segunda-feira, 31 de agosto de 2015

A SIGNIFICAÇÃO DA PALAVRA CARMA




PERGUNTA:  Qual a verdadeira significação da palavra “Carma” tão usada entre os reencarnacionistas, e que tem relação particularmente com as vidas anteriores?



RAMATIS:  Carma é palavra que deriva do sânscrito (kri) ou seja “fazer”. Os hindus são os que mais a empregam, considerando-a como vocábulo técnico mais apropriado para designar a ação e o seu efeito correspondente nas encarnações sucessivas dos espíritos na Terra. Para eles, toda ação é Carma; qualquer trabalho ou pensamento que produzir algum efeito posterior é Carma.

E a lei de Causa e Efeito, como a chamais, com seu saldo credor ou devedor para com o espírito encarnado. Os atos praticados por pensamentos, palavras ou obras, nas vidas anteriores, ou seja em vidas subsequentes, devem trazer venturas ou acarretar desgraças aos seus próprios autores, na proporção entre o bem e o mal que deles resultou. Os seus efeitos, portanto, atuam posteriormente sobre a felicidade, a vontade, o caráter e os desejos do homem em suas vidas futuras.

Embora pareçam anular o livre arbítrio, são forças que resultam sempre dos próprios atos individuais do pretérito. E o efeito agindo e dominando a própria vontade do ser, mas reagindo exatamente de acordo com as próprias causas que ele engendrou. A lei de Causa e Efeito registra as ações boas ou más; a lei do Carma procede ao balanço das ações registradas e dá a cada espírito o “saldo” que lhe cabe em resultados bons ou maus. Metafisicamente, a palavra “Carma” refere-se ao destino traçado e imponderável, que atua tanto nas coisas animadas como nas inanimadas, pois rege e disciplina todos os ciclos da vida, que vão desde o finito ao infinito, do átomo à estrela e do homem ao Universo! Há, pois, o Carma do homem, o da família, o da nação, o do continente e o da humanidade. E, assim como se engendram destinos futuros fundamentados nos atos ou pensamentos do homem — que serão regidos e disciplinados pelo seu Carma — também os orbes que balouçam no espaço obedecem a um determinismo cósmico, de reajustamento de sua massa planetária, em concomitância com o efeito das causas coletivas de suas próprias humanidades.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

AÇÃO DA PRECE. TRANSMISSÃO DO PENSAMENTO



9. A prece é uma invocação, mediante a qual o homem entra, pelo
pensamento, em comunicação com o ser a quem se dirige. Pode ter por objeto um pedido, um agradecimento, ou uma glorificação. Podemos orar por nós mesmos ou por outrem, pelos vivos ou pelos mortos. As preces feitas a Deus escutam-nas os Espíritos incumbidos da execução de suas vontades; as que se dirigem aos bons Espíritos são reportadas a Deus. Quando alguém ora a outros seres que não a Deus, fá-lo recorrendo a intermediários, a intercessores, porquanto nada sucede sem a vontade de Deus. 
10. O Espiritismo torna compreensível a ação da prece, explicando o modo de transmissão do pensamento, quer no caso em que o ser a quem oramos acuda ao nosso apelo, quer no em que apenas lhe chegue o nosso pensamento. Para apreendermos o que ocorre em tal circunstância, precisamos conceber mergulhados no fluido universal, que ocupa o espaço, todos os seres, encarnados e desencarnados, tal qual nos achamos, neste mundo, dentro da atmosfera.
Esse fluido recebe da vontade uma impulsão; ele é o veículo do pensamento, como o ar o é do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, ao passo que as do fluido universal se estendem ao infinito. Dirigido, pois, o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como o ar transmite o som.
A energia da corrente guarda proporção com a do pensamento e da vontade. É assim que os Espíritos ouvem a prece que lhes é dirigida, qualquer que seja o lugar onde se encontrem; é assim que os Espíritos se comunicam entre si, que nos transmitem suas inspirações, que relações se estabelecem a distância entre encarnados.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A RESPONSABILIDADE E OS RISCOS DA MEDIUNIDADE.




1 - Allan Kardec já tratou o assunto deste capítulo com bastante clareza e sensatez no capítulo XVIII, denominado "Inconvenientes e Perigos da Mediunidade", 
do "Livro dos Médiuns", assim como Ramatís também ventilou rápidos apontamentos na sua obra "Mediunismo". No entanto, desejando maiores esclarecimentos desse assunto, efetuamos a Ramatís mais estas perguntas, seguindo o mesmo roteiro adotado por Allan Kardec.

