO PESSOAL?
E quando
estes mesmos guias e protetores do plano espiritual nos pedem paciência, atitude,
reforma íntima e fé, intimamente ficamos para morrer (de raiva). É isso mesmo,
sentimos muitas vezes raiva, porque não nos falam o que queremos ouvir, não nos
curam os males físicos num passe de mágica, não tiram do nosso caminho o colega
competente e honesto para ficarmos com o lugar dele na empresa e por fim,
muitas vezes ficamos decepcionados porque os bons médiuns não fazem para nós as
adivinhações nem os encantamentos e não trazem a pessoa amada de volta.
A
maioria de nós os maus consulentes vai embora com um sentimento de frustração,
impacientes e chateados porque nem pagando quiseram nos beneficiar com “seus
dons fantásticos e mirabolantes”. Aí, o que nós incautos fazemos? Vamos em
busca de outras casas e pagamos o que for pedido para que nossas necessidades
mundanas sejam satisfeitas a contento.
Ou será
que não é assim com a maioria? Ou será que estamos a exagerar? Será?
Um
templo religioso sério e comprometido com a verdadeira caridade nos passa a
orientação para que façamos a reforma íntima, o estudo e o autoconhecimento.
São as três principais etapas para que qualquer trabalho espiritual surta um bom
efeito em nossas vidas.
Infelizmente
muitos de nós está a procura de um milagre e não é assim que funciona, pra
começar milagre não existe!
Façamos
o seguinte como consulentes destas abençoadas casas de caridade, sejam elas umbandistas ou espiritualistas, busquemos pela prece silenciosa na assistência
enquanto esperamos o início dos trabalhos caritativos e façamo-nos as seguintes
perguntas no final da mesma: Será que merecemos o que viemos pedir? E se
recebermos esta graça, saberemos usufruir bem dela?
Reflitamos.
Axé!
Letícia Gonçalves
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