sábado, 21 de março de 2020

FÉ E CIÊNCIA – É CHEGADO O MOMENTO DE NOVOS ARES



A fé que move o cientista não deve ser religiosa, mas comprometida com as verdades da Lei de Causalidade que rege a harmonia cósmica e com os métodos de comprovação amplamente aceitos pela comunidade científica, independendo de rituais, de adoração ou de crença cega. Manifestar-se-ão os planos vibratórios que não estão circunscritos às percepções grosseiras do corpo físico, por meio de métodos de inferência indiscutíveis. O alcance dessas averiguações dependerá de trabalho intenso, do devotamento, da experimentação psíquica, à distância de doutrinas, rituais ou religiões, templos ou de quaisquer formas exteriores, pois estará ao alcance da metodologia rigorosa da ciência. Assim como a arte, a religião e a meditação vos permitem o acesso a outros planos vibracionais, também a pesquisa científica será um desses caminhos.
Essas novas constatações e enunciados abrirão um vasto campo de conhecimento aos homens, não se limitando tão-somente à população de encarnados ou ao orbe terrícola.
Chega a seis bilhões o número de criaturas humanas encarnadas, e, pelas estatísticas do "lado de cá", existem aproximadamente 50 bilhões de desencarnados. Se em um de vossos corpos vivem dezenas de trilhões de complexos micro organismos, quantos serão ao todo os que vivem na aura planetária do orbe? Se retirardes um grão de areia qualquer e o examinardes num potente microscópio, constatareis que ele é habitado por milhões de vidas microscópicas. Imaginai os imensos conglomerados de energias cósmicas, de habitações em outros planetas. As formas da vida não se esgotam com o que existe neste grão de areia cósmico que habitais. Nada há desabitado e sem vida na incomensurabilidade cósmica, desde as infinitesimais e "instáveis" partículas subatômicas até os prodigiosos sistemas estelares.
As situações se repetem e, nos registros contidos na história da humanidade, está grande parte das soluções dos embates da atualidade. Todos os grandes Instrutores da humanidade estabeleceram a espiritualização do pensamento religioso da época, pois preconizavam a iluminação interior sem intermediários religiosos, independendo de religiões institucionalizadas. A transformação é interna, nasce do interior das criaturas. É assim que crescem a consciência dos indivíduos, as galáxias e o Universo infinito, na constante mudança do Cosmo. Tantos séculos se passaram e continuam os homens separados e em lutas fratricidas em nome das religiões! Judeus e muçulmanos, em Israel, católicos e protestantes, na Europa, hindus com muçulmanos, na região fronteiriça compreendida entre o Paquistão e a Índia, entre tantos outros exemplos que poderíamos citar. Quando a ciência corroborar as verdades do espírito, os homens aceitarão com mais resignação a universalidade da sua procedência cósmica.
Vossa ciência atual, bem como a face religiosa do Espiritismo, precisam estar livres de quaisquer conotações de onipotência, que é uma prerrogativa do egoísmo meramente humano, pelo qual ambas supõem que as técnicas e procedimentos de cada uma preponderam sobre as demais visões, embate que não tem nenhuma relação com a Espiritualidade. Com as novas comprovações e descobertas, o racionalismo mecanicista da ciência terá que aceitar a diagnose e as etiologias espirituais. Já no meio do Espiritismo terreno, os conhecimentos devem ser arejados e os confrades adeptos e atuantes nas casas espíritas não devem restringir a Doutrina ao aspecto puramente religioso, como se fossem refúgios evangélicos isolados, construí dos em interior de fortaleza resistente a ataques externos em uma guerrilha "santa". As situações se repetem pelos atavismos que jazem no inconsciente milenar dos cidadãos, nas profundezas do psiquismo do espírito imortal. Até recentemente, a ciência buscava novos ares diante da dogmática católica que impunha condutas e conceitos.
O Evangelho do Cristo interiorizado não deve significar escrúpulos religiosos exacerbados, sendo dispensáveis as ações evangelistas separadoras. Na França, o Espiritismo codificado manteve o direcionamento original de ciência e filosofia racional, estando-lhe secundariamente atribuído o aspecto de religiosidade. A constatação é que, em solo brasileiro, o Espiritismo foi rapidamente convertido em religião, embora não reconhecido pelo movimento organizado que tão bem se estabeleceu. Essa conotação foi necessária e decorrência justa do carma, da etnia e da fé do povo dessa nação. Não haveria o crescimento vertiginoso da Doutrina Espírita se assim não fosse.
É chegado o momento de novos ares, ampliando o campo de atuação e abrangência espiritista, num movimento unificador que desaguará no oceano do amor cósmico qual
precipitação chuvosa vitalizadora dos solos áridos. Descerão das esferas siderais novos conhecimentos, procedentes não de uma única fonte, mas de várias vertentes de um mesmo rio. Jesus não fundou nenhuma religião, e as revelações trazidas pelo Consolador enviado e codificadas pelo método de aferição científica adotado por Allan Kardec não foram as últimas e definitivas. Não transfirais para o "lado de cá" as quimeras que vos movem (1). Lembrai-vos de que não existe uma única verdade ou caminho e estejais convictos de que os conhecimentos jorrarão da fonte do Altíssimo de várias procedências.

1 - Nota do Autor: O mundo tem todos os dias a prova material de que, na medida do desenvolvimento da perfectibilidade humana, descem das alturas novas e mais alevantadas revelações.
O mundo, porém, não aprende e, sempre cego, obedece fatalmente ao impulso que o leva a repelir tudo que é novo, tudo que vem substituir alguma peça do mecanismo construído por seu saber.
A revelação religiosa, do mesmo modo que a científica, tem vindo sempre progressiva, e na razão do desenvolvimento da perfectibilidade humana. Texto extraído da obra "Estudos Filosóficos", de Bezerra de Menezes (Editora Edicel).

RAMATÍS
MÉDIUM: NORBERTO PEIXOTO
LIVRO: CHAMA CRÍSTICA

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