PERGUNTA: O médium pode ser considerado uma criatura anormal?
RAMATÍS: - Anormal não é propriamente o termo, mas trata-se de um indivíduo incomum. É criatura inquieta, receptiva e algo aflita, que vive, por antecipação, certos acontecimentos. Sua hipersensibilidade perispiritual atua com veemência na fisiologia do sistema nervoso e endocrínico. Alguns são pacatos e sem qualquer característica excepcional, mas isso resulta de que a sua mediunidade é menos sensível no campo psíquico. Estão neste caso os médiuns sonâmbulos ou de efeitos físicos, cuja mediunidade é de caráter fenomênico, só identificada durante o transe.

domingo, 23 de agosto de 2015

O MÉDIUM É UM MISSIONÁRIO?




PERGUNTA:  O médium é um missionário?
RAMATÍS:  Ele não é um missionário, na acepção exata da palavra. Salvo raras exceções, o médium é um espírito devedor comprometido com o seu passado. Assim, a sua faculdade mediúnica é um ensejo de reabilitação concedido pelo Alto, no sentido de acelerar a sua evolução espiritual. Portanto, além de se dar cumprimento aos deveres inerentes à dita faculdade, terá de enfrentar também as contingências que a vida impõe a todos, pois os problemas que lhe dizem respeito só podem ser solucionados e vencidos mediante a luta e não pela indiferença ou preguiça, nem pela ajuda dos seus guias, pois estes somente ajudam os seus pupilos quando eles fazem jus pelo esforço próprio.
Quando o médium se empenha em dar fiel cumprimento à sua tarefa mediúnica e enfrenta as adversidades da vida com estoicismo e resignação, neste caso, "do lado de cá", há sempre uma equipe de espíritos beneméritos que o amparam a fim de lhe tornar mais fácil vencer os obstáculos da sua jornada. Porém, quanto à sua função de "ponte viva" entre o setor invisível e o vosso mundo, é grande a sua responsabilidade, pois além de tratar-se de um encargo que ele mesmo aceitou antes de reencarnar, a mediunidade é um ministério ou contribuição de esclarecimento destinada a esclarecer as consciências, sendo, pois, um serviço a favor da própria humanidade.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A Influência do Psiquismo nas Moléstias Digestivas





PERGUNTA:  Podeis explicar-nos se as moléstias do aparelho digestivo do homem — que aumentam assustadoramente na atualidade - também são provindas exclusivamente das alterações psíquicas mental e emotiva, ou se devemos considerá-las apenas como consequência da alimentação artificial e enlatada, da vida moderna?



RAMATIS:   Sem dúvida, sabeis que o tão famoso sistema nervoso vagossimpático é poderosa rede de neurônios sensibilíssimos, que desde o encéfalo se estende por todas as vísceras e tecidos do corpo humano, entranhando-se profundamente por todas as regiões carnais, até atingir as células cutâneas da ponta dos dedos e alcançar os vasos capilares da planta dos pés. Nesse duplo sistema nervoso que se origina na intimidade do cerebelo, tanto as células dos centros cerebrais, controladoras do metabolismo geral, como as dos gânglios, expedem duas espécies de correntes nervosas: as células simpáticas enviam a corrente excitante e as células parassimpáticas, ou do vago, emitem os impulsos frenadores ou inibidores do organismo.

Este trabalho delicadíssimo de ambos os sistemas, por lei biológica deveria sempre se exercer do modo mais harmonioso possível, a fim de que se mantivesse o equilíbrio perfeito da saúde psicofísica do homem. E de sua função biológica que, enquanto as células simpáticas excitam o organismo a trabalhar, as parassimpáticas têm por função fazê-lo descansar. O nervo simpático é o autor de todas as reações dinâmicas e laboriosas do corpo; cumpre-lhe acelerar a atividade do coração, estreitar os vasos e dilatar as veias respiratórias, assim como aumentar a cota de oxigênio no sangue, mobilizando o açúcar armazenado no fígado e administrando o combustível necessário para que os músculos possam trabalhar a contento. Mas ao nervo vago, ou parassimpático, cabe realizar ação inversa, embora também num sentido de labor orgânico, pois tanto estimula as atividades intestinais, a fim de que o homem se nutra enquanto repousa, como também apressa o trabalho dos rins para eliminarem os resíduos sobejados no metabolismo geral. Sob a sua ação, a respiração se enfraquece, reduzem-se os batimentos cardíacos e o afluxo de circulação de sangue, o que impede que o corpo carnal se desgaste totalmente e sim descanse e se renove a contento das necessidades cotidianas do espírito. Eis por que a Medicina considera o sistema simpático como sendo o nervo do trabalho, enquanto o vago é o nervo responsável pelo descanso corporal. Acontece, no entanto, que o corpo astral (ou “corpo dos desejos”, muito conhecido dos ocultistas e fiel tradutor das emoções do espírito para o organismo carnal) encontra-se apoiado exatamente nesse sistema duplo do nervo vagossimpático, que ocupa e penetra profundamente a região abdominal, cercado pelo sistema dos gânglios nervosos do plexo solar. Em conseqüência, toda emoção, desejo ou sensação do espírito repercute imediatamente nessa região tão delicada, que a Medicina cognominou de “segundo cérebro”, ou cérebro abdominal, considerando-a como a “subestação” nervosa mais importante do corpo humano, depois da responsabilidade e das funções do cérebro comandante de todo o organismo de carne.

Quando a mente do espírito encarnado emite impactos violentos e agressivos, quer devido à sua irascibiidade, ciúme, ódio ou medo, perturbam-se as funções de todos os órgãos digestivos, uma vez que a repercussão nervosa que os atinge dificulta o trabalho da vesícula na sua drenação biliar, altera a produção dos sucos gástricos, fermentos pancreáticos, insulina, hormônios hepáticos e perturba as demais operações químicas que se efetuam na intimidade do trato intestinal.

Os movimentos peristálticos sofrem profundamente, em seguida às alterações ocorridas no psiquismo; esses impactos mórbidos agressivos, iguais às ondas de um lago agitado, manifestam-se desde o estômago, piloro, duodeno e intestino delgado, e alcançam o intestino grosso, ofendendo-lhe o cólon. Então produz-se, pouco a pouco, o terreno eletivo para as colites, atrofias ou dilatações dos vasos sanguíneos, originando-se também as fístulas, as hemorróidas e as estenoses retais.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

O intercâmbio com o mundo invisível




PERGUNTA: - As sessões espíritas que realizamos na Terra são sempre assistidas pelos espíritos bons?



RAMATÍS: - Indubitavelmente a presença e a assistência dos bons espíritos nas sessões espíritas dependem muitíssimo das intenções e dos objetivos das pessoas que se propõem ao intercâmbio com o mundo invisível. Mas, também, é certo que todas as criaturas já vivem acompanhadas pelas almas que lhes são afins a todos os seus atos e pensamentos. Assim, os homens regrados e generosos também simpatizam e atraem as boas companhias do "lado de cá", cujas almas, quando em vida física, já viviam afastadas das paixões degradantes e dos vícios perniciosos. No entanto, os maldosos, corruptos ou viciados, transformam-se em focos de atração dos espíritos gozadores, maquiavélicos e mal-intencionados.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

“CÓDIGOS DE UMBANDA”





PERGUNTA: Percebemos uma proliferação de "códigos" de umbanda. Aos umbandistas, em sua maioria não muito afeitos ao estudo, esses "tratados" parecem definitivos, complicados e de difícil entendimento. Tanto isso é verdadeiro que proliferam os cursos pagos para acesso aos mistérios, muitos formando "magos". Isso é condizente com a mediunidade natural e inequívoca (Zélio de Moraes incorporou o Caboclo das Sete Encruzilhadas aos 17 anos, sem nenhum curso), com a simplicidade e a essência da umbanda, ou seja, realizar a caridade?

RAMATÍS:  Desde os idos da saudosa Atlântida, o acesso aos mistérios sagrados foi de natureza seletiva. Impunha-se alta moralidade e índole psicológica afeita ao altruísmo aos iniciantes, no sentido de preservarem os conhecimentos ocultos da aplicação negativa no campo da magia.
Nos dias atuais, o conhecimento está plenamente democratizado, e cada um elege para si aquilo que o atrai em afinidade.
No caso do canal mediúnico que irrompe de forma inequívoca e natural, em que uma entidade de alta estirpe moral se apropria da aparelhagem psíquica do médium, ditando orientações de alto valor doutrinário, inevitavelmente trata-se de espíritos que tiveram longa e árdua formação em várias encarnações.
É preciso entender que um ritual nada mais é que um meio de organização terrena para disciplinar os atos invocatórios de acesso aos planos ocultos, ocorrendo as verdadeiras iniciações no templo interior de cada criatura. Portanto requer amor e ações práticas de auxílio ao próximo, sem interesses personalistas, desde épocas anteriores à atual encarnação. Ritual de iniciação aplicado se o iniciando não tem outorga e cobertura espiritual é como uma carta remetida para endereço inexistente: as energias invocadas e evocadas pela força mental do médium iniciador não encontrarão imantação no objeto da iniciação. Ocorre nos dias atuais um atavismo em muitos religiosos de antanho que se encontram, dentro do movimento de umbanda, dispostos espiritualmente a criar castas e séqüitos, como se fossem proprietários da verdade definitiva, sem nenhum comprometimento com a preexistência espiritual dos rebanhos que pagam para ser iniciados coletivamente. É mais uma apoteose ritualística externa coletiva que se "acasala" no espúito acrisolado no escafandro grosseiro, ofuscado pelos rituais metódicos, do que interiorização do cidadão entre dimensões de vida diferentes.
A luz e a simplicidade da espiritualidade, a qual abarca todas as religiões, pois em todas está, começam a despontar nas consciências muito antes da atual encarnação. Para entenderdes a profundidade dessa assertiva, será uma surpresa para vós dizer que, quanto mais simples e amoroso fordes, mais espiritualizado sereis, numa relação direta de proporcionalidade, seja qual for vossa religiosidade.
Vosso intelecto é constritivo e vos separa da totalidade como espírito. Enquanto as consciências sacerdotais (e para ser sacerdote não é preciso ser médium) estiverem retidas nas discussões intelectuais que fortalecem a mente concreta, não conseguirão sentir as percepções elevadas das verdades cósmicas.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

NÃO DESPREZES NINGUÉM





Cada criatura tem seu valor específico nas linhas da própria vida. Não deves desprezar ninguém por estar fora da tua amizade. Existe, bem sabes, uma harmonia em toda a criação divina e, se fazes parte desta criação, melhor é colaborares, vivendo em harmonia contigo mesmo e com os outros. 
Observa a natureza, estuda todos os reinos que compõem essa lavoura imensa do Senhor e notarás o intercâmbio permanente entre eles, numa convivência fabulosa de todos os estados da matéria e do espírito. São laços que se interligam por onde passa a seiva da vida que pulsa em todo o Universo. 
Os animais andam em rebanhos, os peixes em cardumes, os pássaros em bandos, os índios em tribos e os homens em sociedades, verdade essa que não podes desfazer. 
Deus criou as leis para sustentar o que fez em sintonia com o Amor. Nós é que vamos desprezar uns aos outros, por simples orgulho, diferença de posições que podem ser mudadas a qualquer hora? A matéria do complexo humano é igual em todos, a diferenciação está na vibração que cada alma possui no seu próprio corpo. O sangue que corre nas veias de um bugre é o mesmo de um nobre, de um índio ou de um sábio. O líquido rubro que irriga o corpo de um pária é o mesmo de um santo. 
Para que orgulho? A prepotência dos homens é motivada pela falta de conhecimentos dos segredos de Deus e das leis que comandam toda a criação. O que ajuntas em demasia em bens terrenos e ouro, não podes levar quando abandonares o corpo de carne. 
O túmulo é uma alfândega diferente. Somente admite a passagem do espírito com a consciência carregada dos seus próprios feitos. A matéria fica, como herança para os que ficaram, muitas vezes, iludidos da mesma forma. 
A assimilação completa da lição é demorada. O Espiritismo é a religião que tem maiores probabilidades de explicar aos encarnados a realidade de além-túmulo. Aqueles que conhecerem a verdade se libertarão com maior facilidade das engenhosas sombras que escurecem as consciências dos homens.   
Facilita, o quanto puderes, a convivência com os outros, pois essa é uma ciência de muita profundidade. Já imaginaste viver em uma casa, cidade ou país, sozinho? Só de pensares, tua disposição íntima muda, no que se refere ao teu relacionamento com os semelhantes.

domingo, 16 de agosto de 2015

ENTENDER SEMPRE





A comunicação entre os homens é a arte da civilização moderna, que aprimorou os meios com clareza singular, para que possas entender as mensagens de uns para com os outros. Não obstante, não é necessária somente a clareza no dizer, nem a facilidade de expressar os pensamentos; acima de tudo, diz-nos o bom senso que a educação há que levar vantagens em todos os tipos de entendimentos e que a disciplina no falar não pode ser esquecida. Compreendemos as dificuldades e as restrições que o encarnado tem para manter o equilíbrio diante das regras do bem viver, pois quando igualmente internado na carne, passamos por essas dificuldades, e ainda pedimos a Deus que nos deixe voltar a ela, para que possamos aparar algumas arestas, pois somente no corpo físico encontramos condições mais favoráveis.
Aqui nós chamamos a volta ao corpo físico como sendo a bênção da carne.
Concitamos a todas as criaturas que movem um corpo no mundo das formas a estudar as próprias necessidades com mais atenção, no que se refere aos deveres para com as leis universais e procurem ombrear seus compromissos para que não faltem, em seus caminhos, as oportunidades de servir aos que sofrem e entender os que estão presos nas malhas do carma.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A mente inconsciente e a reforma interna.



 

Milhares de pessoas todos os dias pelo mundo afora, começam o árduo trabalho da reforma íntima ou reforma interna. Desses milhares apenas algumas logram êxito e não é porque os indivíduos reincidem, mas porque usamos comandos mentais inadequados e o nosso inconsciente registra apenas o que reconhece. 
Por exemplo, Abel diz: “A partir de hoje não vou fumar mais”. O inconsciente escuta e o cérebro registra apenas o que compreendem por que? 
A palavra Não deixa de ter representação linguística no nosso cérebro e o que se registra é só o que vem depois dela. Então, sendo assim, a frase que Abel diz pra si mesmo  “Não vou fumar mais” terá a seguinte representação linguística em seu inconsciente: “vou fumar mais”! 
André está muito interessado em reformar-se e repete pra si mesmo a seguinte frase todos os dias: Não vou gastar dinheiro com bobagens daqui para frente.” O que o cérebro registra é: Vou gastar dinheiro com bobagens daqui para frente. 
Tamires diz pra si mesma sempre: Não quero brigar mais com meu marido.” Mas infelizmente o cérebro registra apenas o que vem depois da palavra não. 
Mas então o que fazer? Devemos falar o que queremos que nos aconteça, sempre positivamente deixando de fora a palavra NÃO.  
Abel, um dos nossos nossos personagens fictícios deveria dizer assim: Quero parar de fumar! Ou vou parar de fumar! Observem bem, estas são frases afirmativas que se repetidas com fé e confiança sempre, além de terem representação linguística em nosso cérebro, o nosso inconsciente nos obedecerá como um cão fiel.  
Não é tão fácil assim como parece, mas os resultados satisfatórios se observam através da disciplina mental e da repetição de frases positivas (afirmações), aliadas a mudança de atitude interna, somando-se a vontade criadora.  
Vejam bem, uma pessoa que hoje tem quarenta anos de idade e desde a tenra infância, ouve críticas negativas a seu próprio respeito, aprendeu a repetir as mesmas frases e infelizmente acredita nelas. Logo, temos um adulto com baixa autoestima e crenças negativas sobre si.  
Suponhamos que este adulto queira mudar a imagem que faz de si hoje, é preciso despertar e  se conhecer, ter coragem para olhar para os próprios defeitos e fraquezas e muita disciplina, pois sem ela nada acontece. 
Conheço muitas pessoas que são bem sucedidas e a maioria veio de núcleos familiares conturbados, passaram uma infância ruim, em determinado momento da vida quiseram mudar radicalmente e parar de sofrer. Me contaram estas pessoas que o principal êxito da mudança foi a  coragem que tiveram que ter para tomar a decisão acertada sobre suas vidas. Aparar uma aresta aqui, enxugar um excesso ali, jogar fora as tralhas do passado (lembranças negativas) e ter atitude! 
Coragem para mudar o rumo da própria vida (sair da zona de conforto).
Coragem para se aceitar como é.
Coragem para perdoar-se e aos outros.
Coragem para mudar-se internamente.
Coragem para enfrentar as dificuldades naturais e as barreiras criadas pela própria mente. 
Coragem para dizer NÃO na hora certa e para a pessoa certa!
Existem profissionais capacitados para auxiliar-nos, é importante detectar a causa do problema e procurar ajuda de profissionais éticos e sérios, que se prepararam bem para nos ajudar. Negociar com nossa saúde é um erro.

COMO “EXU” FOI ERRONEAMENTE ASSOCIADO AO DIABO?



PERGUNTA:  Como o fetichismo das crenças mágicas populares juntamente com o sincretismo, fez "exu" ser associado ao diabo, numa distorcida adoração ao demônio, como rito institucionalizado?



RAMATÍS:  A nação africana que mais influenciou a formação das seitas afro-brasileiras com seu fetichismo e suas crenças mágicas foi Iorubá.  Os escravos africanos, ao contrário dos índios, que não foram escravizados, idealizaram o sincretismo para poder realizar seus cultos nas senzalas. Inteligentemente, os orixás são santificados, correlacionados com os santos católicos mais conhecidos. [1] Após a alforria, essa situação se fortaleceu como forma de integração e legitimação numa sociedade regida pelo catolicismo.


[1] Nota do médium - Na época da escravatura, os negros eram obrigados a seguir o catolicismo. Quando batizados, recebiam um nome português e tinham de freqüentar as missas aos domingos. Os sacerdotes iorubás, entre outras nações africanas que passaram a viver no Brasil, imediatamente identificavam cada santo com alguma das personagens que ilustravam os orixás, aceitando esses santos prontamente, por sua índole espiritual mística e universalista. Posteriormente, o sincretismo teve a propriedade de favorecer a inclusão social da umbanda num momento de perseguição e preconceito. As primeiras tendas e os primeiros terreiros levavam nomes católicos com a finalidade de obter aceitação urbana. Ao contrário do início do processo sincrético, em que os negros "fingiam" adorar os santos católicos para não sofrer duras penas dos senhores, essa fusão de diferentes cultos ou doutrinas religiosas, após a libertação dos escravos, sofreu uma reinterpretação com o espiritismo, ocasião em que as fachadas das tendas e dos estatutos de fundação tinham a denominação "espírita" associada a um santo católico, para seus integrantes não serem perseguidos pela polícia. Durante a escravidão, quando os negros construíam seus altares, eram obrigados a colocar os santos católicos na parte superior, mas na parte inferior fixavam os fundamentos dos orixás (pedras, minerais, oferendas votiyas, ervas, entre outros símbolos) no chão de terra batida. Na hora de cultuar os santos, na verdade cultuavam os orixás e assim conseguiam realizar seus transes ritualísticos sem que o homem branco, o senhor ou o clérigo da vizinhança, os proibissem. Pode-se afirmar que até hoje os pretos velhos são matreiros para levar os consulentes a se modificarem e a fazerem aquilo que eles recomendam, bem como se mostram atilados quanto ao famoso engambelo, quando o que parece ser não é, principalmente quanto a processos obsessivos que envolvem entidades mistificadoras querendo se mostrar aos médiuns como espíritos do movimento de umbanda e não o são. É importante relembrar que nas raízes da fusão sincrética entre os orixás e os santos católicos está um hábito que até hoje é adotado nos templos de umbanda: chegar a um terreiro, saudar a entrada e depois o congá.



RAMATÍS: Tendo em vista a dualidade da escolástica católica (Deus e diabo), os orixás, tendo sido santificados, inevitavelmente faltava encontrar a figura representativa do diabo. É assim que se instala nas populações periféricas, pobres, incultas e assustadiças, constantemente ameaçadas de serem jogadas nos caldeirões fumegantes do inferno, a demonização "exu", que se alastra rapidamente com o apelo mágico que o envolve. No contexto cultural brasileiro, hegemonicamente católico, esse conceito de "exu" é o que mais influenciou o imaginário popular e passou por distorções em conseqüência da amplitude do processo de inclusão social dos cultos que saíram do interior das senzalas e ganharam as ruas e os morros, sendo transfigurado no diabo pelo candente sincretismo.
Para entenderdes a origem ancestral da questão, importa dizer que para os povos iorubás, e de certa forma até os dias atuais, nos clãs tribais, em que os homens são livres para ter muitas mulheres, quanto mais filhos tiverem, melhor. O sexo significa procriação, progresso, sendo cultuado o "exu" Elegbá ou Elegbara, que simboliza a fertilidade, entre um conjunto de divindades de sua religiosidade politeísta, todas reverenciadas com valor evocativo, mágico ou místico.
Assim, num meio social em que o sexo e suas conotações eram fortemente reprimidos e associados ao pecado, o lado fértil desse "exu" foi muito dissimulado. A imagem forjada pela conservadora sociedade católica, ao contrário da liberalidade desprovida de culpa, autoflagelação e penas eternas dos iorubás, extirpou o esplendor reprodutivo do explícito Elegbá ou Elegbara, tradicional no panteão africanista, distorcendo ao máximo os símbolos de fertilidade, bem como o foi Príapo, deus greco-romano igualmente classificado como herético pela Inquisição.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Breve história de Vovó Benta




Negra esbelta, de sorriso sorrateiro e conquistador, de requebrado insinuante, andava pelo casarão deixando no ar o cheiro do manjericão. Cantarolando, sempre faceira, atiçava o desejo tanto dos negros quanto dos brancos. Não passou despercebida do olhar do patrão, sinhozinho cujos dotes de beleza também assanhavam aquela negrinha. E assim, depois de uma primeira vez, foi inevitável que todas as noites ele a procurasse na senzala. Não era só um desejo. Além do corpo que ardia ao vê-la, seu coração estava emaranhado por um sentimento que ele insistia em negar.
Foram anos de encontros furtivos, os quais a sinhazinha fingia não ver. E foram também muitos abortos, tendo ela desencarnado quando da realização de um deles.
Haveria de renascer, muito pouco tempo depois, no mesmo lugar. Negrinha doente, que sobreviveu à morte da mãe no parto. Muito cedo aprendeu a benzer, e ali estava uma negra curandeira. Parteira requisitada, não tinha hora para atender, até o dia em que, para salvar uma escrava das mãos do feitor, levou uma paulada nas costas e ficou aleijada. Andou o resto da vida agachada, com fortes dores, mas nem por isso deixava de salvar vidas. Desencarnou cega e arqueada, porém feliz. Mas havia muito a ressarcir na contabilidade do Céu. Por isso, juntou-se às bandas de Aruanda e, como preta velha, desceu à crosta para ajudar a curar e aconselhar as pessoas. Precisou de um aparelho cujo comprometimento fosse adequado às suas energias, para que juntos pudessem aprender que é curando as feridas alheias que as nossas se cicatrizam.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Na presença do Cristo



“Em verdade vos digo que o Cia e a Terra não passarão
sem que tudo o que se acha na lei esteja perfeitamente cumprido, enquanto reste um único iota e um único ponto.”
Jesus (Mateus, 5:18)

“O Cristo foi o Iniciador da mais pura, da mais sublime moral, da moral evangélico Cristã, que há de renovar o mundo, aproximar os homens e torna-los ir mãos; que há de fazer brotar de todos os cor ações a caridade e o amor do próximo e estabelecer entre os humanos uma solidariedade comum; de uma per feita moral, enfim, que há de transformar a Terra, tornando a morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam.” (Cap. 1, item: 9)


A ciência dos homens vem liquidando todos os problemas, alusivos ao reconforto da Humanidade. Observou a escravidão do homem pelo próprio homem e dignificou o trabalho, através de leis compassivas e justas. Reconheceu o martírio social da mulher que as civilizações mantinham em multimilenário regime de cativeiro e conferiu-lhe acesso às universidades e profissões. Inventariou os desastres morais do analfabetismo e criou a grande imprensa. 
Viu que a criatura humana tombava prematuramente na morte, esmagada em atividade excessiva pela própria sustentação e deu lhe a força motriz. 
Examinou o insulamento dos cegos e administrou-lhes instrução adequada. Catalogou os delinqüentes por enfermos transformou prisões em penitenciáriasescolas. 
Como veu se, diante das moléstias contagiosas, e fabricou a vacina. 
Emocionou-se, perante os feridos e doentes desesperados, e inventou a anestesia. 
Anotou os prejuízos da solidão e construiu máquinas poderosas que interligassem os continentes. Analisou o desentendimento sistemático que oprimia as nações e ofereceu-lhes o livro e o telegrafo, o rádio e a televisão que as aproxima na direção de um mundo só. Entretanto, os vencidos da, angústia aglomeram-se na Terra de hoje como enxameavam na Terra de ontem... 

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

APOMETRIA: A IMPORTÂNCIA DAS IMAGENS MENTAIS





PERGUNTA:   Para a aplicação da apometria ser bem sucedida é essencial que o dirigente esteja apto a elaborar imagens mentais e "sugestionar" o grupo. Considerando que somos naturalmente desconcentrados, concluímos que nem todos se adaptam à dinâmica apométrica. Nesses casos, podemos deduzir que há uma exigência de postura pessoal e treinamento mental muito mais ativo do que a "mera" passividade mediúnica tradicional, em que se espera os espíritos aproximarem-se da mesa no escuro, entre cochilos e bocejos?

RAMATÍS: - Sem dúvida, para os trabalhos mágicos com apometria ser bem sucedidos, é de fundamental importância que o operador encarnado tenha a capacidade mental para movimentar as energias cósmicas e condensá-las, direcionando-as e controlando as no plano astral, processo que é potencializado pelo apoio dos espíritos que dão suporte ao agrupamento. Evidente que os princípios de criação das formas de pensamento em que todos se apoiarão são os mesmos da magia de todos os tempos, precisando o mago operante no plano material ter a disciplina e a concentração mental necessárias para a "solidez" das imagens nas dimensões etérica e astral.
Há de se salientar que a mente se oporá com acentuada rebeldia às tentativas conscientes de treiná-la. Os artifícios inconscientes irão das dores de cabeça e palpitações às agitações e dificuldade de concentração, entre outras artimanhas próprias que acompanham o hábito indisciplinado de pensar. A mente "julga" pelas impressões do corpo mental concreto, arraigado aos padrões tradicionais que precisam dos estímulos visuais e auditivos para reter-se por alguns minutos em atenção. É quase impossível deter-se esse fluxo de pensamentos rebeldes, o que exigia dos antigos iogues um esforço hercúleo de anos para conseguir esvaziar a mente de forma disciplinada, com a força do ato volitivo consciente. Infelizmente, esse treinamento é escasso nos dias de hoje, pois o que vemos na grande maioria dos grupos de apometria é uma dificuldade enorme de concentração dos sensitivos, e raramente a capacidade mental adestrada de criarem-se formas abstratas sem os estímulos sensórios dos sentidos físicos convencionais. Na maioria das vezes, se não fossem as adestradas mentes dos espíritos benfeitores que dão cobertura aos trabalhos apométricos, essas lides seriam um fracasso. A ansiedade e a agitação comuns no Ocidente são corrosivas para o esvaziamento mental necessário à elaboração, nas dimensões suprafísicas, de formas que amparem as energias que estão sendo condensadas. Sendo assim, não existe muita diferença entre os cochilos e bocejos da mesa mediúnica tradicional da habitual desconcentração agitada dos médiuns apômetras. Em ambos os casos, a caridade acontece e lá está o plano espiritual trabalhando arduamente.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

O PRANA



PERGUNTA: Em diversas obras espiritualistas de procedência oriental, temos encontrado habitualmente a palavra Prana e que, por vezes, também mencionais em vossas mensagens. Poderíeis dizer-nos alguma coisa sobre a natureza dessa força ou energia e qual a sua ação no intercâmbio entre o espírito e a matéria?



RAMATÍS: - Entre as inúmeras forças que emanam do Sol, fertilizando e interpretando as próprias energias dos orbes físicos que compõem o seu sistema planetário, a pedagogia espiritual do Oriente destaca três que são as mais importantes e úteis ao conhecimento da humanidade atual. São elas: "Fohat", que é conhecido no Ocidente por eletricidade, e que pode transformar-se em calor, magnetismo, luz e força ou movimento; "Cundalini", ou fogo serpentino, energia solar muito vigorosa, que se concentra no seio da Terra e depois flui violentamente para a periferia, ativando as coisas e os seres num impulso dinâmico de alto poder transformativo e criativo; finalmente, a terceira força ou elemento é o "Prana", cuja energia ou Vitalidade em potencial é responsável por todas as manifestações da vida no Universo.

O Prana está em todos os fenômenos do mundo exterior da matéria, assim como também nutre a vida no mundo oculto espiritual, mental, astral e etéreo. Essas três manifestações energéticas emanadas do Sol, que é o centro principal da Vida na Terra, conhecidas no Oriente por "Fohat", "Cundalini" e "Prana", jamais se transformam noutras formas de energias, pois tais elementos são tipos específicos, à parte, que atendem exclusivamente às necessidades e funções que mencionamos. Aliás, Prana é palavra de origem sânscrita e traduzi da textualmente, quer dizer "sopro de vida", ou energia vital. Para os orientais e principalmente entre os hindus ela possui significação mais ampla, sendo considerada a manifestação centrífuga de um dos poderes cósmicos de Deus. Para a escolástica hindu só há uma Vida, o Prana, tido como a própria Vida do Logos. Prana é a vida manifestada em cada plano de atividade do Espírito eterno; é o sopro vital de cada coisa e de cada ser. Na matéria ele é a energia que edifica e coordena as moléculas físicas, ajustando-as de modo a comporem as formas em todos os reinos, como o mineral, o vegetal, o animal e o hominal. Sem Prana, sopro indispensável, não haveria coesão molecular nem a conseqüente formação de um todo definido, pois é ele que

congrega todas as células independentes e as interliga em Íntima relação sustentando as formas. A coesão celular formada pelo Prana assegura a existência de uma consciência vital instintiva, garantindo uma unidade sensível e dominante, que atua em todos os demais planos internos da Vida.

O Espírito, ao "baixar" do seu mundo espiritual para formar sua individualidade consciente no mundo material, submete-se a um processo gradativo ou inerente a cada plano da vida, sendo um fenômeno uniforme em todo o Universo. No mineral, essa "consciência" em formação permanece estática e adormecida, mas depois evolui para a irritabilidade de "consciência" do vegetal ainda em "sonho"; em seguida, vivendo novos estágios de adaptações, ela alcança o estado de consciência instintiva animal; e, finalmente, atinge o raciocínio glorioso do homem. Entretanto, em todo esse modelamento progressivo e demorado, o Prana, energia vital, é o fio dadivoso que une as contas de imenso colar de moléculas para plasmar as múltiplas formas da Vida.